terça-feira, junho 26, 2007

A força da b'nai



O humorista Dieudonné, filho de mãe francesa e pai dos Camarões, com a nacionalidade oficial francesa, passou as passas do Algarve quando tentou entrar no Canadá para dar um espectáculo em Montreal.

Causas: o tipo conta uma anedotas sobre os judeus...

Queixinhas: B'nai Brith do Canadá

Reacção do Ministro da Segurança Pública canadiano, Stockwell Day ao interrogatório e detenção do humorista:Não há nada de anormal. Não ouvi as piadas mas penso que não se deve atacar um outro grupo.

Moral da história: o primeiro gajo que contar anedotas sobre louras não vá ao Canadá, senão já sabe ao que se arrisca.

Ils sont fous les romains, como dizia o sempre presente Asterix.

Karl Wissemann - IV

Não quero deixar de publicar - na íntegra - o "postfacio" de Alfredo Pimenta à obra de Wissemann. Trata-se de um dos documentos mais pungentes que em toda a minha vida li. Marcou-me de tal forma na minha juventude que ainda hoje recordo de cor partes inteiras desta "Na hora da Tragédia".

Penso que só um Homem como Pimenta poderia ter complementado o génio e o amor pátrio de Wissemann.

NA HORA DA TRAGÉDIA

Debatem-se, dentro de mim, os sentimentos mais diversos: a indignação, a cólera, a revolta, o desespero, o nojo, a piedade, o assombro, a ternura, a admiração, o ódio! Relâmpagos de ódio cruzam o céu da minha consciência onde nunca, em seis décadas de existência, o Ódio ousara pôr pé... Só um sentimento, graças a Deus, se não manifesta, nem no meu espírito, nem no meu coração, nem nos meus nervos: o medo!
Voltou-se a página mais negra de quantas existem na História do mundo. Até ao último instante esperei que um rebate de consciência florisse no deserto empedernido que é a alma dos algozes. Até ao último instante esperei que a voz augusta do único Poder espiritual do mundo se erguesse, na majestade magnífica da sua natureza transcendente e dissesse a palavra justa, lógica e necessária.
Nada! Os algozes arregaçaram as mangas das suas vestes, esticaram os seus músculos, experimentaram a fidelidade diabólica das cordas das forcas, e as dez vítimas subiram os degraus destas e foram imoladas ao rancor impiedoso da vitória das Democracias.
E no mundo inteiro - calaram-se os que deviam falar, fizeram-se cúmplices os que deviam arredar de si toda a suspeita de cumplicidade, conformaram-se todos os que, por dever moral, deviam protestar. No mundo inteiro, só se ouviu o correr das cordas das forcas nos seus nós e a agonia rápida dos mártires...
«Providência, onde estás»?...
E voltou-se a página mais negra de quantas se escreveram na História...
Todos os autores ou ajudantes dos feitos tenebrosos que vêm dos circos romanos às liquidações purgativas da França e da Itália nos anos terríveis de 1945 a 1946 são anjos de diafaneidade celestial, postos em confronto com o horror de Nuremberga.
Todos esses, os organizadores dos suplícios romanos, as plebes amotinadas e fanáticas, os tribunais terroristas, os perseguidores e caçadores de homens, na França e Itália, os nossos Buiças, Costas e Dentes de Ouro, todos esses que firmaram na História, um nome ou um lugar e donde, eternamente, como das mãos de Macbeth, escorrerá sangue, todos esses agiram sob a paixão encolerizada, empolgados pela fascinação que cega, e, muitos deles, arriscando a própria vida.
Mas os famosos juízes de Nuremberga, implacavelmente frios, não têm a mesma ligeira sombra de desculpa. Foram, durante meses e meses, sempre os mesmos. Durante horas, em cada dia, tiveram na sua presença, inermes, abandonados, vencidos, vinte homens que mal podiam falar, porque lhes tapavam a boca, que mal se podiam defender porque lhes coarctavam a defesa, e que se sentiam de minuto a minuto, ameaçados de sucumbir diante das calúnias e das infâmias com que os vencedores os atacavam.
E estes juízes de Nuremberga que antes de julgar já chamavam «criminosos» a esses desgraçados; estes juízes de Nuremberga que falaram em nome dum Direito que eles próprios formularam; estes juízes de Nuremberga, assombro do mundo, da História, da Moral, da fé cristã, da Honra e da piedade das feras, mandaram, um dia, pendurar nas cordas das forcas dez dos vinte e um homens que escolheram a dedo, à sombra de um Direito que não existia, à sombra de fundamentos que toda a gente desconhece e que foram aqueles, só porque apeteceu ao vencedor que eles fossem...
Alguns haviam de ser; calhou que fossem aqueles...
A morte é a morte; mas há várias maneiras de morte. Segundo o convencionalismo humano, há a morte infamante e que degrada, e a morte que, apesar de tudo, enobrece. E assim se tem por morte infamante, a morte na forca, e por morte que não envilece, principalmente para quem vestiu uma farda, a morte por fuzilamento. Os juízes de Nuremberga escolheram a morte infamante... Cuidam eles que, por não se ter vertido sangue, as onze mortes que são a sua obra serão mudas e estéreis.
Pobres criaturas tão mesquinhas de espírito, como áridas de sentimento! Incapazes de compreender que, para além do rancor que anima as seitas de que foram instrumentos passivos, mas responsáveis, há um Juízo que o transcende, em projecção e natureza, os juízes de Nuremberga não perceberam que o martírio que aplicaram às suas vítimas, as purificou de todo o pecado, as inocentou de toda a culpa, e as santificou perante a consciência humana, que não se regula pelos ditames do vencedor, só porque o é, portanto pelos caprichos da Democracia a que eles, juízes de Nuremberga, obedeceram!
