quinta-feira, maio 31, 2007
Nihil Novi
Ou em português (para os menos familiarizados com o Latim) Nada de Novo.
1928 – Seara Nova – Raul Brandão dixit:
“chama-se liberdade de imprensa o direito exclusivo que têm certos potentatos ou certos malfeitores, graças às suas chantagens, de influir na opinião do pais. O problema não está, evidentemente, em impedir a liberdade desses homens, mas em pôr a imprensa ao alcance de todos, de maneira que os argentários não continuem a possuir o monopólio de opinião”
Voltando ao melhor de Marx - o novo proletariado
Não devemos ter medo de ler Marx. Eu nunca tive. E se a generalidade das suas análises e propostas para mim tem o pouco valor da sua datação e rigor filosófico pouco consistente, coisas há que nos devem servir de motivo inspirador.
Vamos buscar um pouco do melhor de Marx para analisarmos a situação do novo "proletariado europeu".
Com efeito com o aparecimento do capitalismo, ou melhor dizendo, com o momento em que passou a ser o "valor de troca" que determinou o "valor de uso" (ao contrário do sistema anterior) tudo se entornou. Marx explica-o bem.
Vem isto a propósito do que eu chamo o "novo proletariado europeu".
E senão vejamos.
Nas teorias dos corpos intermédios que dominaram as doutrinas "contra-revolucionárias" dos séculos anteriores, todo o Homem não é uma ilha. Pertence, está integrado, é herdeiro de uma cultura e de uma civilização, está protegido num sistema transpersonalista em que a comunidade (enquanto unidade de defesa da "pessoa") desempenha o papel integrador e defensor de todos os seus componentes: o Homem subordina-se livremente à sociedade e sabe, de antemão, que a comunidade o protegerá. Ele sabe que a comunidade tem direitos, e que os seus direitos (chamemo-hes individuais) só serão válidos desde que inseridos na própria comunidade.
Hoje tudo isto está ultrapassado e vencido. Até no mundo rural o "comunitarismo" desapareceu. é só para turista ver e etnólogo publicar estudos!
Caiu-se, pois, numa sociedade completamente (só aparentemente) personalista. Pelo menos essa é a doutrina oficial que nos vendem. Os valores dos direitos dos homens, etc e tal.
Mas tal facto não corresponde à realidade.
Hoje, no século XXI, e guardando todas as proporções, cada vez mais nos assemelhamos ao proletariado do século XIX. Recordemos que nessa época o proletário era o trabalhador (asfixiado pelo sistema capitalista triunfante em toda a linha) que vivia na insegurança total: económica, alimentar para ele e para os seus filhos, sem ligação ao seu grupo familiar, que abandonou a agricultura de sol a sol para as "luzes" da cidade para trabalhar repetitivamente de antes do nascer do sol até depois do sol se por.
O proletário - e isto não é o choradinho de Dickens e quejandos - vivia o dia a dia, (sem esperança de nada a não ser sobreviver até ao dia seguinte) era uma peça na engrenagem (descartável) a qualquer momento. Era só poeira humana como denunciado, na época, por Tocqueville e Renan, antes que Charles Maurras aprofundasse as suas teses.
Estão a ver o filme do triunfo dos porcos liberais?
Neste ocidente e este ocidente inclui, claro, os EUA - grande, enorme acelerador de todas as doenças da Europa - o homem de hoje (e principalmente o de amanhã) será o deserdado de todas as heranças e tradições, de todos os seus laços naturais, de todas as suas fidelidades. Nada o ligará a nada a não ser o seu aparente prazer dado pelo consumismo desenfreado.
Será o escravo não do patrão odioso e identificável do século XIX, mas sim do publicista que lhe impõe consumos desnecessários e tolos.
Ou seja deixará de ser a unidade produtora do século XIX para passar a ser a unidade consumidora do século XXI.
E quando se acabar este "paraíso" consumista, insustentável a médio e longo prazo, aterrará na realidade e, sem nada que o apoie (dos tradicionais cimentos sociais) e será indubitavelmente presa fácil dos novos patrões (não ocidentais) que ocuparão, então o espaço livre. Sim porque em geo política há um horror comum: o horror aos espaços vazios!
Vamos buscar um pouco do melhor de Marx para analisarmos a situação do novo "proletariado europeu".
Com efeito com o aparecimento do capitalismo, ou melhor dizendo, com o momento em que passou a ser o "valor de troca" que determinou o "valor de uso" (ao contrário do sistema anterior) tudo se entornou. Marx explica-o bem.
Vem isto a propósito do que eu chamo o "novo proletariado europeu".
E senão vejamos.
Nas teorias dos corpos intermédios que dominaram as doutrinas "contra-revolucionárias" dos séculos anteriores, todo o Homem não é uma ilha. Pertence, está integrado, é herdeiro de uma cultura e de uma civilização, está protegido num sistema transpersonalista em que a comunidade (enquanto unidade de defesa da "pessoa") desempenha o papel integrador e defensor de todos os seus componentes: o Homem subordina-se livremente à sociedade e sabe, de antemão, que a comunidade o protegerá. Ele sabe que a comunidade tem direitos, e que os seus direitos (chamemo-hes individuais) só serão válidos desde que inseridos na própria comunidade.
Hoje tudo isto está ultrapassado e vencido. Até no mundo rural o "comunitarismo" desapareceu. é só para turista ver e etnólogo publicar estudos!
Caiu-se, pois, numa sociedade completamente (só aparentemente) personalista. Pelo menos essa é a doutrina oficial que nos vendem. Os valores dos direitos dos homens, etc e tal.
Mas tal facto não corresponde à realidade.
Hoje, no século XXI, e guardando todas as proporções, cada vez mais nos assemelhamos ao proletariado do século XIX. Recordemos que nessa época o proletário era o trabalhador (asfixiado pelo sistema capitalista triunfante em toda a linha) que vivia na insegurança total: económica, alimentar para ele e para os seus filhos, sem ligação ao seu grupo familiar, que abandonou a agricultura de sol a sol para as "luzes" da cidade para trabalhar repetitivamente de antes do nascer do sol até depois do sol se por.
O proletário - e isto não é o choradinho de Dickens e quejandos - vivia o dia a dia, (sem esperança de nada a não ser sobreviver até ao dia seguinte) era uma peça na engrenagem (descartável) a qualquer momento. Era só poeira humana como denunciado, na época, por Tocqueville e Renan, antes que Charles Maurras aprofundasse as suas teses.
Estão a ver o filme do triunfo dos porcos liberais?
Neste ocidente e este ocidente inclui, claro, os EUA - grande, enorme acelerador de todas as doenças da Europa - o homem de hoje (e principalmente o de amanhã) será o deserdado de todas as heranças e tradições, de todos os seus laços naturais, de todas as suas fidelidades. Nada o ligará a nada a não ser o seu aparente prazer dado pelo consumismo desenfreado.
