sexta-feira, agosto 29, 2008

Notícias da reserva india

Os empregados municipais de Southwark, um bairro no centro de Londres, vão a partir de agora beneficiar de linhas privadas de autocarro - pagas pelos contribuintes britânicos - porque tem demasiado medo de voltar para casa a pé, já que tem de passar quarteirões inteiros de afro britânicos (em linguagem pc). Assim, a partir das 16 horas saem autocarros para levar os empregados até à segurança das estações de metro. Assim evitam passar no ultra famoso bairro de Aylesburry Estate, no qual cerca de 70% dos habitantes são dos tais, e que detém a mais alta taxa de criminalidade do Reino Unido. Custo diário da brincadeira - cerca de 1630 euros. Mas há uma coisa a não esquecer: o bairro faz parte da circunscrição eleitoral da senhora Harriet Harman, ministra da Mulher e da Igualdade do governo socialista. Foi da sua cabecinha que em Junho passado saiu a ideia de que as empresas devem favorecer os candidatos mulheres ou de minoria étnica. Ora as eleições estão à porta e o eleitorado dos empregados de estado estava demasiado virado para a extrema direita. Logo arranja-se um transporte e acabam as guerras. E o contribuinte paga, claro.

quinta-feira, agosto 28, 2008

As melhores do Jornal Publico de hoje

- Miguel Gaspar: "uma vaga de violência": nesse "brilhante" texto o colunista demonstra-nos que o que está a acontecer em Portugal não é nada de especial, é apenas uma questão de semântica. è pois preciso encontrar uma "abordagem racional para este problema". Estamos conversados;

- Thomas Stephenson (embaixador do tio sam em Portugal): os malandros dos russos estão a mudar o mapa da Europa, a esmagar a pobre Geórgia, retirando-lhe espaço nacional, etc. Contudo nem uma só palavra sobre o Kosovo. Vão dar banho ao cão;

- Esther Mucznick: 30 professores de história que ensinam em Portugal - 30, seleccionados por alguém que não é referido, em colaboração com a APPH, foram em agosto para jerusalém frequentar um seminário sobre o holocausto. Para quê? Para poderem ensinar as nossas criancinhas sobre o assunto. O problema do ensino do holocausto, segundo a "investigadora em assuntos judaicos" é que se não for bem feito pode gerar "ignorância, indiferença e cansaço". Imaginem... tst. tst;

- Manuel Pinto Coelho: segundo um estudo "o II inquérito ao consumo de substâncias psicoactivas na população portuguesa" levou a que um jornal do Porto (o JN) a escrever em manchete de primeira página "meio milhão recupera das malhas da droga". Cerca de 600.000 foram fantasticamente recuperados das malhas da droga. Isto é o tal do simplex, de certeza... Vocências já pensaram quanto é que nos custou este "brilhante" estudo...

- Maria José Oliveira: Negro? Preto? Ofensivo ou natural: Um espanto de artigo, com uma história fabulosa contada por Mia Couto: Local Nova Iorque. Personagem: um nosso economista: tema - a economia portuguesa. Erro do tuga: falou em mercado negro. Burburinho na sala. O nosso homem não percebeu nada. Vozes indignadas ouviram-se na sala. Interrupção. No dia seguinte o bom do português recebeu um diccionário com as palavras proibidas: "cego, surdo, gordo, magro, etc."
O resto do artigo é mais do mesmo - tudo politicamente correcto.

Finalmente chegou a Liberdade a Cuba ...

Ao mesmo tempo que os dinamarqueses praticavam a democracia prendendo 2 músicos, Cuba (agora já não governada pelo Coma andante...) não desejou ficar pelo caminho no que diz respeito aos direitos humanos. Vai daí, pimba, prendeu um músico local - o Gorki Aguila, líder da banda punk Porno para Ricardo.

Como vêem agora em Cuba já há liberdade. Já há direitos humanos, patati, patatá. Estão ao mesmo nível da Dinamarca.

Quem havia de dizer...

A propósito do postal anterior

Dedicatória dos Europeus aos da "superioridade moral"

A Patati, patatá do dia ...




Segundo nos informa hoje a Lusa:
"A polícia dinamarquesa deteve quarta-feira dois homens para impedir a produção e distribuição de música neo-nazi, anunciaram investigadores alemães.
Os suspeitos, de nacionalidade dinamarquesa e alemã, são acusados de liderarem a produção e distribuição de música neo-nazi sob o rótulo de Celtic Moon (Lua Céltica).
A dupla produziu 100 mil cópias de música, segundo as autoridades."
Ai como é bom viver em democracia e liberdade. Ai como é boa a "superioridade moral das democracias" (Soares dixit). Afinal os da PIDE quando apreendiam os discos do Zeca Afonso demonstravam também ser bestialmente democratas. O que eu hoje aprendi...

