quinta-feira, junho 19, 2008

Michel Leroy - Cultura, Lucidez, aptidão para a acção




Leroy foi morto pelos comandos Delta no dia 18 de Janeiro de 1962. A seu lado caiu também o seu Camarada René Villard. (os comandos Delta eram – na estrutura da OAS os responsáveis pelas acções armadas e eram dirigidas pelo Tenente Degueldre – posteriormente mandado fuzilar por De Gaulle).

Este é o facto brutal. Assassinado pelos seus próprios companheiros de luta (Degueldre e o capitão Le Pivain). Não por qualquer traição (impensável no caso de ambos), mas sim porque eram incómodos para os chefinhos da OAS (Jean-Jacques Susini à cabeça).

E incómodos porquê?

Esta resposta constitui o cerne do problema. As clivagens das chefias OAS eram enormes. De um lado aqueles que acreditavam que só uma revolução e a eliminação física dos traidores lhes permitiria vencer a sua causa. Do outro aqueles que queriam trazer para o redil a ovelha tresmalhada (De Gaulle). Ou seja se a luta era apenas na Argélia ou também na França Metropolitana.

Recordemos que a OAS foi – de início – um movimento militar. No entanto a “mão de obra” lutadora veio dos civis. A Jeune Nation, a FEN (Federação dos Estudantes Nacionalistas e outras organizações de base foram essenciais à montagem de toda a estrutura e ao sucesso inicial da luta). Também se deu o caso de muitos gaulistas desiludidos terem acompanhado a OAS – Bidault e Susini. E foram estes os responsáveis pela derrota anunciada.

Leroy era um jovem engenheiro de petróleos. Primeiro chefe da Jeune Nation na Argélia (recrutado por Dominique Venner – actual Director da NRH). Fez o seu serviço militar como miliciano nos páraquedistas. Com a revolta dos generais fornece à estrutura da OAS cerca de mil combatentes provenientes da JN e da FEN. São eles que criam os Comandos Z (assim nomeado por influência de Jean-Marcel Zagamé – militante nacionalista e futuro criador – com Benoist do movimento GRECE).

Leroy está em contacto permanente com as estruturas politicas da Metrópole. Defende junto da direcção da OAS a criação da ossatura politica que permita o sucesso da organização). Susini opõe-se-lhe.

Transcrevo de seguida algumas palavras de quem viveu estes acontecimentos. Trazem todas as lições que devemos tirar deste acontecimento:

“De Gaulle e a F.L.N só tinham um objectivo ao qual condicionaram toda a sua estratégia: a independência da Argélia. A OAS, pelo contrário não tinha qualquer ideia directora nenhum princípio político. Não porque não houvessem homens capazes de os elaborar, mas porque um só homem – Susini – por ambição pessoal tudo fez para afastar os partidários de uma solução mais radical. Isolou o Coronel Argoud e a organização espanhola e portuguesa da OAS, que defendiam que nada era mais urgente do que a adopção de uma politica coerente e de uma doutrina. De igual modo fez aniquilar os nacionalistas cujos actos eram ditados por uma doutrina que já possuíam antes da Guerra da Argélia.

O que os nacionalistas rapidamente tinham compreendido era o facto de que a acção na Argélia nunca teria sucesso se não fosse acompanhada por uma acção na Metrópole. Era a eliminação do regime e do seu chefe.

Sob a influência de Susini o General Salan não desejava o poder. Era mesmo contra. Quando Bastien Thiry organiza o primeiro atentado contra De Gaulle Susini e Salan enviam uma carta ao Le Monde manifestando-se contra esta tentativa de eliminação.

Em resposta os nacionalistas enviam Louis de Charbonnières a Argel com uma carta para Salan. Susini impede a sua entrega e tenta expulsar da OAS os representantes da solução revolucionária. O seu alvo passou a ser Leroy. Não o conseguindo remover (dado o seu poder e número de seguidores) Susini fez executar os dois chefes nacionalistas. Os comandos Z foram dissolvidos e os militantes que restaram integrados nos comandos Delta.