Será o escravo não do patrão odioso e identificável do século XIX, mas sim do publicista que lhe impõe consumos desnecessários e tolos.
Ou seja deixará de ser a unidade produtora do século XIX para passar a ser a unidade consumidora do século XXI.
E quando se acabar este "paraíso" consumista, insustentável a médio e longo prazo, aterrará na realidade e, sem nada que o apoie (dos tradicionais cimentos sociais) e será indubitavelmente presa fácil dos novos patrões (não ocidentais) que ocuparão, então o espaço livre. Sim porque em geo política há um horror comum: o horror aos espaços vazios!
quarta-feira, maio 30, 2007
Resposta a quem se indigna comigo
Meu caro Anónimo:
Li, com interesse, o seu comentário ao meu último postal.
Diz que me lê às vezes com interesse outras com indignação. De certeza que se me lê regularmente verifica que a minha guerra é contra aqueles que consideram que têem a superioridade moral das democracias (Mário Soares dixit).
Ora é precisamente aí que eu quero chegar.
A minha geração fez a Guerra do Ultramar. Também me tocou a mim. Uma das coisas que se verificam quando se participa numa guerra (com qualquer dimensão) é que não há "bons" e "maus". São todos "maus". O resto é propaganda, e da mais rasca.
Vi coisas que me fizeram descrer profundamente na raça humana. Recusei-me a entrar nesse jogo. Por questões de Honra, de espírito cavalheiresco, de educação familiar?. Desconheço as razões, mas que não entrei é uma verdade.
Conheço bem o período que o meu estimado leitor descreve (a 2ª GM). Pelas mais variadas razões, que para já omito.
Também aqui não há inocentes. A barbárie, como acertadamente lhe chama, foi dos dois lados. No entanto a história, como bem sabe, é feita pelos vencedores. "Vae victis" já diziam os romanos.
E se as "barbáries" do lado dos vencidos são objecto de centenas e centenas de milhar de livros, referências, filmes, etc., e são bem conhecidas (ao fim e ao cabo é a história oficial!) as barbáries do lado dos vencedores são sempre, sempre omitidas. Mais, são inexistentes.
É, pois essa parte que eu relevo neste blogue. Para que nunca mais se diga que houve os "bons" (os nossos) e os "maus" (os fascistas).
Olhe se quer que lhe diga a minha opinião. Se uns mereceram a forca os outros deveriam ter tido o mesmo destino.
Por muito que isso o indigne essa é a verdade!
E olhe aproveito a sua última frase e que se me dá licença faço minha:
"É espantosa ( e triste ) a cegueira dos que teimam em não ver."
Li, com interesse, o seu comentário ao meu último postal.
Diz que me lê às vezes com interesse outras com indignação. De certeza que se me lê regularmente verifica que a minha guerra é contra aqueles que consideram que têem a superioridade moral das democracias (Mário Soares dixit).
Ora é precisamente aí que eu quero chegar.
A minha geração fez a Guerra do Ultramar. Também me tocou a mim. Uma das coisas que se verificam quando se participa numa guerra (com qualquer dimensão) é que não há "bons" e "maus". São todos "maus". O resto é propaganda, e da mais rasca.
Vi coisas que me fizeram descrer profundamente na raça humana. Recusei-me a entrar nesse jogo. Por questões de Honra, de espírito cavalheiresco, de educação familiar?. Desconheço as razões, mas que não entrei é uma verdade.
Conheço bem o período que o meu estimado leitor descreve (a 2ª GM). Pelas mais variadas razões, que para já omito.
Também aqui não há inocentes. A barbárie, como acertadamente lhe chama, foi dos dois lados. No entanto a história, como bem sabe, é feita pelos vencedores. "Vae victis" já diziam os romanos.
E se as "barbáries" do lado dos vencidos são objecto de centenas e centenas de milhar de livros, referências, filmes, etc., e são bem conhecidas (ao fim e ao cabo é a história oficial!) as barbáries do lado dos vencedores são sempre, sempre omitidas. Mais, são inexistentes.
É, pois essa parte que eu relevo neste blogue. Para que nunca mais se diga que houve os "bons" (os nossos) e os "maus" (os fascistas).
Olhe se quer que lhe diga a minha opinião. Se uns mereceram a forca os outros deveriam ter tido o mesmo destino.
Por muito que isso o indigne essa é a verdade!
E olhe aproveito a sua última frase e que se me dá licença faço minha:
"É espantosa ( e triste ) a cegueira dos que teimam em não ver."
terça-feira, maio 29, 2007
Sarkozy não comemorou, claro ...
Fez a semana passada 63 anos que os ingleses atacaram (com 800 bombardeiros) as cidades de Lyon e de Marselha. Estas cidades não tinham defesa anti - aérea. A França era neutral!!!
Em Lyon 700 mortos e 20.000 desalojados.
Em Marselha cerca de 2.000 mortos.
No total - e no País Amigo (França) - os ingleses e os americanos mataram com os seus bombardeamentos 69.078 civis, (homens, mulheres e crianças).
Os bombardeamentos alemães em Inglaterra (país que declarou guerra à Alemanha) - e durante toda a guerra -causaram 60. 227 mortos.
E depois os outros é que são os maus da fita!!!
segunda-feira, maio 28, 2007
Obrigado Socrates
Eu acho que todos os pais e avós (destesto o termo actual de "encarregado de educação") deste país devem um grande agradecimento ao primeiro ministro.
O facto de ter "drenado" a educadora de infância Margarida Moreira para directora regional do norte da "educação" foi uma das suas medidas mais acertadas.
Imaginemos - por um minuto que seja e como num filme de terror - que a referida educadora estava a leccionar as nossas crianças. Meu Deus, pobres crianças.
Alguém que eu conheço bem e que também é - ela sim - uma "Educadora" costuma dizer (fora das horas de serviço, entenda-se!!!) que há professores que não só não deveriam ensinar crianças mas, sobretudo, nem sequer deveriam poder respirar para cima delas.
Não sei porquê mas esta parece-me das tais!
Abrir ou não abrir, eis a questão
O nonas (extraordinário Amigo) num postal de ontem resolveu declarar que eu tinha aberto o livro de memórias.
Esse é o problema:
Abro não abro? Já ou mais tarde?
Não sei! Acho tudo isso muito prematuro. Há muita gente viva e "bem colocada".
Prefiro ir contando pequenas aventuras, prestando algumas homenagens, o resto o tempo ditará.
Hoje vou homenagear um Homem, grande Pintor e Artista Plástico, que dirigiu a minha "evacuação" para Espanha.(Não cito o seu nome a pedido expresso da família).