Apostilha
: E por falar de Zeca Afonso. Dentro de dias vou contar umas coisas lindas lá do rapaz e da sua guerra com um oficial do mfa, o Aventino do MRPP. Leiam que vale a pena para verem a "coluna vertebral" do baladeiro. E vão-se rir um pouco...

2ª apostilha: na foto um dos presos, o alemão Stephan Guenther

quarta-feira, agosto 27, 2008

Porto - 6, Lisboa - 2

Pois durante as minhas ricas férias dois casos vieram dar-me uma certa alegria. Falo de menos oito malandrins à solta neste país à beira mar plantado, e cuja segurança está nas mãos do "aventaleiro" (magnífica designação devida à mordaz pena do Humberto Nuno).
Mas o Porto deu uma abada a Lisboa.
Seis malandrins seis (como se dizia antigamente nas touradas). 4 a título definitivo e dois provisórios. Razão para o facto: imperícia ao volante de um dos do gang da Lapa.
Em Lisboa um definitivo e outro provisório. Imperícia dos GOE está bem de ver.

Ou seja imperícia por imperícia viva a do volante.

Que pena não termos tão boas notícias todas as semanas...

Apostilha: Por falar de imperícia, vocências viram a razão de nós termos falhado nos JO quando observaram o treino levado a cabo pelos gitanitos de Loures na disciplina de tiro aos pratos.

Tantos tiros e nenhum acertou. Que falta de habilidade, que imperícia.

E além do mais gastaram em munições o equivalente a um ou dois Rendimentos Mínimos que os nossos estimados políticos lhes oferecem para eles poderem continuar a treinar o tiro ao alvo. E já repararam que aquelas famílias vão passar um ou dois meses de fomeca extrema dados os gastos em pólvora e chumbo praticados pelos papás e titios ... Ou então pedem um reforço do tal de subsídio. Assim já podem comprar umas metralhadoras...

terça-feira, agosto 26, 2008

Para esquecer urgentemente

Crítica de Antoine Baudoin publicada em França na NRH, 37, pag 66):
"Dois anos depois do sucesso (comercial) do século, Littell conseguiu a maior jogada editorial em França. Explicação: ele seria verdadeiramente o autor do "livro" publicado em seu nome. Littell sempre mandara afirmar que tinha escrito as mil páginas (ilegíveis) das Bienveillantes (as benevolentes, em português) em apenas cem dias. Com uma ração quotidiana de whisky, e porque não? Apesar disso a má língua francesa não cessava de designar outro(s) como autores do "best-seller". Os nomes indicados eram os do editor de Littell, Richard Millet, ou ainda Jacques-Alain Léger, um profissional que tudo conhece em termos de negritude literária. Em resumo, neste pequeno livrinho, verdadeiramente escrito em termos neo freudianos, Littell conta como lhe surgiu a ideia do grande sucesso: o descriptamento da Campanha da Rússia do belga Leon Degrelle. Ou seja Fascismo e Homosexualidade seriam intimamente ligados como sugeria o seu livreco? Decepção: "o poder deterriorizador do anus é demasiado corrosivo, a sodomia ameaça os limites de uma maneira fundamental, que nenhum Fascista poderia suportar". Límpido, não é?"
Apostilha: Pois o livro é tudo isto e muito mais. Ele bem quer - de todas as formas e feitios fazer-nos crer que a homosexualidade negada dos fascistas - é um facto. Razões... nenhumas. Ou seja estou de acordo com o colunista "Livro para esquecer urgentemente". Nem assim por estes ínvios caminhos eles conseguem achincalhar Leon Degrelle.
Mas para Littell - que já é milionário à conta do primeiro livrinho - são mais umas massas que entram. Para nós é mais um balde de merda que nos atiram à cara.

Um balde de m...