Os enforcados de Nuremberga, já ultrapassaram, a esta hora, os pareceres da propaganda mefítica que os fariseus estão a desencadear e continuarão a desencadear, e entraram no culto fervoroso e desinteressado de todas as almas que um catolicismo falso, de fachada, e utilitário, não perverteu nem corrompeu.
Entraram na imortalidade sagrada que abre as portas do Martirológio de todas as pátrias e, neste caso, do Martirológio universal. Foram vítimas do seu amor profundo à sua terra natal, da sua dedicação levada ao último extremo pela glória da sua terra, pela grandeza da sua civilização, pela perenidade dos princípios em que todos nós comungamos - todos nós os que repelimos, com altivez e decisão, a invasão hebraica e a invasão bolchevista.
Subiram os degraus da forca, algemados, porque os seus algozes, até nesse momento supremo, temeram o desvairo heróico das pobres vítimas.
Mas as algemas que lhes prendiam os pulsos débeis são, a esta hora, as cadeias de bronze inquebráveis que soldam os nomes dos juízes de Nuremberga ao ergástulo eterno que é o destino fatal dos que ofendem o Direito e a Justiça, a Piedade e a Honra.
Deixem passar as horas, deixem rolar o mundo...
Assim como de sob as bruma venenosas que cobrem os pântanos, rompem um dia, quando o vento fresco do norte sopra, flores imarcessíveis de beleza aliciante, também de sob o nevoeiro maldito que ainda hoje pesa sobre Nuremberga surgirão, um dia, na soberana imaculidade da sua natureza, as memórias dos enforcados dessa cidade.
Aqueles que a «justiça» democrática de Nuremberga fulminou «foram queimados, e as suas cinzas lançadas ao vento, secretamente».
Secretamente?...
Não foram centenas, foram milhões de homens que, na Alemanha e fora dela, viram, sem a mais leve sombra de dúvida, subir no espaço milhares de estrelas de luminosidade penetrante, à hora em que as cinzas dos mártires de Nuremberga eram secretamente lançadas ao vento. Levou--as o vento, mais generoso e piedoso do que os carrascos, para longe da terra, colocando-as mais alto do que a terra, superiores à terra, porque esta se mostrou indigna de as receber no seu seio. Levou-as o vento no seu beijo puro, para o Céu, para junto dos astros e dos anjos, para o coração infinitamente misericordioso de Deus. E cada partícula dessas cinzas é uma estrela na eternidade...
Tanto quanto é lícito dar crédito às agências a soldo das Democracias vencedoras, os enforcados de Nuremberga morreram como homens, como soldados e como alemães. As suas últimas palavras foram um adeus confiante à sua Pátria. Nesse adeus, está implícita uma ordem: resistir à tirania do invasor e ocupante; lutar pela independência, pela liberdade e pela grandeza da terra dos antepassados. Há muitas formas de resistir; há muitas formas de lutar - desde a resistência e luta violentas, até à resistência e luta camufladas. Todas são legítimas!
Tudo em Nuremberga foi hediondo, fora do âmbito estreito dos mártires. Hediondo o tribunal e o direito que se evocou; hediondo o julgamento e o processo que se adoptou; hediondo o noticiário e hedionda a doutrina dos pseudo-juízes. E como se isto não chegasse, houve a incineração e a dispersão das cinzas...
E os católicos do mundo inteiro, com as suas autoridades eclesiásticas à frente, desde o chefe supremo da Igreja até às hierarquias de cada país, assistem, silenciosos e quedos, à violação formal e solene do cânone1203 do Código do Direito Canónico!
Prescreve ele: «Fidelium defunctorum corpora sepelienda sunt, reprobata corundem crematione» (§1.º). Quer dizer: «Os corpos dos fiéis defuntos devem ser sepultados, sendo reprovada a sua incineração». E acrescenta no seu §2.º, que si quis novis modo mandaverit ut corpus suum cremetur, illicitum est hanc exsequi volvnatem, ou seja «Se alguém, de qualquer forma, mandar que o seu corpo seja incinerado, por ilícita não deve cumprir-se tal determinação». Em 19 de Maio de 1886, a Consagração do Santo Ofício, perguntada sobre ae licitum sit mandare, ut sua aliorumve cadavera comburantur, isto é, «sobre se era lícito mandar que os seus cadáveres ou os cadáveres dos outros fossem queimados» res-pondeu negative, que não. E o Papa, confirmando este decreto, ordenou aos bispos que instruíssem oportunamenteos fiéis acerca da detestabilem abusum humana corpora cremandi. (Denzinger & Bannwart, Echiridion Symbolorum, § 1863, e nota respectiva).
Lêem por outra cartilha os chamados juízes de Nuremberga e, não dando sepultura aos cadáveres que as suas mãos fizeram, nem sequer recolheram as cinzas dos cadáveres que as suas mão queimaram! Dispersaram--nas ao vento, e em segredo! E os católicos do mundo inteiro tomam conhecimento disto... e fazem-se cúmplices disto!
Entre os variados sentimentos em que me debato ao contemplar esta página horrorosa que acaba de escrever-se em Nuremberga - que não tem similar na História de todos os tempos e é a mais fulminante negação do espírito cristão - há um que domina todos os outros: o nojo que sinto pelo meu tempo, que é, simultaneamente, a vergonha inapagável de ser deste tempo!
Este tempo em que ainda vivo é o tempo dos monstros mascarados de santos.
Não sou monstro, não contemporizo com monstros, não me solidarizo com monstros, nem me calo diante de monstros!...

Alfredo Pimenta, A Nação, n.º 36, 26.10.1946

Karl Wissemann - III



Em 27 de Outubro de 1962, José O' Neill decidiu que era a altura de compartilhar com os seus leitores do "Agora" as suas memórias de Wissemann. Publica-a na 1ª página, na sua habitual rubrica "Dentro do Café Avis" (seu "quartel general" onde os mais jovens ouviam maravilhados os grandes vultos nacionalistas que lá se deslocavam diariamente).