Mas contemos um pouco da história: No 28 de Setembro sairam de Portugal, a salto para Espanha, largas centenas de camaradas e de outras pessoas. Essas passagens deram origem a algumas cenas caricatas e perigosas que poderiam ter posto em causa a vida e a segurança de tantos e tantos bons camaradas.
Foi então decidido fazer uma organização que se responsabilizasse por esse sector. A sua direcção foi atribuída a um grande Artista português que (para além das suas capacidades organizativas e conhecimento profundo das fronteiras continentais) tinha a seu favor o facto de ser praticamente desconhecido do mfa e pc.
E como ele trabalhou bem!
Quando fui confrontado com a informação (de fonte muito segura) que a minha prisão estava por dias pude contactar com a organização. Nunca vi tanto profissionalismo. Em menos de 48 horas estava em Espanha. E tudo, mas absolutamente tudo estava perfeito. Eu sabia que havia gente do mfa muito interessada em "falar comigo" por isso avisei a organização desse facto visto poder colocar em risco todo o sector. O nosso Homem não se preocupou e assim parti eu de Lisboa da zona da Av da República no dia 27 de Maio logo de manhã. Recordo a propósito um pensamento que na altura me ocorreu. Tinha sido naquela rua que eu doze anos antes tinha entrado, pela primeira vez, na sede do Jovem Portugal para aí conhecer o Zarco e iniciar a minha militância política.
Bom o resto é história. Passei calmamente a fronteira. Do outro lado - para além do Rodrigo Emílio e de um "bloguista que anda muito arredio dos postais" estava o nosso Pintor ao volante do seu carro para me conduzir a Madrid e a 16 longos meses de Exílio "à lareira de Castela". Mas isso são já outras histórias.
NB: os "Homens" eram tão profissionais nas evacuações que (segundo ouvi) até fizeram uma de avioneta!
domingo, maio 27, 2007
Memórias de um "salto"
Faz hoje 32 anos que eu (pela primeira vez) passei a fronteira continental a salto.
13 meses e dois dias depois do 25 do 4 tocou-me a mim. Uma coisa que eu nunca desejei - o exílio!
Do outro lado da fronteira à minha espera (e de outro camarada bem mais valioso que eu) estava o Rodrigo Emílio. Incansável, como sempre.
13 meses e dois dias depois do 25 do 4 tocou-me a mim. Uma coisa que eu nunca desejei - o exílio!
Do outro lado da fronteira à minha espera (e de outro camarada bem mais valioso que eu) estava o Rodrigo Emílio. Incansável, como sempre.
Sabendo do sucesso da minha passagem continuou na zona mais dois dias, (entrando e saindo diversas vezes em Portugal) para ajudar um valiosíssimo camarada a chegar a bom porto. Esse camarada não teve a minha sorte (as suas condições físicas e de saúde estavam depauperadas pelos meses e meses de prisões com que já contava).
O que quero aqui realçar de verdadeiramente importante é que o Rodrigo estava lá. O Rodrigo estava sempre presente quando era necessário.
sexta-feira, maio 25, 2007
Mon D(r)ieu
Sempre e sempre Drieu! Sempre me acompanhou.
Não há dúvida nenhuma: o mundo pertence aos apaixonados e aos desmedidos!
"Eles" começam a ver que dá dinheiro...
Começam a surgir um pouco por todo o mundo livros de homens do sistema que "descobrem a careca" aos supremacistas morais da nossa praça.
Talvez no seguimento das descobertas dos crimes americanos de tortura mas prisões de Bagdad, "eles" descobriram que era um bom filão financeiro acabar com o ensurdecedor silêncio dos vencedores.
Está bem, admito que muitos e muitos publicaram ao longo dos anos livros fundamentais, tais como "Os crimes dos bons", etc. Mas com uma difusão muita restrita. Algo mudou com Bacque e o seu "Other Losses". Mas continuava tudo muito no pequeno circuito. As editoras são pequenas, da difusão é melhor nem falar. Esses livros nem tem lugar nas bibliotecas universitárias, onde a investigação histórica bebe muito das suas fontes.
Mas algo mudou. Na Europa tem surgido livros e livros (de escritores de esquerda e altamente prestigiados como antifas de serviço) em que a verdade começa a vir ao de cima. No ano transacto tivemos o "romance" de Giampaolo Pansa (Il sangue dei vinti), sobre o pós 25 de Abril em Itália. Nada que não tivesse sido dito e escrito por centenas de autores. Só que sem programas de TV e discussões mediáticas. Acresce que foi publicado por uma das grandes editoras italianas, daquelas que vendem centenas de milhar de exemplares. (aos interessados informo que o Nonas tem)
Agora surgiu em Espanha "Un mundo en ruinas, 1945/46", David Solar, La esfera de los libros, 2007, 584 pag, 30 euros.
Já lhe passei os olhos em cima e recomendo que não vale a pena gastar dinheiro com ele. Como exemplo vale a pena ler a odisseia de Horthy (Regente da Hungria e que traiu Hitler) nas mãos dos americanos. na prisão de Mondfort, perto do Luxemburgo. a cargo do célebre coronel Paulus. A prisão a que os americanos chamavam "Ashcan" (balde de lixo) albergava a nata dos generais e dirigentes políticos dos vencidos e em que a convenção sobre prisioneiros de guerra sempre foi letra morta.
No entanto e logo no primeiro capítulo o "historiador e jornalista" espanhol espalha-se ao comprido com a descrição da execução de Mussolini e de Clara Petacci. Ao fim e ao cabo retoma a velha e gasta "história oficial" que os comunistas italianos difundiram no final da guerra. Nem toda a investigação levada a cabo por Pisanó e tantos outros o comoveu. Nem sequer os novos elementos da autópsia que demonstram a impossibilidade da história da carochinha da execução do Duce.
Sobre a mais que provável violação de Clara Petacci, nem uma palavra. Quem quiser saber mais não leia este livro. Recomendo-vos outro livro (que o do costume também tem ...): "Gli ultimi cinque secondi di Mussolini" de Pisanó.
quinta-feira, maio 24, 2007
Nimier, sempre Nimier
"Quando os homens deste planeta forem um pouco mais dificeis, far-me-ei naturalizar humano. Enquanto aguardo prefiro continuar fascista, mesmo que isso seja barroco e fatigante"
Roger Nimier
Dever de Memoria - II
Há 25 anos morria Pierre Clémenti. Nascido a 28 de Maio de 1910, foi operário metalúrgico antes de se tornar jornalista no "La Répubique", jornal socialista radical. A sua militância na esquerda durou poucos anos. Depois do 6 de Fevereiro de 1934 criou o Partido Francês Nacional Comunista, que passou a editar o jornal "Le Pays Libre".