Assim, tal e qual, por extenso.
Foi assim que um velho Amigo se referiu ao livro "Le sec et l'humide", "livrinho" a que já me referi aquando da sua aquisição e que pretende ser a psicoanálise de Leon Degrelle.
Mas eu conto, que vale a pena:
Este meu Amigo é um distinto militar (não dos de Abril, entenda-se). Deu o corpo ao manifesto no Ultramar. Depois fez o triste sucedâneo do antigo curso de estado maior. Dedicou-se - de alma e coração - ao estudo dos génios militares que no domínio táctico inovaram a doutrina, a maior parte das vezes com "jogadas de génio" que lhes permitiram inverter situações desesperadas e transformá-las em grandes vitórias. Daí a sua grande admiração pelo Leon Degrelle combatente. Por isso tem tudo o que Leon escreveu (até nas revistas Cedade...) e tudo o que se escreveu sobre o chefe do Rex.
Logo, como eu não tinha o mínimo interesse em possuir na minha biblioteca aquela coisita editada pela gallimard, resolvi oferecer-lha. Mas avisei o que era.
Passados menos de quinze dias e ao voltar a estar com ele recebi a seguinte resposta: toma lá esta porcaria. Teria sido preferível que me tivesses dado um balde de merda!
Ou seja "aquilo" voltou ao meu poder. Já tem proprietário escolhido. Esse meu excelente e dedicado Amigo aceita tudo o que lhe dou e já me disse não se importar de conspurcar a sua Biblioteca com aquele dejecto. Quem tem Amigos destes é um Homem verdadeiramente bafejado pela sorte. Bem hajas!
Apostilha: Como sou masoquista (às vezes) resolvi ler a tal coisita. Dá vómitos. As imagens foi buscá-las à internet. É um Bluff. Vou publicar de seguida uma crítica literária sobre o "dejecto" de autoria do francês Antoine Baudoin. Nada do que eu conseguisse dizer ultrapassaria o que lá está escrito.

Pensar Portugal, Sempre!



Um dos poetas mais puros da nossa Pátria - José Régio - apontou o caminho dessa nova/velha empresa:


"deixa que os mortos fechem os seus mortos,

Nos sepulcros caiados da cidade.

Contra tudo o que vivo já morria,

ou morto, ainda se aterra.

(...)

Declara a santa guerra

Da tua eternidade


in"As encruzilhadas de Deus", Portugália, Lisboa, 1970

Voltei

Pois voltei. Foram quinze dias de férias (assim, assim - foram entrecortadas por uns dias de trabalho, apesar de tudo) que eu desesperadamente necessitava. A idade já não perdoa.
Mas foram 15 dias de ripanço. Dormi, li muito, pensei muito, fiz coisas parvas. E não pensei (demasiadamente no trabalho).
Assim, sim. Para o ano há mais.
Durante este hiato tantas e tantas coisas ocorreram que me obrigaram várias vezes a querer entrar na liça. Mas eu precisava de ler coisas novas, reler, estudar, enfim actualizar-me. Sim porque a vida não é só trabalho.
Mas hoje já vou começar a colocar uns postais.
Apostilha: apesar de já ter dado - de viva voz - os parabéns pelos cinco anos do Último Reduto não quero deixar de o escrever. Sabe bem ler bons blogues!

segunda-feira, agosto 11, 2008

Má estratégia?

  • Algumas considerações sobre o ataque georgiano aos interesses vitais russos:

    1. Má estratégia como lhe chama o primeiro ministro britânico. Parece-nos bem que não. Foi uma tentativa desesperada dos georgianos para "obrigar" os américas a apoiar os seus intentos. Saiu-lhes, para já, o tiro pela culatra.
    2. Péssima a actuação dos serviços de inteligência russos ao não prevenirem com antecedência o ataque na data de inauguração dos Jogos Olímpicos.
    3. Capacidade russa (notável e espectacular) de mobilização imediata de quantidades significativas de tropas operacionais em 48 horas. (a título de exemplo em todos os países da UE, com 2.000.000 de elementos das FFAA, a capacidade de mobilização nas primeiras 48 horas é inferior a 15.000 homens e em trinta dias a capacidade de mobilização não ultrapassa os 50.000). Inesperado de todo.
    4. Agora a UE já vê o disparate do Kosovo.


Apostilha: Já repararam que se os europeus tem cedido à chantagem dos EUA e colocassem à viva força a Geórgia na NATO hoje já teria começado a Guerra Mundial e possivelmente já teria explodido em Lisboa, zona de Santa Margarida e Açores as três bombas nucleares que nos estão apontadas. E eu já não estaria a escrever mais nada.
Enfim, americanices.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Copianços ...


"O casamento é a fonte de toda a vida, um estado de graça e a condição primeira de toda a eternidade, porque não há outra eternidade senão a biológica"
Saint-Loup. (Marc Augier) Nouveaux Cathares pour Montségur.