Nesse artigo do "Agora" O’Neill conta-nos a história real da génese do livro e das suas relações com Wissemann. (é óbvio que omitindo bastante).

Não a reproduzo em virtude de ser legível a imagem, desde que aumentada. Recomendo contudo a sua leitura.

Anos mais tarde (1963/64/65?) tive oportunidade de ouvir O’Neill no Avis contar muitos mais pormenores de todo este drama. É pois essas recordações (que ainda restam) que quero partilhar com os meus estimados leitores.

Karl Wissemann e Nasenstein (oficial do Exército alemão que também estava em Lisboa) esconderam-se no final da guerra no Alentejo na quinta de Fernando Campos (e por vezes vinham a Lisboa ficando também na sua casa de Lisboa). Aí viveram uns meses tentando arranjar documentos que lhes permitissem seguir os seus destinos. Sem problemas de maior visto as pessoas que conheciam a sua localização eram muito poucas e (pareciam) de total confiança. Até ao aparecimento dos artigos na Nação não tiveram problemas de maior. Dado o brado criado pela publicação – relembra-se que era o primeiro trabalho de fôlego sobre Nuremberga a aparecer em todo o mundo (ou seja o primeiro livro revisionista da história do século XX) – a situação alterou-se. Às policias e serviços secretos foi fácil descobrir quem se escondia por detrás do pseudónimo de João das Regras. Tinha de se tratar de alguém com fortes conhecimentos de direito, conhecedor profundo do interior do IIIº Reich e que sabia escrever. Ou seja só podia ser Wissemann.

Estava traçado o seu destino.

E aqui há duas versões sobre a traição que levou à morte de Wissemann. Para alguns (O’Neill incluído) a traição foi de uma pessoa a que chamaremos S. para outros (nomeadamente Amândio César, que, não nos esqueçamos, foi um fiel camarada de Pimenta) teria sido P. As razões aduzidas por ambos os lados têm lógica. Contudo nunca se saberá de certeza absoluta qual dos dois foi o traidor. Em postal posterior voltarei a este assunto com todas as informações de que disponho.

A verdade foi que a PIDE (juntamente com os serviços secretos ingleses) se deslocaram ao Alentejo para os prender. Avisados a tempo saíram do seu local de refúgio. O’Neill sugeriu a ambos que se refugiassem numa das casas de uma das herdades de sua sogra, com possibilidades de rotação entre diversas quintas e herdades de camaradas dispostos a correrem riscos (em Portugal e Espanha - as herdades eram bem perto da fronteira) . Os alemães não aceitaram dado que o seu tipo físico despertaria as atenções das GNR locais por qualquer parte do Alentejo onde se escondessem.

Resolveram vir para Lisboa onde lhes foram arranjados documentos falsos polacos (?). (e aí aparecem quer P quer S). Simultaneamente dois alemães (há muito residentes em Portugal) deslocaram-se para o Alentejo onde percorreram diversas zonas e casas de modo a chamar a atenção das policias para outras zonas.

No entanto poucos dias depois de se albergarem numa pobre pensão de Lisboa os ingleses apareceram para os prender.

Wissemann pediu para ir à casa de banho buscar os seus parcos pertences. Foi autorizado. Nessa altura suicida-se cortando as veias de forma irreversível com a lâmina de barbear. Nasenstein (já algemado) tenta atirar-se pela janela. Foi, contudo, agarrado a tempo, o que inibiu o seu fim. Foi logo transportado para a Alemanha onde muito penou. Desconhece-se o seu fim.

A comoção em Lisboa pela morte de Wissemann foi enorme. Não nos esqueçamos que naquela altura o catolicismo era muito importante em Portugal e condenava fortemente o suicídio. Até Salazar foi metido ao barulho.

Após a autopsia realizou-se o seu funeral para o Cemitério dos Alemães, e em que – apesar de tudo – houve uma cerimónia religiosa . Algumas pessoas acompanharam-no até à sua última morada. Também alguns alemães da colónia alemã de Lisboa se incorporaram no féretro. Alfredo Pimenta disse umas palavras de homenagem ao grande alemão e grande nacional socialista que tinha morrido porque achava que (mesmo derrotado) tinha a obrigação de continuar a sua luta com a pena, já que lhe tinham tirado a espada.

Se tivesse optado por ficar calado teria sobrevivido e continuado a viver, disseram alguns na altura.

Mas essa não é a posição de um Homem. Fiel até à morte. A nossa Honra é a nossa Fidelidade. Foi por essa verdade que Wissemann morreu.

Em próximos postais vou voltar a este tema.

domingo, junho 24, 2007

Há 80 anos - Codreanu cria o Movimento Legionário



Por iniciativa de Codreanu foi fundada no dia 24 de Junho de 1927 o Movimento Legionário do Arcanjo Miguel, que passou à história como o "Movimento Legionário"

Na casa de Codreanu na Rua das Flores, em Iassy, numa sexta feira, 24 de Junho pelas 22 horas, reuniu-se um fiel grupo de romenos. Codreanu redige a primeira ordem de trabalhos:

"Hoje, 24 de Junho de 1927, dia de S. João Baptista, às dez da noite, foi instituída debaixo das minhas ordens a Legião do Arcanjo Miguel. Que todos os que tenham uma fé ilimitada venham e juntem-se a nós. Os que duvidam fiquem de fora. Nomeio como guardião do ícone Radu Mironovici."

Esta primeira sessão durou apenas um minuto, o tempo necessário para ler a ordem de trabalhos. Depois todos se retiraram para meditar se estavam suficientemente convencidos e eram suficientemente corajosos para se filiarem numa nova organização sem outro programa do que o exemplo da minha vida de luta e de todos os meus camaradas de prisão.

A Legião deveria nascer das profundezas das nossas consciências. Pouco importava saber se seríamos vencedores ou vencidos. O nosso ideal era de ir sempre em frente unidos sob os olhos de Deus para realizar os direitos do povo romeno. A sorte que nos está reservada - vitória ou morte - terá a benção de Deus, e trará frutos ao nosso povo.