O seu partido sofre, contudo, uma grande cisão motivada pela entrada em cena do Partido popular Francês de Jacques Doriot, ao qual aderem as centenas de operários (sobretudo metalúrgicos) que constituiam a sua base de apoio.
Cada vez mais isolado Clémenti renomeia o seu partido como "nacional colectivista". Mas sem ter qualquer efeito prático. É então que decide aderir ao projecto da fundação da Legião de Voluntários Franceses contra o bolchevismo (18 de Julho de 1941)
Disse então: "Não foi a França que foi batida, mas sim o bando de malandros, judeus e capitalistas" e que "a única forma de provar a sua verdade é arriscar a pele".
Como Doriot combate na frente de Leste em 1942 e 43. Após a invasão de França pelos americanos e ingleses vai para a Alemanha onde continua o seu combate.
No final refugia-se na Península Ibérica e continua a sua luta política. Foi um dos fundadores do movimento "Ordre nouveau".
Morreu esquecido em 1982.
quarta-feira, maio 23, 2007
segunda-feira, maio 21, 2007
Que mil virgens...
... se arrojem a vossos pés todas as noites ansiando por vós serem possuídas!
Que mil estrelas estiolem de inveja face ao vosso brilho!
Que mil pétalas cubram os lugares onde vossos pés passaram!
Que mil otas sejam construídas para vos glorificar!
Que mil estátuas cobertas de ouro vos sejam erigidas para que todos vos possam admirar!
Tudo e tudo por vós Grande Arquitecto do Universo! (ou melhor Grande Engenheiro do Universo)
Tudo por vós JOSÈ SÒCRATES!!! Verdadeiro Farol de Alexandria que iluminas as nossas vidas!
Pois eu (que sou um vosso leal e devotado servo) estou danado! Danadíssimo! Furibundo!!!
Como é que aquela vossa admiradora do Porto tratou com tanta brandura aquele facínora, aquele bandido que ousou dizer uma "graçola" sobre vós. Sim só lhe pôs um processo disciplinar, queixou-se ao Ministério Público, mandou-o embora (escorraçou-o) para a Escola. Que brandura meu Deus!
Sinto-me possuído da raiva vingadora do Marquês de Pombal contra os Távoras. Sinto-me possuído pela crueza de Pedro quando arrancou o coração dos assassinos da bela Inês!. Como os invejo. Aqueles sim sabiam tratar dos incréus! Não não precisavam da polícia, dos processos disciplinares. Faziam justiça e pelas próprias mão.
Eles não perceberam ainda as magníficas palavras dos vossos mais devotos servidores:
"Quem se mete com o PS leva!"
"Habituem-se"!!!
Que mil estrelas estiolem de inveja face ao vosso brilho!
Que mil pétalas cubram os lugares onde vossos pés passaram!
Que mil otas sejam construídas para vos glorificar!
Que mil estátuas cobertas de ouro vos sejam erigidas para que todos vos possam admirar!
Tudo e tudo por vós Grande Arquitecto do Universo! (ou melhor Grande Engenheiro do Universo)
Tudo por vós JOSÈ SÒCRATES!!! Verdadeiro Farol de Alexandria que iluminas as nossas vidas!
Pois eu (que sou um vosso leal e devotado servo) estou danado! Danadíssimo! Furibundo!!!
Como é que aquela vossa admiradora do Porto tratou com tanta brandura aquele facínora, aquele bandido que ousou dizer uma "graçola" sobre vós. Sim só lhe pôs um processo disciplinar, queixou-se ao Ministério Público, mandou-o embora (escorraçou-o) para a Escola. Que brandura meu Deus!
Sinto-me possuído da raiva vingadora do Marquês de Pombal contra os Távoras. Sinto-me possuído pela crueza de Pedro quando arrancou o coração dos assassinos da bela Inês!. Como os invejo. Aqueles sim sabiam tratar dos incréus! Não não precisavam da polícia, dos processos disciplinares. Faziam justiça e pelas próprias mão.
Eles não perceberam ainda as magníficas palavras dos vossos mais devotos servidores:
"Quem se mete com o PS leva!"
"Habituem-se"!!!
sexta-feira, maio 18, 2007
Júdice - Costa: a luta contínua
Não, não é gralha. É mesmo contínua e não continua.
No parágrafo 217 das "Investigações Filosóficas", Wittgenstein escreve:
"Se esgotei as justificações, então é porque já estou a escavar na rocha, e a minha pá entorta-se. Estou então inclinado a dizer: 'É assim que eu procedo'". E que mais há a dizer?
Como recordo Rodrigo Emílio em Campamento dizendo-lhe (certeiramente) na cara algumas verdades já bem evidentes.
A propósito e para quem quiser conhecer bem o mandatário do Costa recomendo-lhes a leitura de uma entrevista por ele dada a Maria João Avilez. Está na página Universidade de Coimbra - Centro de Documentação 25 de abril. Depois é só procurar.
No parágrafo 217 das "Investigações Filosóficas", Wittgenstein escreve:
"Se esgotei as justificações, então é porque já estou a escavar na rocha, e a minha pá entorta-se. Estou então inclinado a dizer: 'É assim que eu procedo'". E que mais há a dizer?
Como recordo Rodrigo Emílio em Campamento dizendo-lhe (certeiramente) na cara algumas verdades já bem evidentes.
A propósito e para quem quiser conhecer bem o mandatário do Costa recomendo-lhes a leitura de uma entrevista por ele dada a Maria João Avilez. Está na página Universidade de Coimbra - Centro de Documentação 25 de abril. Depois é só procurar.
quinta-feira, maio 17, 2007
Desvendo o misterio
Pois como o hno está a ser vítima das habituais brincadeiras do nonas, aqui vai a pista final.
Quando num postal anterior relatei o roubo de livros disse que os mesmos estavam assinados José Carlos (o meu verdadeiro nome).
Assim é fácil
Quando num postal anterior relatei o roubo de livros disse que os mesmos estavam assinados José Carlos (o meu verdadeiro nome).
Assim é fácil
Sinto-me honrado
E sinto porque tendo entrado de pantufas nesta aventura bloguista nunca pensei que o mesmo tivesse não só a audiência que está a ter, mas sobretudo por ter recebido o "Selo de Garantia de Qualidade" do camisa negra. É como ter o selo do IPQ.
Nunca pensei.
Surpreendeu-me o hno não me ter ainda identificado. Com o que eu vou dizer a seguir talvez lá chegue.
Vou hoje revelar, pela primeira vez, a razão do título desta página.
Fez há uns dias 33 anos o Rodrigo Emílio e eu (e mais uns tantos que, por vergonha, não cito) saímos de uma reunião na Junta de Energia Nuclear com o General Kaulza de Arriaga.