Apostilha: em lembrança das afirmações da nova secretária do PSD Manuela Ferreira Leite. Fartou-se de levar na tromba por parte de toda a esquerda jornalística e política. É bem feita para não andar por partidos e locais tão mal frequentados

quarta-feira, agosto 06, 2008

Chamem o Rambo

O Lagartixa e Jacaré resolveu afinar porque viu num documentário da RTP2 o "tradutor" e "legendador" lá da casa escrever Rambeau em vez de Rimbaud. Também eu já vi legendado um Verléne (também na RTP2). Que querem é o triunfo da qualidade de ensino deste país.

Chamem mas é o Rambo para dar os meter a todos na ordem e ponto final. Quiseram assim, agora aguentem-se! (e sobretudo não sejam queixinhas...)

A Petrolíngua, língua de trapos ou o acordês

Agora que o senhor Silva assinou o decreto que transforma a Língua Portuguesa naquela coisa (nem sei como lhe chame) os nossos dirigentes andam todos ufanos. No passado dia 25 de Julho o Sr. (Licenciado em engenharia pela independente) Sousa declarou alto e bom som que a cimeira que então decorria era a cimeira da língua.

Bem prega frei Tomás. A Guiné, que também tem petróleo (pouco é certo), resolveu mandar-nos à malvas e passar a anunciar-se internacionalmente em inglês, francês e até Alemão. Nanja Português ou mesmo Acordês.

E lá vão eles felizes e contentes quais émulos de Herman José e Nicolau Breyner

Banidos os cravos vermelhos



No funeral de Alexander Solzhenitsyn. Na cerimónia que juntou as maiores autoridades civis, militares, religiosas e culturais da Rússia todas as flores depositadas aos seus pés eram rosas - brancas e vermelhas.

Acabou-se assim com o cerimonial cravo vermelho - flor oficial do comunismo soviético (ou vocês pensaram que cá tinha sido por acaso ...).

Infelizmente não nos calhou ter cá em Portugal nenhum Senhor Putin...

terça-feira, agosto 05, 2008

Coisas que nos fazem pensar



No passado dia 24 de Julho, num programa da Radio Shalom (de que é co-proprietário), “Actualidade Judia”, o Senhor Alex Moïse, secretário geral das organizações judaicas em França, subordinando-se ao tema: “Qual o nosso futuro”, disse algumas palavras sobre as quais importa reflectir:

E que disse esse Senhor (não nos esqueçamos da sua posição em toda a comunidade judaica francesa – a terceira em número em todo o mundo):

“Estou convencido que o judaísmo europeu está em vias de extinção . A assimilação galopante e a islamização do continente fazem com que dentro de 15 a 20 anos seja muito difícil a um judeu viver na Europa. A China e a India deverão abrigar no futuro as comunidades judaicas florescentes”.

Seria fácil para um anti-sionista primário dizer com ar de gozo: “olha, olha lá vão eles para onde haverá dinheiro e poder no futuro. O que eles querem é capital”.

Poderá, quanto a mim, ser essa uma das premissas. Mas não a mais importante. Não vamos, pois, por aí.

O problema da segurança é – sem dúvida – aqui “o problema”. Com a sua experiência acumulada de séculos a comunidade judaica cheira as situações à distância. E a distância é, queiramos ou não uma França islamizada, com burka, ayatolas e bomba atómica (não nos esqueçamos) dentro de 25/35 anos.

E uma população anestesiada pelo politicamente correcto. É inevitável. E já não há retorno possível

Apostilha: Nessa altura já eu estarei morto e bem morto. Não me afectará. Mas pagaria para ver a cara das feministas, das e dos politicamente correctos, dos defensores dos direitos das minorias, os defensores do laicismo, e outro pessoal do circo esquerdista, quando virem as burkas, os apedrejamentos, e outros mimos de um Islão militante que não conceberá as luzes como o futuro do mundo.

Garanto-vos que me ia rir muito….

segunda-feira, agosto 04, 2008

Descaracterização ou Anemia

Artigo de Goulart Nogueira republicado (em boa - óptima - hora) pelo Camisa Negra em 26 de Julho.

Como é tão importante vou também eu copiá-lo para esta casa e peço encarecidamente a todos para o lerem e sobretudo para nele meditarem.

Que falta que nos faz o Mestre Goulart!!!