Corneliu Zelea Codreanu.

sexta-feira, junho 22, 2007

Karl Wissemann - 2


Wissemann era um jovem alemão que cedo aderiu ao Nacional Socialismo. O seu pai Kurt foi um dos grandes heróis da aviação alemã, morto em combate em 1917.
Revelando-se um dos melhores alunos do curso de direito cedo chamou a atenção de Goebbels que então liderava a batalha de Berlim para a conquista do poder. Os muito jovens irmãos Wissemann lutaram arduamente nas ruas de Berlim, integrados nas fileiras NS. Essa tradição de combate levou a que o irmão mais velho fosse um distinto oficial das Waffen SS (também ele condecorado com as folhas de carvalho e caído dentro do seu tanque às portas de Estalinegrado.

Karl entra, perto do ano de 1936, ao serviço do Ministério de Goebbels. A sua formação em direito e em jornalismo, para além de dispor uma forte bagagem cultural, filosófica e politica indicava-o para grandes voos.

Vimos posteriormente a encontrá-lo como adido de imprensa em Vichy, junto do Estado Francês. Com o decorrer da guerra vem para Lisboa, onde assume as mesmas funções. Recorde-se que quer a França não ocupada quer Portugal eram dois dos principais países neutros da Europa e em que muito da guerra se jogava. Lisboa era um feudo inglês e tinha que ser um elemento de elevada estatura para contrariar a propaganda anglo-americana.

Karl Wissemann - 1




Em Janeiro de 1947 apareceu a público o livro em epígrafe. Este livro reproduzia na íntegra uma série de artigos surgidos no Jornal “A Nação”, em 1946, durante o “julgamento de Nuremberga”. Postfaciava a obra Alfredo Pimenta. (numa das suas mais veementes e pungentes escritas de sempre).

Ninguém sabia quem era o autor da obra – a primeira surgida em todo o mundo sobre a farsa de Nuremberga. Adiantavam-se nomes que poderiam esconder o tal “João das Regras” que assim assinara a obra.

Poucos dias depois e ainda em Janeiro, contudo, o verdadeiro autor morria em circunstâncias chocantes, preferindo a morte (por suicídio) à prisão pelos agentes ingleses (acompanhados pela PIDE) numa pensão de Lisboa.

Cabral Moncada e Alfredo Pimenta (ambos com formação jurídica) ficaram com a fama de terem escrito este livro. Ninguém se descoseu.

No entanto o verdadeiro autor do livro era um alemão de elevada estatura moral e cultural que o final da Guerra veio encontrar em Portugal, onde desempenhava as funções de Adido de Imprensa. Não era do corpo diplomático, mas sim um representante de Joseph Goebbels, de quem tinha sido um dos principais colaboradores. O seu nome Karl Wissemann.

A Muralha de Carvalhos,

ou quando temos o dever do sacrifício individual

Há momentos na vida em que a nossa pessoa, os nossos interesses, as nossas necessidades, o nosso instinto de sobrevivência são postos em causa face à necessidade de nos afirmar-mos pelo Bem e pelo melhor politico.

Penso em Maurras ignominiosamente apunhalado por uma Igreja e pelo seu Príncipe a quem servira (e bem) e cuja iniquidade não o fez desviar-se. O seu “Non Possumus” nada mudou. A sua excomunhão manteve-se, e ele também se manteve firme para nos indicar onde estava a salvação. Ele (como pessoa) não contava. O que contava era a sua indicação da salvação, era o local onde fazia falta erguer a verdadeira muralha de carvalhos (o bosque salvador) antes que a sua Pátria fosse definitivamente condenada.

O mesmo penso em relação a Wissemann. Para um católico, o suicídio não deve ser fácil. No entanto ele (como ser físico) não contava. O que contava é que ele conseguissa erguer uma das primeiras árvores que constituiriam a enorme e inexpugnável floresta que fizesse parar a invasão daqueles que pretendiam destruir a sua Pátria e os seus ideais.

Sim porque há momentos especiais (e essenciais) na vida de um Homem!

quinta-feira, junho 21, 2007

Foi bem feito... mereci

Quem te manda a ti sapateiro...

Quem é que me manda a mim meter-me em futeboladas.

Animei um amigo que bem precisava e tive de aturar outro amigo - o Nonas - que não gostou nada da anedota sobre a "fruta".

Fica-me de emenda. Desculpa lá Nonas

quarta-feira, junho 20, 2007

Agora a sério. Muito a sério

Amanhã começo a publicar a história de um Grande - Enorme - Homem.

Falo-vos de Karl Wissemann.

Durante alguns dias vou publicar elementos importantes sobre um dos mais valorosos europeus que passou - e morreu - em Portugal.

Foram anos - muitos anos - em que investiguei (até onde pude) a vida deste Homem. Conheci e convivi com alguns que o conheceram pessoalmente. Questionei-os. Investiguei, tentei saber tudo.

De tudo o que sei e dos locais e arquivos onde se poderá - um dia - saber mais vou tentar dar-vos conhecimento.

É um dever de memória.

Sim porque há Homens que de tão valorosos não podem cair no esquecimento. Seria criminoso.

Para animar um Amigo, que hoje bem precisa!

Pois é todos os portistas (Nonas incluído) vão-me excomungar.

Mas no outro dia falei-vos na falta que faziam os pregões em Lisboa.

Relembrei os pregões de Lisboa, nomeadamente um que a mim muito me diz:

"Quem quer figos, quem quer merendar?"

Pois é mas no Porto, o pregão é outro:

"Quem quer fruta, quem quer ganhar?"

Ah!, Ah!

Espero que esta te faça sorrir!

Um abraço e força

Continuam os disparates...

Eles são doidos os romanos - já dizia o Asterix.

ou:

Quando os psiquiatras se envolvem na questão politica ....