Tinhamos sido convocados por ele para oficialmente o "aconselharmos". Na prática ele queria vender-nos a ideia de formar um partido. Rodrigo Emílio (e mais algumas pessoas) disse-lhe franca e lealmente que ele era General (comandante de tropas) e não um político. Por isso tivesse uma actuação consentânea. Mais adiantamos que muito ainda estava intacto e contando com a ligação com Luís Fernandes em Moçambique, ainda tudo era possível. No decorrer da conversa houve um facto que mais razão nos deu. Kaulza recebeu uma chamada telefónica a informá-lo que iria ser corrido de General no activo. Ele ficou bastante combalido. E por aí, sem honra nem glória, acabou a reunião. Cada qual saiu de lá com as ideias que já tinha. Alguns foram ajudar a formar o tal partido político, outros, contudo, decidiram continuar a conversa noutro local.
O Rodrigo não tinha dúvidas nenhumas sobre o futuro próximo e que era necessário prepararmo-nos para o pior. Daí ao delinear de uma estratégia múltipla foi um passo. Depois de algumas horas num solitário banco de jardim (no Principe Real) fomos para casa de António de Séves onde foram distribuídas diversas tarefas. A mim coube-me uma que (para já) omito.
No final da reunião acordámos os procedimentos de segurança a ter. É nessa altura que o Rodrigo me crismou de "Manlius", nome que me acompanhou quer na semi-clandestinidade quer na clandestinidade propriamente dita. Só perdi esse nome quando tive de ir para o exílio.
Foi, pois, em homenagem ao Rodrigo Emílio que adoptei este nome. Aliás a primeira razão desta página foi manter um local de homenagem permanente ao Amigo - Irmão.
Voltarei ao assunto
2007 ou 1867?
Roubado ao "Magazine de Grande Informação" hoje distribuído:
"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não tem a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política e acaso, política de compradio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por previlégio e influência da camarilha, será possível conservar a sua independência?"
Eça de Queiroz, 1867, in "O distrito de Évora
"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não tem a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política e acaso, política de compradio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por previlégio e influência da camarilha, será possível conservar a sua independência?"
Eça de Queiroz, 1867, in "O distrito de Évora
quarta-feira, maio 16, 2007
Eu fumador me confesso - 2
Como já declarei sou fumador e (também) provocador. Detesto os politicamente correctos.
E vou chateá-los um pouco. Ou talvez muito!
Este postal é mesmo para os chatear muitíssimo!
Eu fumador me confesso
Eu sou fumador e assumo-o!
Nunca por nunca ser fui moralista e chateiam-me muito esses personagens.
Já sei que vou ser perseguido como um facínora quando a lei dos sores deputados entrar em vigor. Mas já passei por pior.
Quero aqui protestar é por outro assunto.
O sor ministro (da sinistra) da saúde anda bastamente distraído, mas eu que sou um defensor acérrimo do serviço público cá estou para lhe dar a informação:
Dia 11 deste mês li (com redobrada atenção) este texto saído nos media. Como estou imbuído do espírito de "bufo" que o governo incentiva para os funcionários públicos (e apesar de o não ser) não quero deixar de bufar. Aí vai:
Estudo foi realizado pela Escola de Saúde Johns Hopkins (publicado em The New England Journal of Medicine)
As pessoas que, ao longo da sua vida, praticaram sexo oral com mais do que cinco parceiros têm 250% mais hipóteses de sofrer de cancro na garganta do que aquelas que não praticam sexo oral.
De acordo com um estudo realizado na Escola de Saúde Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, isto deve-se ao facto de o Papilomavirus Humano (PVH) poder ser transmitido também através do sexo oral. O papilomavírus é responsável por infecções em cerca de 80% das mulheres sexualmente activas e está implicado na maioria dos cancros cervicais (no útero).
Os investigadores recolheram amostra de sangue e saliva de cem homens e mulheres a quem foi recentemente diagnosticado cancro na região da garganta e faringe e de 200 outros indivíduos saudáveis. As análises revelaram quantos destes indivíduos tinham sido já infectados com PVH. Além disso, todos os participantes neste estudo responderam a um questionário sobre a história clínica da família, os seus hábitos sexuais e outros factores de risco, como o contacto com álcool e tabaco.
Os cientistas chegaram assim à conclusão que as pessoas já infectadas com PVH tinham 32 vezes mais probabilidades de contrair cancro na garganta. Esse número aumentava para 58 vezes mais probabilidades para aqueles que foram infectados com PVH-16, uma estirpe particularmente agressiva do vírus.
O estudo também revelou que, através do PVH, há uma ligação entre o sexo oral e o cancro na garganta: as pessoas que já praticaram sexo oral com um a cinco parceiros em toda a sua vida têm aproximadamente o dobro das hipóteses de contrair a doença do que quem nunca fez sexo oral. Com seis ou mais parceiros, as probabilidades são 250% superiores.
Ora isto leva-me à seguinte questão.
Será que os sores deputados vão proibir (também) o sexo oral nos locais públicos - cafés, bares, cabarets e locais de trabalho (assembleia da república incluída)?
Sim porque ou há moralidade ou comem todos
Nunca por nunca ser fui moralista e chateiam-me muito esses personagens.
Já sei que vou ser perseguido como um facínora quando a lei dos sores deputados entrar em vigor. Mas já passei por pior.
Quero aqui protestar é por outro assunto.
O sor ministro (da sinistra) da saúde anda bastamente distraído, mas eu que sou um defensor acérrimo do serviço público cá estou para lhe dar a informação:
Dia 11 deste mês li (com redobrada atenção) este texto saído nos media. Como estou imbuído do espírito de "bufo" que o governo incentiva para os funcionários públicos (e apesar de o não ser) não quero deixar de bufar. Aí vai:
Estudo foi realizado pela Escola de Saúde Johns Hopkins (publicado em The New England Journal of Medicine)
As pessoas que, ao longo da sua vida, praticaram sexo oral com mais do que cinco parceiros têm 250% mais hipóteses de sofrer de cancro na garganta do que aquelas que não praticam sexo oral.
De acordo com um estudo realizado na Escola de Saúde Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, isto deve-se ao facto de o Papilomavirus Humano (PVH) poder ser transmitido também através do sexo oral. O papilomavírus é responsável por infecções em cerca de 80% das mulheres sexualmente activas e está implicado na maioria dos cancros cervicais (no útero).
Os investigadores recolheram amostra de sangue e saliva de cem homens e mulheres a quem foi recentemente diagnosticado cancro na região da garganta e faringe e de 200 outros indivíduos saudáveis. As análises revelaram quantos destes indivíduos tinham sido já infectados com PVH. Além disso, todos os participantes neste estudo responderam a um questionário sobre a história clínica da família, os seus hábitos sexuais e outros factores de risco, como o contacto com álcool e tabaco.