Há uma importante questão a considerar: como a obediência a ideias regula determinadas práticas e como essas práticas conduzem à afirmação ou inflexão de algumas ideias. A ligação entre pensamento e acção não é alheia a isto.
Nas actuais circunstâncias políticas portuguesas, não se nos afigura necessariamente de reprovar que a Direita constitua uma formação classificável como partido. Nem sequer achamos que concorrer às eleições seja, em todas as alturas, algo de forçosamente reprovável.
O problema consiste no espírito que preside aos actos, consiste em estabelecer firmemente os princípios que devem nortear todo o procedimento, consiste em respeitar uma coerência que dá a verdadeira força às atitudes.
Quando se começa a perder o senso das proporções, dos valores, da sua ordenação e da sua hierarquia, quando os meios começam, mais ou menos subtilmente, mais ou menos inconscientemente, a invadir o lugar dos fins ou a adulterá-los, todo o edifício fica abalado.
Os que deste modo se comportam, obcecados pela eficiência, esvaziam-se da eficácia.
A pretensão de conquistar um espaço eleitoral, de obter uma fatia na Assembleia da República, de entrar para um escaninho do sistema, de se instalar respeitavelmente na democracia, faz, às vezes, as pessoas atropelarem-se a si mesmas, buscando trunfos viciados e acolhendo ou proclamando coisas que lhes parecem mais toleráveis pelos factos e pela mentalidade instalados e mais rentáveis, de imediato, junto da opinião pública. Desaustinados pela conquista dos meios, atabalhoam-se nas contradições, nas concessões e nas adaptações, amarrados à idolatria dum “realismo” que se tem revelado e revelará, afinal, ilusório e pouco ou nada produtivo.

O grave do problema está, pois, nisto: aonde levam esses pragmatismos, estes equívocos, deslocamentos, indeterminações?

Ao fracasso, em todas as esferas. Pode dizer-se que “nem honra nem proveito”.

Foi até frequente depararmos com o triste espectáculo do “fugir de Cila para cair em Caríbdis”. Para recusar o colectivismo socialista, defendeu-se o liberalismo económico.

Se pensássemos em ganhar menos, talvez se viesse a ganhar mais. De qualquer modo, não se perderia com mais extensão do que se perde; mesmo no terreno tão vorazmente cobiçado…

Goulart Nogueira

Ontem viram que eu tinha toda a razão


Passou ontem à noite na RTP2 o filme da filha do Vitorino de Almeida de que vos tinha falado no passado mês de Maio. O asco que senti na altura em que vi aquelas malfadadas imagens hoje já é compartilhado por muito mais gente.

Já é público. Já foi gravado. Se calhar já foi para o Youtube. Quando as virem (os que as não cohecem) vão-se revoltar tanto ou mais do que eu. A marcelice no seu grau mais abjecto. Piores que Marcelo Caetano só os sabujos que o acompanharam na marcha para o abismo.

Correndo o perigo de ser mal interpretado (duas vezes em poucos dias) recomendo-vos a leitura do blogue Jansenista sobre Viena e os Telhados de Vidro, datados de hoje e também reflexo da visão do tal "documentário". Mais uma vez digo que subscreveria, na totalidade aquele postal.

Lembrei-me deste Poema


Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

Pois lembrei-me deste Poema ao ler as declarações de um tal Mário Soares, presidente de uma fundação com o mesmo nome e que, para mal dos nossos pecados, nos "governou" durante uns tempos bem dilatados.

E que disse o tal do Soares: que quando soube que Salazar tinha caído da cadeira (Expresso dixit) "saí para a rua aos gritos sabendo que com aquela idade ele já não escapava".

Descanse que eu não o vou fazer quando chegar o dia em que nos deixe. A minha educação e respeito pelos mortos não propiciam atitudes destas na minha pobre pessoa. Questões de educação, digo eu. (e também o facto de não ser filho de um padre ajuda)

Mas pode estar certo que milhares e milhares de pessoas vão lançar foguetes, bater em panelas e usar berrantes gravatas ao saberem do seu passamento. Pense só nos milhares e milhares de mortos que ocorreram durante o tempo que decorreu a sua governação. Pense nos familiares de todos os que foram assassinados e/ou tudo perderam. Vai ser um dia de festa, estou certo. Nanja da minha parte. Nesse dia recolher-me-ei em silêncio para recordar todas as vítimas de Abril. Que quer, eu sou assim...

Mas não me levem os cravos ásperos e quentes ...


(estátua de Nemésio no Parque dos Poetas -Oeiras)

Nemésio deixou-nos há cerca de 30 anos.

Foi enterrado, a seu pedido, ao som de uma Aleluia em vez de uma Requiem. Não houve cravos na sua sepultura.