Estou convencido que o Fascismo é um estado de alma profundamente ancorado no homem e que só os mais honestos o colocam sobre a mesa. O fascismo não é corpuscular mas sim individual. Algumas detestáveis avestruzes negam esse sentimento.
Humanamente é, no entanto bem real, tem a escaldante actualidade de um instinto biológico. O fascismo pertence à psicanálise, é uma sensação, uma descarga de nervos. Há duas nevroses à volta das quais eu não deixarei de me debruçar atentamente, que são o catolicismo e o fascismo: os dois pólos da emoção humana que nos recusamos a chamar pelos próprios nomes, preferindo, por prudência chamar-lhes “Superstição” e “Autoridade”
Marc-Edouard Nabe. Au régal des vermines. 1986

Hoje estou a preparar um trabalho de fundo...



Por isso os meus postais de hoje são só disparates.

Anúncio de uma bebida francesa editado na Argélia nos anos 30 do século XX.

E de qualidade superior!

terça-feira, junho 19, 2007

A propósito de um dos meus postais de hoje

Não sei porquê, lembrei-me destes versos de um enorme Poeta Português:

A minha Pátria alçou o braço,

baixou-o logo de cansaço...

foi pena, foi pena"

Pois é foi pena!

Recado dos candidatos do "Sistema"




Ou o ecrã de plasma dos tesos ...

Ou como se pode ser "modernaço" e "rico" numa Câmara de Tesos. Garanto-vos que vai ser esta a opção dos que forem para a CML. Fachada, fachada, fachada!!!

O aeroTORTO da OTA

Afinal já não ganho o almoço a ninguém!

No meu postal sobre o Aeroporto (ou melhor aero Torto - porque tudo aquilo nasceu bem torto) da OTA ainda concitei os meus estimados leitores a apostarem um almocinho comigo que aquilo ia para a Ota. Pois a verdade é que ninguém esteve com pachorra para me pagar o almoço. Queres camarões? paga-os tu! devem ter pensado os meus estimados amigos.

Pois não é que Ruben de Carvalho, um dos comunistas que eu mais admiro pela sua inteligência, carácter e trabalho feito, vem numa frase lapidar dar-me toda a razão: dia 16 de Julho acaba a hipótese Alcochete!.

Como é óbvio, acrescento eu.

Tanta admiração porquê?

Hoje e ainda não eram 8 da manhã estava um Amigo meu a telefonar-me para me dar a "grande notícia". A Zézinha (sim ela mesmo, a própria) tinha declarado que pensava votar ou no António Costa ou na Helena Roseta para a Câmara de Lisboa.

O homem estava chocado. Martirizado, mesmo. Quase que chorava. Depois de desabafar e como eu lhe não dei qualquer troco, lá desligou pensando que eu também era dos tais.

Pois eu, meus amigos, já nada me surpreende. Já vi de tudo. Mas mesmo de tudo. A mim essas minudências já não me causam qualquer embaraço. E além do mais não tenho o estofo (e a força) de Manuel Maria Múrias que poucos dias depois do 25 do 4 obrigou (ao que me contaram, que eu, com grande pena minha, não vi)o locutor Fialho Gouveia a descer o Chiado com o casaco virado ao contrário. Bons tempos!

Mas só uma pequena historieta para amenizar o postal. Uns dias depois do 25 desloquei-me a Coimbra com o Rodrigo Emílio e outros camaradas. Lá fomos encontrar entre várias pessoas uma que durante anos me saudou de braço ao alto e (por vezes) com um sonoro 88. Pois não é que eu ouvi, (com estes ouvidos que a terra há-de comer) o fulanito jurar que sempre tinha sido democrata! Só não coloco o nome dele aqui por respeito por mim.

Enfim, como diria o pirata do Asterix (la routine habituelle...)

Parece ... mas afinal não é!



Quando me deram esta foto houve quem se perguntasse se correspondia a uma cerimónia de graduação e fim de curso daqueles acampamentos de "desobediência civil" levados a cabo pela juventude de uma determinada força político - eleitoral (sim essa mesmo - todos sabemos qual ...)

Mas da análise detalhada da mesma sou obrigado a confessar que objectivamente o meu estimado amigo que a forneceu estava errado.

E vejamos porquê:

1. O tipo de indivíduos retratados não estão vestidos com aquela indumentária casual chique proverbial neles.
2. Reparem nas mãos. Estes são dos que já trabalharam. Tem as mãos calejadas. Não são daqueles que andam pelo Bairro Alto a beber umas bejecas e a fumar uns charros.
3. E como prova final (e apesar de estarem de boca fechada) não se lhes vê restos de caviar a sair-lhes pelas comissuras labiais, principalmente do lado esquerdo.

Ou seja estes não são dos tais, garanto-vos eu!

domingo, junho 17, 2007

Vão ver que a salvação da Europa vem do Leste...



Passou ao lado de toda a opinião publicada na Ocidente.

Soljenitsyne (um Homem que os ocidentais endeusaram enquanto lhes serviu para a sua guerra ao comunismo, mas que revelou ser um verdadeiro identitário e nacionalista, e como tal votado ao maior ostracismo) recebeu, em sua casa Vladimir Putin que o condecorou com a maior Ordem Honorífica russa.

Numa altura em que a Rússia está a ser cercada pelos americanos e encostada à parede e quando quer a Chanceler alemã, quer Sarkozy também já participam nesse cerco (ao contrário dos anteriores Chanceleres alemães e Presidentes franceses), Soljenitsyne decidiu dar a cara e recebeu em sua casa, (no dia da Festa Nacional Russa) e com insistência da presença do maior número possível de TV e jornais, o Presidente Putin a quem felicitou pela sua postura de firmeza face à ameaça que pende sobre a Rússia.

Putin, por seu lado, declarou-o "um escritor e um russo maior" que "dedicou toda a sua vida à sua Pátria".

