terça-feira, janeiro 26, 2010

Hoje estou alegre e triste




Feliz por estar vivo, por poder mover-me, por ouvir as minhas músicas, por falar, escrever, ler os meus livros, estar com os meus amigos, beber, contemplar, tentar descortinar o belo em tudo o que me rodeia, por vezes “fazer amor”, ou pelo menos, algo que se lhe aparente.

Mas também triste. Por habitar uma época e um local sem fé e sem grandeza, triste pelo “moribundar” de quase todos os que me rodeiam, enleados em falsas vidas, exigindo a todo o custo a aparente felicidade. Pessoas que não vêem, não sentem a vacuidade e a banalidade de uma vidinha da treta.

Às vezes a nulidade de toda esta circunstância aterradora do “nada” cega-me, mas, por outro lado, em vez de ser um obstáculo ou um pesado fardo, dá-me a gasolina necessária para alimentar o motor que me faz Viver, travar os meus combates, as minhas “cóleras” e as minhas veleidades de estar sempre de pé no meio de tudo o que colapsa e se torna uma ruína.

Conclusão; quando hoje de manhã me perguntaram, no café, se eu estava bem, tendo como resposta distraída e bem educada: bem obrigado, eu estava na realidade a dizer que apesar de tudo eu estou mais alegre que triste! E que amo verdadeiramente a Vida!

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