A OAS na Argélia morreu com a morte de Leroy. Foi só uma questão de tempo. Mais do que a comoção pelo assassinato de um Homem tão respeitado e acatado foi a perca da última possibilidade de vitória. Um levantamento militar coordenado na Metrópole e na Argélia, com a eliminação física de de Gaulle.

Resta recordar os mortos e tirar as lições de um falhanço.”

À laia de fim de postal:

É necessário renunciar ao activismo estéril e substitui-lo por um lento trabalho de sapa – sempre apoiado na doutrina. O combate nunca é pontual. Não são cem metros em 10 segundos. É uma maratona. E essas “horas de corrida” (por vezes até à exaustão) são a marca da Fidelidade e da Honra

Os mortos que forem esquecidos morrem duas vezes. É nossa obrigação manter este dever de memória. Michel Leroy, que entrou, de pleno direito, no Panteão dos Nacionalistas continua e continuará vivo.

Porque é no coração dos vivos que habitam os nossos mortos.

Apostilha: Não quero deixar de vos proporcionar um texto sublime sobre Leroy. Está em francês. Penso que muitos o conseguirão ler. Vale a pena:
“Parmi ceux qui ont livré bataille pour conserver l'Algérie à la France, en montrant les qualités qui caractérisent le héros selon Malraux : culture, lucidité, aptitude à l'action, une place particulière revient à Michel Leroy.Cet homme qui avait L'Algérie au cœur, était ingénieur des pétroles sahariens. Aussi avait-il une claire conscience des enjeux géopolitique liés à ce conflit.
En décembre 1956, quand D.Venner se rend à Alger pour lancer le mouvement " Jeune Nation " de Pierre Sidos, Leroy en prend la direction. Avec enthousiasme et détermination, il s'active à rassembler une phalange puisant parmi les plus purs de la jeunesse pied-noire. Dans cette tache, il fut aidé de responsables de la de Marcel Amieux et Fernand Formon. Ces réseaux formés à l'école de Jeune Nation, seront un jour les hardis commandos Z de l'OAS aux côtés des célèbres Delta.
Michel Leroy avait d'abord servi à la demi-brigade de chasseurs basée à Rastadt, puis en Algérie au 4ème BCP.
Dans " Le Cœur Rebelle " (Editions Les Belles Lettres) D.Venner a su brosser un tableau ardent de cette époque, évoquant avec amitié et respect cet homme d'exception. Certains se souviendront peut-être des réunions que ce dernier tenait du côté du parc de Galland ou rue Charles Péguy, dans l'immeuble du " Coq Hardi " (ce cabinet d'assurances qui servit de base aux militants pendant la semaine des barricades). Là, se modelaient les âmes qui s'opposeraient vaillamment à la stupide et lâche politique fomentée par Paris.
Quand sonna l'heure de la grande bataille, Michel Leroy regroupa ceux de Jeune Nation, la fédération des étudiants nationalistes et les réseaux de France-Résurréction animés par Roger Villard pour engager le duel contre l'esprit retors qui dirigeait alors la cinquième république.
Jusqu'au bout, Michel Leroy, tenta d'alerter l'Etat-Major de l'OAS sur les faiblesses fatales à toute organisation de combat qui manque d'une ossature idéologique forte. Jamais L'Organisation secrète ne fut capable de définir une vision cohérente, une stratégie véritablement révolutionnaire conduisant à la prise du pouvoir et cela contribua à sa perte.
A ces défaillances mortelles s'ajouta une querelle de chefs bien inopportune et particulièrement sordide. En janvier 1962, une purge sanglante frappa Leroy et Villard, précipitant le naufrage général. Ainsi que l'écrit D.Venner : " être tué par les siens dans les déchirements de la guerre civile, on ne peut imaginer mort plus tragique. Il l'affronta, je le sais, sans peur, sans prière ni espoir. "
De cette tragique aventure, il est bien le seul à être sorti grandi.
A côté de statues indestructibles, malgré ces temps qui profanent tout, le voilà à sa place dans le Grand Livre d'Or du Nationalisme Français.

1 comentário:

Anónimo disse...

memórias e ensinamentos que valem ouro.
bem-haja

RS