A Alma Russa (e europeia)

A Rússia rejeitou na semana passada um relatório mundialista denunciando as reacções identitárias do povo russo.

O Chefe de Delegação russa no Conselho dos Direitos do Homem da ONU denunciou o relatório de um "especialista das formas contemporâneas de racismo e de xenofobia" (sic) como uma "encomenda política elaborada segundo preconceitos pré estabelecidos"

Mais declarou que "não há nada para comentar nesse relatório porque o texto é inaceitável tanto no seu conteúdo como no plano conceptual".

A propósito o autor do relatório ( o "especialista") é um francês com o belo nome de Doudou Diène.

Recado ao nosso Zé (o que faz verdadeiramente falta)

Não foi inocente o postal anterior.

Foi um pretexto para eu dirigir-me ao nosso Zé (o que faz verdadeiramente falta). Não o conheço. Conheci alguns membros da sua Família. Sei que é de uma Família de Tradições, Honra e Princípios. Tudo isto deve ter estado na sua educação. Quero acreditar que sim. Nunca aderi ao PNR por razões que já expliquei. Mas como este ano (apesar de tudo) vou votar em si, tomei esta liberdade de lhe escrever.

Se me permite a ousadia vou-lhe enviar estes pequenos recados de um sexagenário que ama acima de tudo Lisboa. E por amá-la custa-me verdadeiramente ver os tratos de polé a que tem sido submetida ao longo destes quase quarenta anos (sim porque o mal já vem do marcelismo...).

Hoje vou-lhe falar de alguns conceitos que para mim são primordiais.

Lisboa é terra, mas também é gente. É Cultura, é Tradição, é Progresso, é Turismo, é acima de tudo Qualidade de Vida. E essa qualidade não se prende só com o "vil metal" que se tem (ou não) no bolso. Qualidade de vida é acima de tudo um estado de espírito que nos leva a sentirmo-nos felizes onde vivemos. É visual e é visceral.

Falemos hoje um pouco da alma lisboeta, o verdadeiro betão que faz falta para cimentar a vivência de todos nós que Vimemos! e não apenas "assistimos ao passar da vida".

Ideias concretas. São necessárias! Deixe para os outros onze candidatos o debate sobre as "contas", as "trapalhices", o "compadrio", o "espírito betonista"...

Apresente ideias ousadas. Fale concretamente. Apresente programa específico para "re-moldar" o espírito dos lisboetas. Para repovoar Lisboa, para a refrescar. Para que valha verdadeiramente a pena viver na Cidade.

Hoje vou-lhe sugerir algumas ideias sobre a Cultura e o Turismo.

Uma das óptimas coisas que Lisboa tem (apesar de se não notar, porque a edilidade não lhe liga nenhuma) é uma óptima rede de instituições de carolice que sobrevivem sem (quase) nenhum apoio estatal ou camarário. Falo-lhe das Instituições de Cultura e Lazer que se espraiam por toda a cidade. Colocá-las ao serviço dos lisboetas é fácil e garanto-lhe barato (se quizer poderei apresentar-lhe estimativas de custos para as acções que lhe apresento. No entanto garanto-lhe terem um custo inferior a 0,05% do orçamento geral da CML - e excluindo os gastos com pessoal).

Vejamos. Lisboa tem dos melhores locais da Europa para todo o tipo de actividades culturais. Repare no Castelo de São Jorge (de meter inveja a todas as Termas de Caracala da Europa). Imagine, por exemplo. A Coudolaria e Alta Escola equestre (aliadas à Fanfarra equestre da GNR), a dança barroca (temos em Lisboa, por exemplo, a Academia de Dança Antiga, especialista na época e com um dos melhores guarda roupas da Europa), uma Orquestra (a Capela Real, de Stefen Bull). Os cavaleiros tauromáticos portugueses... E tanto, tanto mais ...

Imagine um Festival do Barroco em Lisboa. Imagine as escolas de música de Lisboa, com os seus jovens alunos espalhados por toda a cidade com solistas, grupos de câmara, orquestras, durante um dia espalhando os sons da época por toda a Lisboa.

Imagine um festival gastronómico acoplado e tantas e tantas coisas relacionadas.

Imagine uma colaboração com São Carlos, INATEL (e não só). Óperas (das mais acessíveis e populares) no Castelo. Jovens cantores e intérpretes portugueses apoiados numa ou outra "diva ou divo" internacionais.

Porque não a semana do Fado. O fado aristocrático, o fado "toureiro", o fado vadio, o fado popularucho. Abra Palácios quer camarários, quer do estado, quer mesmo particulares. Ponha o fado aristocrático a ser cantado para que todos o possam escutar no lugar onde ele era antigamente cantado. Abra adegas e tascas. Coloque o fado nesse lugar que foi da Severa e de todas as Severas desta Lisboa. Abra o Museu do Fado dê-lhe vida. Abra o Campo Pequeno ao Fado Toureiro. Abra as colectivades de cultura e recreio de Lisboa. Que por todo o lado (no metro, nos eléctricos...), se ouça o fado.

Faça concursos de fotografia sobre estas realizações. Recrie a rivalidade entre bairros (como nas marchas) Embeleze Lisboa com os concursos de montras e de ruas floridas.

Recrie a crítica social, cultural e política com revistas nas colectividades de recreio de cada bairro.

Coloque as bandas de música nos bairros de Lisboa. Faça "Verbenas" (para acabar com o monopólio dos "concertos patrocinados pela cervela x ou y"). Podem ambos co-existir.

Aproveite as "casas regionais". Invista numa semana das casas. A gastronomia, a etnografia, as canções e danças. Mostre-as. Temos aqui o melhor de Portugal.

Se conseguir patrocínios tente reabrir o Museu de Etnografia que a Ministra da Cultura destruiu. (esta é a situação mais cara de todas...)Mas um museu activo. Um museu que demonstre como era a vida dos portugueses ao longo destes séculos. Não uma coleção amontoada como anteriormente estava.

