terça-feira, novembro 17, 2009

Boa Poesia, de um Bom Poeta

Soneto de Inês

Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês! Inês! Rainha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.

Amor imenso que também é cego
amor que torna os homens imortais.
Inês! Inês! Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.

Os teus gestos são verdes os teus braços
são gaivotas poisadas no regaço
dum mar azul turquesa intemporal.

As andorinhas seguem os teus passos
e tu morrendo com os olhos baços
Inês! Inês! Inês de Portugal.

(José Carlos Ary dos Santos)

6 comentários:

  1. Coincidência; a mesma Inês de que falava ontem :)

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  2. Deste putanheiro pu-eta só me lembro do pu-ema, A Tourada, com os peões de Brega, os cornos, os bois, e as chocas, será que este pu-eta escrevia pu-emas, para o PS?

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  3. António Silveira3:57 da tarde

    Comparado com este poeta, eu sou bem melhor, aí vai um dos meus poemas tão brilhante como os poemas deste poeta.

    UM, DOIS, TRÊS, QUATRO,
    VOU COMER O GATO!

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  4. João Lello7:21 da tarde

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  5. Rogéria Gillemans4:42 da tarde

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  6. ABRIL SEMPRE

    Poeta castrado, não!

    Serei tudo o que disserem
    por inveja ou negação:
    cabeçudo dromedário
    fogueira de exibição
    teorema corolário
    poema de mão em mão
    lãzudo publicitário
    malabarista cabrão.
    Serei tudo o que disserem:
    Poeta castrado não!

    Os que entendem como eu
    as linhas com que me escrevo
    reconhecem o que é meu
    em tudo quanto lhes devo:
    ternura como já disse
    sempre que faço um poema;
    saudade que se partisse
    me alagaria de pena;
    e também uma alegria
    uma coragem serena
    em renegar a poesia
    quando ela nos envenena.

    Os que entendem como eu
    a força que tem um verso
    reconhecem o que é seu
    quando lhes mostro o reverso:

    Da fome já não se fala
    - é tão vulgar que nos cansa
    mas que dizer de uma bala
    num esqueleto de criança?

    Do frio não reza a história
    - a morte é branda e letal
    mas que dizer da memória
    de uma bomba de napalm?

    E o resto que pode ser
    o poema dia a dia?
    - Um bisturi a crescer
    nas coxas de uma judia;
    um filho que vai nascer
    parido por asfixia?!
    - Ah não me venham dizer
    que é fonética a poesia!

    Serei tudo o que disserem
    por temor ou negação:
    Demagogo mau profeta
    falso médico ladrão
    prostituta proxeneta
    espoleta televisão.
    Serei tudo o que disserem:
    Poeta castrado não!

    Ary dos Santos

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