Os cientistas chegaram assim à conclusão que as pessoas já infectadas com PVH tinham 32 vezes mais probabilidades de contrair cancro na garganta. Esse número aumentava para 58 vezes mais probabilidades para aqueles que foram infectados com PVH-16, uma estirpe particularmente agressiva do vírus.
O estudo também revelou que, através do PVH, há uma ligação entre o sexo oral e o cancro na garganta: as pessoas que já praticaram sexo oral com um a cinco parceiros em toda a sua vida têm aproximadamente o dobro das hipóteses de contrair a doença do que quem nunca fez sexo oral. Com seis ou mais parceiros, as probabilidades são 250% superiores.
Ora isto leva-me à seguinte questão.
Será que os sores deputados vão proibir (também) o sexo oral nos locais públicos - cafés, bares, cabarets e locais de trabalho (assembleia da república incluída)?
Sim porque ou há moralidade ou comem todos
terça-feira, maio 15, 2007
lenine, estaline, racine...
Eu vou uma vez mais faltar ao prometido. Como os leitores recordarão eu disse noutro dia que não voltaria a falar sobre a apreensão de livros pelos colossos culturais.
Mas boas contas faz o preto ...
Mas eu conto. Tive um encontro (inesperado de todo) com um conhecido que já não via pelo menos desde os anos 80. Trata-se de alguém que pertence de alguma maneira aos quadros policiais (tanto quanto me recordo parece que é da PJ).
Conhecemo-nos nos idos de 74/75 no período quente e dele guardo algumas (poucas) recordações.
Bom a conversa do costume. Como vais? A Família? etc... Bom até aqui tudo bem.
Como ainda não tinha digerido a apreensão dos livros falei-lhe disso e disse-lhe do meu profundo desacordo com essa atitude policial. Retorquiu-me com uma conversa esquisita sobre o elemento probatório dos livros apreendidos, patati, patata! Foi a minha vez de contrapor dizendo-lhe, por exemplo, que se a polícia fosse a minha casa poderia incriminar-me de tudo o que quizesse: ou de comunista (de diversas facções e tendências), "fascista" (também de praticamente todas as facções), de anarquista, de democrata cristão, de socialista, etc. E se fossemos para os livros não políticos idem idem aspas aspas. Se me apreendessem livros de poesia podia ser acusado de tudo: desde pedófilo (livros de António Botto) até tarado sexual (diversos), e assim sucessivamente.
Mas a opinião dele mantinha-se. Decidi então contar-lhe uma historieta que me foi contada nos velhos tempos do Café Aviz.
Estória essa que eu vou compartilhar com os meus estimados leitores:
Um dia a PIDE resolveu foi a casa de alguém. Fez uma série de apreensões, nomeadamente de livros. O agente que procedeu a essa apreensão foi mostrar ao chefe (inspector?) o auto de apreensão. O chefe leu e ficou banzado. E perguntou ao agente porque tinha apreendido livros de Racine. O agente não se descompôs e disse: "olhe Lenine, Estaline e Racine é tudo a mesma coisa!".
Bom como o chefe era um homem inteligente e culto mandou imediatamente devolver os livros (entre os quais os de Racine) aos legítimos proprietários. (e deve ter dado umas boas gargalhadas...)
Bem o meu conhecido ficou na mesma. Não percebeu a piada. Encolheu os ombros. E por aí ficou a conversa.
Conclusão desta conversa. Todas as polícias são iguais. O nível é igual cinquenta anos depois. Só que agora não há nenhum chefe inteligente e culto como havia (alguns) no tempo da pide.
NB: Para os colossos culturais que não perceberam a piada passo a explicar que Lenine e Estaline são dois comunistas que foram muito importantes para o movimento comunista internacional. Viveram a cavalo entre o século XIX e XX. Racine, Jean era um francês, autor de peças teatrais que viveu no século XVII. Assim já percebem?
segunda-feira, maio 14, 2007
Vem cá baixo Marquês ... que eles estão cá outra vez
É a segunda vez que utilizo este título.
A primeira foi em 1973, aquando do julgamento dos padres da Beira (que negaram a entrada da Bandeira Nacional naquela Igreja moçambicana) - e perante o desespero da hierarquia, danada pelo facto da Comissão de Censura não ter cortado a ofensa.
Hoje volto à mesma.
Pelo Nonas e pelo "Sol" (que alumia os bem pensantes da nossa praça) soube da atitude do Opus Dei contra um Senhor que não conheço, mas sei, pelos jornais, ser um líder do PNR.
Nada que não seja vulgar neles.
Aliás é sempre bom regressar aos Mestres. Quem não se lembra do Mestre Alfredo Pimenta a comentar a atitude cobarde e vergonhosa da hierarquia católica face ao ignomioso tratamento a que foram votados aqueles mesmos que tinham permitido e assinado o Tratado de Latrão.
Mas enfim, como diz a sabedoria popular: "a boa acção fica para quem a pratica"!!
E depois admiram-se de eu preferir o Copus Night ao Opus Dei...
Lembrando Brasillach ... e Goulart Nogueira
A magnífica tradução do poema de Brasillach "Mon Pays me fait mal"
O MEU PAÍS FERIU-ME
O meu país me dói, pois que enche os seus caminhos,
Que lança filhos seus entre as águias sangrentas,
Que põe soldados seus em combates mesquinhos,
E dá ao céu azul um sol de armas violentas.
O meu país me dói em este tempo escuro,
Com juramentos vãos, com o quebrar dos laços,
Com a sua fadiga e as núvens do futuro,
Com os seus fardos de peso a entorpecer-lhe os passos.
O meu país me dói, ao ser dúplice e vário,
Ao abrir o oceano para os navios cheios,
Ao abater na morte o marujo e o corsário,
Ao apagar, ligeiro, os erguidos esteios.
O meu país me dói pelos seus exilados,
E tanto calabouço e p‘los filhos perdidos,
Por cada prisioneiro entre arames farpados,
E pelos que estão longe e hoje desconhecidos.
O meu país me dói pelas terras em chamas,
Dói-me sob o inimigo e dói sob o aliado,
Dói-me em seu corpo e alma e dói-me com os seus dramas,
Dói-me sob a grilheta onde está subjugado.
O meu país me dói por toda a mocidade
Sob estandarte estranho e dispersa em parcelas,
Perdendo um jovem sangue a cumprir em verdade
As promessas de quem já nem cuidava delas.
O meu país me dói, pois vejo tantos fossos
Cavados por fuzis que os irmãos empunharam,
Dói-me ver usurpar até ao sangue e aos ossos,
O salário mais justo e os que renunciaram.