Insista nas marchas populares. Não deixe morrer as marchas infantis. Aproveite as Escolas do EB que são da responsabilidade da CML. Use-as (no sentido de lhes dar vida e integrar as crianças na vida, na tradição e na cultura da cidade.

Somos um país de poetas. Porque não evidenciá-lo. Juntar vontades de editores, Casa Fernando Pessoa, poetas, actores. Redescobrir os mortos. Conhecer os vivos. Não tenhamos medo das palavras. Ressuscitar os "Jogos Florais". Aproveite os maravilhosos espaços da Sociedade de Geografia, da Academia das Ciências, do Palácio da Independência. Faça conhecer Lisboa aos lisboetas!

Imponha Lisboa como capital europeia do amor. Aproveite o nosso Santo António casamenteiro. Não deixe que uma ideia generosa - os casamentos de Santo António - se deixe transformar numa pífia e horrivel manifestação (que hoje é!). Aproveite uma Europa mais católica que Portugal.

Pegue na Moda Lisboa e que a mesma deixe de ser a feira de vaidades e de "gays e jet seis e meio" em que está transformada. Faça-a produzir e ser rentável economicamente.

Coloque os serviços de jardinagem da Câmara a colaborarem com a feitura e recuperação de jardins e espaços ajardinados dos bairros de Lisboa. Pense nos quintais e hortas interiores de Lisboa (essenciais para a drenagem das águas da chuva). Colabore para que os mesmos sejam arranjados e deixem de ser o matagal que se vê nas fotos aéreas de Lisboa).

Ou seja, por outras palavras. Dê vida a Lisboa! Recrie-a! Dê-lhe Alma! Não a deixe "moribumdar-se".

É necessário de novo que se ouçam os "pregões" em Lisboa.

E um deles deveria ser "Olha o Zé que faz mesmo falta"!

E já agora, e só por acaso, muitas destas realizações podem trazer receitas a Lisboa. O turismo cultural e religioso tem quase o mesmo peso que o turismo de lazer que vai tirar umas fotos aos Jerónimas e à Torre de Belém!

NB: vou voltar a estes pequenos recados sobre outros assuntos. Se calhar não vale a pena, mas que ninguém nos acuse de não termos ideias para Lisboa.

Obrigado, Caro Senhor pelo seu precioso tempo. E boa sorte!

O nosso Fado (inglesado)...



Ou a Canção do Mar, de Ferrer Trindade, criada para Amália Rodrigues (apesar de hoje se dizer que é a canção da Dulce Pontes!!!).

Ou a demonstração de que o Fado é de origem árabe? Não se sabe.

A lindíssima voz de Sarah Brightman assassinando a nossa Canção do Mar, transfigurada para "Harem" num concerto em Espanha!

Ainda pensando em Leon



A Leon para quem o seu Catolicismo foi ao longo de toda a sua vida uma presença permanente. A ele Hitler disse um dia que a sua Mãe se ali estivesse acompanharia Degrelle à Santa Missa.

Cantado por Sarah Brightmam, o Pie Jesu de Andrew Lloyd Weber. Num mundo em ruínas!

sábado, junho 16, 2007

Aqui repousa um Gigante



Ainda e sempre Leon. Um dos seus camaradas da frente leste levou as cinzas do Herói para a sua Pátria e para o lugar que ele escolheu para repousar até ao fim dos séculos.

sexta-feira, junho 15, 2007

Leon - 101 anos de um Homem



Faz hoje 101 anos que nasceu Leon Degrelle. Vulto entre os vultos do século XX.

Nesta imagem Degrelle comunga na bolsa de Tcherkavsy. Aí ganhou as folhas de carvalho.

Tive o privilégio de falar demoradamente com ele quatro vezes. A primeira em Málaga, as outras três em Madrid.

A última, em 1988, no dia do seu aniversário, com Rodrigo Emílio, Nonas e mais camaradas. Quiz jantar connosco. No seu restaurante preferido (o "Botin" o restaurante mais antigo da Europa em funcionamento).

Foi inesquecível.

Dele guardo não só a sua vivacidade, as suas histórias, mas também o seu lado mais humano. Como me sabia voluntário em instituições para cegos e amblíopes em Portugal e tendo uma sua (lindíssima) neta também ela invisual, interrogou-me demoradamente sobre os mais recentes avanços da medicina e da informática aplicada a invisuais. Pude enviar-lhe por correio alguns catálogos e publicações sobre o assunto. Dialoguei sobre o assunto e a seu pedido com a sua neta e demais família.

Como bem dizia Rodrigo Emílio, Leon "foi o único deus en propre personne que avistei por perto e ao vivo". Nunca será esquecido!

quarta-feira, junho 13, 2007

Cairam que nem uns patinhos ... os camelos




Pois é todos a embandeirarem em arco e não perceberam que já foram comidos.

Ele foi o Silva, o Mendes, e outros que tais (incluindo os jornaleiros)e o Sócrates já os papou a todos ( e mais, já papou a Câmara de Lisboa.

Será que alguém acredita que o Aeroporto não vai para a Ota? Ai vai vai, garanto-vos.

Estava mesmo disposto a apostar um almocinho (com gambas de entrada como o Humberto Nuno gosta e tudo) em como eu tenho razão.

Senão vejamos:

Tem de haver compromissos muito fortes para a decisão Ota. Há muita gente que já lá meteu o seu dinheirinho para obter lucros chorudos. O lobby da construção é muito forte.

Mas a principal razão da minha "absoluta certeza" tem a ver com o negócio Portugália a quem ninguém ligou nenhuma.

Mas o que é que se passou? A Portugália era uma Companhia aérea do Banco Espírito Santo. O negócio da ligação Lisboa - Porto - Lisboa era uma das suas principais rotas e dos mais rentáveis da companhia.

