Desde a minha mais profunda juventude acompanhei empenhadamente o mundo sindical. As minhas primeiras investidas politicas (jovem de 14 anos) foram na área do Nacional Sindicalismo.
Não perco um 1º de Maio (excepto no PREC). Contudo – hoje e há muitos anos – não sou sindicalizado.
No entanto tenho reflectido bastante sobre os sindicatos, a sua função num mundo em mudança, num tempo diferente e com condições diversas.
Na altura da última “greve geral” (que afectou – pouco - a Função Pública) assisti incrédulo à destruição (na Televisão) do Secretario Geral da CGTP. Raramente vi um “linchamento mediático” tão profundo. Pareciam lobos a atirarem-se a uma pobre, ferida e indefesa presa.
Fiquei atónito. Pensei cá para os meus botões que aquilo só tinha acontecido em virtude do PC ir descartar-se de Carvalho da Silva. A preparação do Congresso da CGTP deu-me quase essa certeza. Mas eis senão que a ovelha volta ao redil e para ostracizar as correntes berloquistas ele fazia falta.
Assisti esta ano ao 1º Maio da CGTP. Fiquei incomodado. Muitos (a maioria) reformados – eleitorado típico do PC. Uma área (reservada) para a juventude. Á porta controleiros que impediam a entrada aos “penetras berloquistas”. Quantidades ínfimas de jovens. Jovens pioneiros e poucos – muito poucos – mais. Os movimentos anti precariedade (FERVE, etc.) dominados pelo bloco, logo sem representatividade ou visibilidade. Vi mesmo hostilidade. Ou seja os sindicatos como correia de transmissão do partido. E bem controlado.
Continuei a minha meditação. Li os últimos números de sindicalizados. É assustador. Tirando os sindicatos da função pública e local e professores, o movimento sindical morreu.
E isto na CGTP. Na UGT ainda é pior. Os sindicatos já só existem para justificar os acordos e a “concertação social”.
Acabada a mama do fundo social europeu com que o governo cavaquista subsidiou os sindicatos, hoje o panorama é desolador.
Em desespero de causa hoje o senhor lá da UGT veio com a ideia peregrina de criar mais um imposto. Ou seja cada trabalhador não sindicalizado pagaria 0,65% do seu vencimento para os sindicatos, porque (segundo eles) beneficia das revisões dos CCT.
Isto é, os sindicatos ficariam milionários em poucos meses. São milhões de contos por mês!!!
Ou seja em vez de trabalharem e demonstrarem aos trabalhadores as vantagens de ser sindicalizado (coloquem os olhos no sindicato dos bancários) vão pelo caminho mais simples. Vão ter com o pai (o estado) para lhes aumentar a mesada. Trabalhar está de chuva...
Ou seja não aprenderam, não aprendem e nunca mais aprenderão.
É pena porque um sistema sindical verdadeiro faz falta ao equilíbrio nacional. Mas não é com estes. Ai não é não!
Apostilha: Viram a manif da última semana. A maioria eram reformados. Velhas relíquias do 25 do 4. Desolador. Pungente. Ao menos a dos Professores foi bastante mais abrangente. Mas essa foi feita apesar dos sindicatos. Nunca os nossos sindicalistas levaram tanto na corneta. Para de seguida traírem o mandato que viram na rua. OU seja não têm emenda..
Sem comentários:
Enviar um comentário