De um seu poema-testamento:

"Quando eu morrer deitem-me nu à cova

Como uma libra ou uma raiz, Dêem a minha roupa a uma mulher nova Para o amante que a não quis. Façam coisas bonitas por minha alma:Espalhem moedas, rosas, figos. Dando-me terra dura e calma,Cortem as unhas aos meus amigos. Quando eu morrer mandem embora os lírios: Vou nu, não quero que me vejam Assim puro e conciso entre círios vergados.As rosas sim; estão acostumadas A bem cair no que desejam:Sejam as rosas toleradas. Mas não me levem os cravos ásperos e quentes
Que minha Mulher me trouxe:Ficam para o seu cabelo de viúva,
Ali, em vez da minha mão;Ali, naquela cara doce...
Ficam para irritar a turbaE eu existir, para analfabetos, nessa correcta irritação. Quando eu morrer e for chegando ao cemitério, Acima da rampa, Mandem um coveiro sérioVerificar, campa por campa(Mas é batendo devagarinho
Só três pancadas em cada tampa, E um só coveiro seguro chega),
Se os mortos têm licor de ausência (Como nas pipas de uma adega
Se bate o tampo, a ver o vinho):Se os mortos têm licor de ausência
Para bebermos de cova a cova, Naturalmente, como quem prova
Da lavra da própria paciência. Quando eu morrer...Eu morro lá!
Faço-me morto aqui, nu nas minhas palavras, Pois quando me comovo até o osso é sonoro.
Minha casa de sons com o morador na lua, Esqueleto que deixo em linhas trabalhado: Minha morte civil será uma cena de rua; Palavras, terras onde moro,Nunca vos deixarei.
Mas quando eu morrer, só por geometria,
Largando a vertical, ferida do ar,
Façam, à portuguesa, uma alegria para todos;
Distraiam as mulheres, que poderiam chorar;
Dêem vinho, beijos, flores, figos a rodos, E levem-me - só horizonte - para o mar.
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (1901 - 1978)

Apaguei

Pois hoje decidi fazer algo para mim impensável quando aqui comecei a escrever. Apagar comentários. Fi-lo porque uma coisa é a discordância firme e frontal do que eu aqui escrevo (e aí vou continuar a não apagar) e outra é a malcriadice, a ordinarice ou mesmo o envolvimento em jogadas mais ou menos efeminadas tendo por alvo outras pessoas que não eu. Apaguei cinco "anónimos comentários". E voltarei a fazê-lo, com relutância, é certo, sempre que se torne necessário. Aqui a liberdade de opinião é 100% total, venha de onde vier, anónima ou não. Parvoíces aqui é que não!
Tenho dito e espero deixar as coisas por aqui.

Alexandre Soljenitsine (1918-2008)


(foto de 2007 - quando Putin lhe outorga a maior Condecoração Russa)

"É tempo, no Ocidente, de defender não tanto os direitos do homem, mas sim os obrigações do homem"
Alexander Solzhenitsyn

Pois é foi este homem que faleceu no Domingo. Quase 90 anos de vida, que teve períodos nada fáceis. A idolatrização no Ocidente veio-lhe com a denúnica dos goulags comunistas.

A sua ostracização (em todo o mundo não eslavo) veio-lhe em 2000 com a publicação do seu último grande livro: "Duzentos anos juntos" em que examinou a posição dos Judeus na sociedade russa e o seu papel na revolução bolchevista.

Hoje todos o celebram. Esquecem, contudo, os seus brilhantes ensaios (publicados desde 2000) sobre o futuro da Rússia que inspiraram toda uma nova política social e cultural naquele País. Putin, um dos seus maiores admiradores e leitores, consultava-o amiudadamente sobre o futuro da sua Pátria.

Morreu um grande Homem. Não o esqueçamos, nem deixemos de o ler. Pensemos, com ele no futuro de uma Europa verdadeiramente identitária, livre de toda a "sujidade" com que a querem espartilhar. E foi esse o seu último combate.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Afirma Cavaco

Postal do blogue Jansenista com esse título em que eu estou 100% de acordo, e que subscreveria na íntegra.

Para mim, uma estreia absoluta.

Leiam que vale a pena.

Loucuras da sociedade consumista


E "isto" é que é beleza?

Sempre achei que o "mundo da moda" estava nas mãos de paranóicos que como não gostam de mulheres as colocam em situações alvitantes de modo a ridicularizá-las. E, o que me custa, é que há "tontinhas" que gostam...