O meu país me dói, a escravizar-se, exangue;
Por seus carrascos de ontem e pelos que hoje há,
O meu país me dói, a lavar-se com sangue;
O meu país me dói. Quando se curará?
Versão em língua portuguesa de Goulart Nogueira
O MEU PAÍS FERIU-ME
O meu país me dói, pois que enche os seus caminhos,
Que lança filhos seus entre as águias sangrentas,
Que põe soldados seus em combates mesquinhos,
E dá ao céu azul um sol de armas violentas.
O meu país me dói em este tempo escuro,
Com juramentos vãos, com o quebrar dos laços,
Com a sua fadiga e as núvens do futuro,
Com os seus fardos de peso a entorpecer-lhe os passos.
O meu país me dói, ao ser dúplice e vário,
Ao abrir o oceano para os navios cheios,
Ao abater na morte o marujo e o corsário,
Ao apagar, ligeiro, os erguidos esteios.
O meu país me dói pelos seus exilados,
E tanto calabouço e p‘los filhos perdidos,
Por cada prisioneiro entre arames farpados,
E pelos que estão longe e hoje desconhecidos.
O meu país me dói pelas terras em chamas,
Dói-me sob o inimigo e dói sob o aliado,
Dói-me em seu corpo e alma e dói-me com os seus dramas,
Dói-me sob a grilheta onde está subjugado.
O meu país me dói por toda a mocidade
Sob estandarte estranho e dispersa em parcelas,
Perdendo um jovem sangue a cumprir em verdade
As promessas de quem já nem cuidava delas.
O meu país me dói, pois vejo tantos fossos
Cavados por fuzis que os irmãos empunharam,
Dói-me ver usurpar até ao sangue e aos ossos,
O salário mais justo e os que renunciaram.
O meu país me dói, a escravizar-se, exangue;
Por seus carrascos de ontem e pelos que hoje há,
O meu país me dói, a lavar-se com sangue;
O meu país me dói. Quando se curará?
Versão em língua portuguesa de Goulart Nogueira
sexta-feira, maio 11, 2007
Para acabar de vez com a Cultura
O título deste postal fui buscá-lo a um livro de Woody Allen! Sim só me lembrei de Woody quando se concretizou a ligação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Teatro de S. Carlos e Companhia Nacional de Bailado num mesmo organismo.
A imagem é de wehavekaosinthegarden.blogspot.com
lasciate ogni speranza voi ch'entrate ...
« A democracia exclui a verdadeira disciplina. A democracia quer dizer igualdade no mal e na morte. Um povo que se fia na democracia demite-se de todas as esperanças de futuro: opta pelo cemitério."
Charles Maurras. 1 Dezembro de 1923.
quinta-feira, maio 10, 2007
As cabeças charradas
Não, não é mais uma gralha em que este bolgue é useiro e vezeiro. Não falo em cabeças rapadas, mas sim nas verdadeiramente charradas.
Mas eu passo a contar. Ontem à noite quando regressava a casa cansado de um dia intenso de trabalho encontro um velho conhecido berloquista (bastamente trotsquista) que me convidou para assistir a uma conferência sobre a semana de Maio de 1937 em Barcelona. E lá fui eu.
Bom quando entrei naquele reduto berloquista quem ía ficando charrado era eu (mas saí são e salvo..).
Mas vamos ao que eu queria contar. Tratava-se de uma conferência homenagem aos catalães anarquistas da FAI/CNT e principalmente aos do POUM (partido trotskista) que o bom do Zé Staline e seus acólitos se encarregaram de dar cabo, aproveitando a guerra dentro da guerra que ocorreu entre 3 de Maio e Junho de 1937, data em que Andres Nin foi liquidado nas checas comunistas de Madrid.
O que eu gostei mesmo foi do teor das conferências. No seguimento daquele americano Moore, ou lá como ele se chama, os conferencistas aproveitaram para vir com uma nova teoria (conspirativa, é claro). Segundo eles os responsáveis pelo assalto dos republicanos à Telefónica de Barcelona não foram os comunistas (como até agora se tem afirmado), mas sim os fascistas infiltrados. Bem eu não sabia se havia de rir às gargalhadas ou então se devia só sorrir. Mas olhando à volta e vendo todas aquelas cabeças charradas, em êxtase, (sim porque afinal a culpa era dos fascistas...) achei por bem colocar o meu ar circunspecto. Saí de lá perfeitamente estarrecido com a falta de qualidade daquela gente. As vulgaridades, o olhar as coisas pela rama. Até Trotsky saiu de lá tão mal tratado.
Ou seja uma noite perdida.
quarta-feira, maio 09, 2007
Bad Reichenallz - ou a supremacia moral deles
Fez ontem anos (já com a guerra acabada) que o General Leclerc mandou fuzilar 12 soldados franceses da LVF (que lutaram contra o bolchevismo ao lado de outros europeus, sob o comando alemão).
Julgamento, ou mesmo simulacro, não houve. Houve o poder único da vontade de um general (multicondecorado e aplaudido anos a fio). Como não gostou que os prisioneiros lhe respondessem na mesma forma (também o senhor usa um uniforme estrangeiro - o americano), decidiu ali mesmo que eles fossem todos fuzilados (pelas costas!). A resistência dos condenados foi determinante para que a morte lhes fosse dada cara à cara.
Pasqua sabe-a toda ...
Pois é Charles Pasqua - o político francês que "inventou" e promoveu Sarkozy - teve uma tirada de génio.
Vale a pena guardar para a posteridade as suas palavras:
"Les promesses des hommes politiques n'engagent que ceux qui les reçoivent", ou em tradução livre:
As promessas dos homens políticos só comprometem aqueles que nelas acreditam!
Está tudo dito!
Vale a pena guardar para a posteridade as suas palavras:
"Les promesses des hommes politiques n'engagent que ceux qui les reçoivent", ou em tradução livre:
As promessas dos homens políticos só comprometem aqueles que nelas acreditam!
Está tudo dito!
terça-feira, maio 08, 2007
À atenção dos "quadrilheiros"
Um vídeo explícito. De uma violência rara. Não recomendável a pessoas sensíveis!
A extrema direita ataca de novo.
Fui ao veterinario - ou as feministas ao rubro
No sábado passado fui ao veterinário. Nada de grave com a minha cadela. Apenas as vacinas e a consulta de rotina. A minha cadela é uma cadela possante, adorável com as pessoas, mas dominante e brava como poucas. A herança genética de defensora de rebanhos contra lobos e ursos está bem vincada. Não tem medo de nada. De nada, não. Tal como no Asterix tem medo que o veterinário "lhe caia em cima". Quando entra naquela casa, fica murcha, esconde-se debaixo da cadeira em que estou sentado (não faço ideia como é que ela consegue dado a seu tamanho), silenciosa e de orelhas murchas.
Tal situação coloca-me na posição de ter de ler algo enquanto espero pela consulta. As revistas que se encontram lá são todas do mesmo género. As caras, as vips, as holas, as elles, etc. Não tenho pachorra nenhuma para aquilo. Mas mais vale desfolhar as revistas do que estar entediado (ainda por cima com uma cadela tremelicante por baixo das minhas pernas).
E no meio desse desfolhar dei de caras com a revista Elle (sim essa mesmo - a ponta de lança do feminismo francês "a outrance") de 4 de Setembro de 2006. A revista estava em pânico!
Primeiro o título da reportagem: "Estados Unidos: Socorro! Volta a mãe perfeita".
De seguida a apresentação: "Mas que se passa nos EUA? Para criarem e educarem os seus filhos, elas abandonam tudo, primeiro a sua carreira, depois a sedução e mesmo a sexualidade. Um fenómeno retrógado que revolta a jornalista Judith Warner. Acaba de publicar "Mães à beira de uma crise de nervos" (Albin Michel). Entrevista"
De seguida a jornalista americana fala com a jornalista francesa (ambas bestialmente feministas) e lança o grito de alarme contra o reaccionarismo que se está a verificar nos States.
O regresso da mãe perfeita que trata totalmente da educação dos filhos é uma realidade que não para de crescer na terra do tio sam. Todos os anos milhares e milhares de mulheres optam por essa via. È o grito de desespero de todas as feministas. A americana pensava – a princípio – que esta vaga de “fascismo masculino” se resumia a grandes cidades e à classe burguesa. Qual não foi o seu espanto quando verificou que essa tendência (que começou por volta dos anos 90) era transversal a todas as classes, espalhava-se também pelas comunidades rurais e – crime dos crimes – a todas as origens étnicas. È o fim. Este seu livro é, pois, um manifesto de combate contra esta nova forma de opressão e a sua edição na Europa é um aviso à navegação do que se pode vir a passar no velho continente.
Enfim, como calculam, não pude copiar toda e entrevista. Também não ia “roubar” a revista. Mas recomendo-vos. Caso vão a algum consultório (onde estão essas coisas) não deixem de tentar encontrar a revista e ler a entrevista. Olhem que vale a pena.
segunda-feira, maio 07, 2007
Estou furibunda!!!
Como hoje de manhã estavam umas "jornalistas" quando, na rádio, falavam da derrota-banhada dos socialistas na Madeira.
A propósito "aaa - ddo - reiii" o facto dos nossos democratas terem introduzido oficialmente um "palhaço" na campanha eleitoral. Que aquilo era tudo um palhaçada - já todos nós sabíamos. Mas eles assumirem-no???
A propósito e para quem não saiba o "palhaço" deu um deputadozinho ao partido que o contratou. É só aprenderem a lição.
A grande rameira
Sarkozy numa manobra habitual "neles" veio já dizer que esta sua eleição foi como um Sim categórico à europa dos mercadores.
Estão-se a confirmar os piores receios. A propósito viram a rapidez de Bush a saudar "mon ami sarkozy".
Excelente o postal do Jantar das Quartas sobre a comemoração de vitória dos "franceses". A ver. É imperdível.
Que saudades de Louis de Funés.
Estão-se a confirmar os piores receios. A propósito viram a rapidez de Bush a saudar "mon ami sarkozy".
Excelente o postal do Jantar das Quartas sobre a comemoração de vitória dos "franceses". A ver. É imperdível.
Que saudades de Louis de Funés.
Marcha do orgulho da Familia
Realizou-se sábado em Bruxelas - com a participação de poucas centenas de europeus a Marcha do Orgulho da Família. O silêncio dos meios de comunicação social foi total. O nível de participação foi ridículo. No entanto o que é preciso é começar.
A propósito, no próximo sábado (à mesma hora e no mesmo local) realiza-se a marcha do orgulho "gay". Os jornais não falam de outra coisa. As TV vão lá estar todas.
Conclusão: "eles" gostam mais de estar junto dos maricas do que junto das famílias. Freud talvez explique isso!
quinta-feira, maio 03, 2007
Tudo menos Sarkozy - III
Agora que a OPA dos americanos sobre a Europa está prestes a ter sucesso devem os franceses engolir sapos (tapar os olhos como dizia Cunhal) e votar no mal menos péssimo. Eu ainda acredito!
quarta-feira, maio 02, 2007
skins neo nazis em Macau?
Macau, Cidade do Santo Nome de Deus. 1º de Maio de 2007.
Dia do Trabalhador
Um grupo de trabalhadores de Macau protesta contra os emigrantes que lhes roubam os postos de trabalho.
Isto, garanto-vos, tem a ver com a malévola influência dos skinheads e do PNR (e não nos esqueçamos do Le Pen) junto da comunidade chinesa de Macau.
Eu (se fosse do governo) encarregava os inspectores da Direcção de combate aos bandidos para irem a Macau (com ajudas de custo, claro) estudar os livros que eles (os macaenses) andam a ler. De certeza que lêem o Triunfo dos Porcos.
PS (salvo seja): viram os manifestantes? tem pinta de nazis. Aquele que ia preso parece mesmo o Presidente do PNR. E aqueles símbolos? Devem ser neo nazis! E as bandeiras amarelas? Ou são do Beira Mar, do Estoril Praia ou então deve ser uma cor nazi!!!
Hoje apetece-me dizer bem! Merece-o
Li hoje, com interesse, um artigo do Professor Marçal Grilo no Público. Em resumo, ele dizia bem! Bem do que é bom em Portugal, daquilo que nos pode encher de orgulho. Tudo o que é mau ficou de fora. Até que enfim que um "opinion maker" navega nestas águas.
Pois a mim também me apetece dizer bem. E vou dizer bem do Professor Grilo por um facto pouco conhecido. Acho que o próprio é capaz de nem se lembrar.
Um dia lá por 1998 apanhei o Professor Marçal Grilo a jeito numa conversa sobre música. (era ele então Ministro socialista da Educação) E eu que nunca costumo pedir nada resolvi chamar-lhe a atenção para o facto da Guitarra Portuguesa não estar a ser ensinada quer nos Conservatórios quer nas Escolas Superiores de Música. O que era um "crime" (disse-lhe eu). Pensei que lhe tinha entrado a 100 e saído a 500, como agora se diz.
Pois qual o meu espanto quando poucos meses depois o problema (burocrático, apenas burocrático...) estava resolvido e o ensino do Cordofone lusitano por excelência, estava não só legalizado, como também dinamizado.
Viu-se que para Marçal Grilo também a Tradição e a Identidade eram importantes.
Bem haja!
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