Com a Ota o negócio desaparecia e a Portugália perderia bastante do seu "valor". O prejuízo do Banco seria enorme. Ou seja um mau investimento. (sim porque com o aeroporto na Ota ninguém - mas absolutamente ninguém - iria perder 4 a 5 horas para ir de avião ao Porto, quando o Alfa leva 2 horas e quarenta minutos).

Mas o Estado vai precisar dos Bancos internacionais para financiar a sua Otinha de estimação. O grupo BES tem óptimas relações com a banca internacional. Logo não pode ser hostilizado com prejuízos vultuosos.

Mas para tudo há solução! O Estado (ou seja nós todos, os camelos dos contribuintes) compra a Portugália por uns cinco milhões de continhos através da sua empresa TAP.

E se calhar prometeu ao BES lá nos terrenos da Portela a instalação de um helioporto que permita um novo negócio. Ligações de helicóptero à Ota e ao Porto. Quem sabe?

Mas atrasar a decisão do aeroporto seis meses para ficar tudo na mesma não lembra ao diabo dirão os meus estimáveis leitores. Vai custar uns milhões de contos a mais. E logo agora que estamos na "crise".

Mas eu faço uma pergunta. O que é que custa gastar uns milhõezinhos (dos camelos, não nos esqueçamos) se eles ganharem a Câmara de Lisboa?

Esse é o objectivo principal. O resto são "peanuts".

Olhem que o almoço vai-me saber muito bem!

terça-feira, junho 12, 2007

Hoje tambem sou "marchista"






Hoje é dia de marchas populares de Lisboa.

Homenageio aqui Leitão de Barros, homem multi facetado e altamente culto que "criou" nos anos 30/40 a verdadeira tradição e figurino das marchas populares de Lisboa.


Outra figura incontornável das marchas populares de Lisboa é, sem nenhuma dúvida, Amália Rodrigues. A ela (e à sua musicalidade e voz únicas) se deve muito do sucesso e manutenção da tradição lisboeta.

Que as tradições portuguesas se mantenham. Que nunca mais deixem de se realizar as marchas populares infantis, este ano canceladas por falta de verbas da CML.

Observação importante. Não houve 50.000 euros para as marchas infantis (5.000 crianças envolvidas) mas houve 150.000 euros para o arraial dos homosexuais a realizar este mês no Terreiro do Paço.

Malhas que a nossa política tece ...

O efeito dos raios gama nas margaridas ...






Não sei se os meus estimáveis leitores conhecem a peça de teatro de Paul Zindel "O efeito dos raios gama nas margaridas".
Trata-se de uma peça (bastante complexa) que questiona a semi - vida dos nossos tempos, ou também glosa com aqueles que querem tudo fazer e nada fazem. Isto é a trama muito (mas mesmo muito) reduzida.

Não sei porquê (curiosidades do inconsciente) lembrei-me desta peça quando vi estas imagens da reunião do G8.

Também lhe podia ter chamado "O efeito dos raios gama nos sarkozys..."

Vinha a dar ao mesmo

segunda-feira, junho 11, 2007

Agora para relaxar...



Ou como a arte também pode ser divertida e séria em simultâneo.

De pé no meio das ruínas

Eis parte da primeira parte das "Orientações" de Evola (revisão final de 1971):

.. "O processo de purificação ideológica deveria poder ter tido lugar num segundo tempo, após a resolução de alguns problemas políticos imediatos e impossiveis de prorrogar. Mas mesmo assim, é claro que tomava a forma de um bloco de forças representando um desafio lançado à civilização "moderna": tanto à das democracias herdeiras da revolução francesa bem como aquela que incarnava o limite extremo da decadência do homem ocidental: a civilização colectivista do homem massificado sem rosto: Os ritmos aceleraram, as tensões aumentaram até ao enfrentamento armado. Quem prevaleceu foi o poder massivo de uma coligação que não recuou perante o mais pequeno e híbrido entendimento bem como a mobilização ideológica mais hipócrita, tudo para arrasar o mundo que estava a despertar e entendia afirmar o seu direito a existir. O facto de saber se os nossos Homens estiveram ou não à altura do que se lhe exigia ..., deve ser deixado de lado, porque não compromete o significado profundo do combate que foi feito. De facto, saber que a história se vinga hoje dos vencedores ... isso não nos interessa"

"Só uma coisa conta: estamos hoje no meio de um mundo em ruínas. E a questão que se deve colocar é a seguinte: Existem ainda Homens de pé no meio dessas ruínas? E que devem fazer, o que podem fazer?"

Evola



Faz hoje anos que Julius Evola nos deixou. O seu corpo percorre neste momento a Europa, enterrado que está num glaciar. Os seus camaradas alpinistas levaram o seu corpo para o Monte Rosa, local em que nos anos 30 Evola praticava "a única arte marcial europeia" - a escalada.

Apresentamos de seguida um vídeo de homenagem a Evola feita pelos camaradas italianos no glaciar em que Evola percorre a sua Europa amada.

Ainda a OAS




Fez ontem anos que morreu o Coronel Argoud.

O seu único erro foi ter perdido! E ele tudo fez para que isso não acontecesse.

Honra aos Heróis!

sexta-feira, junho 08, 2007

Recordando a OAS

No postal de ontem falei dos 4 fuzilados da OAS.

Para a minha geração a luta da OAS teve uma importância relevante. Dava eu ainda os primeiros passos nesta minha vida de militância quando a questão do abandono da Argélia por parte de De Gaulle se colocou.

Asssisti, empenhadamente, à luta que os nacionalistas travaram com toda a esquerda "festiva" e a direita "catita" que abandonava à sua sorte muitos milhões de pessoas em nome de uma "racionalização de custos".

O Jovem Portugal - movimento em que então eu militava - apoiou (como pôde) os camaradas franceses que cá buscavam ou o exílio ou a base de rectaguarda que lhes permitisse continuar a luta.

Aliás, há um investigador italiano que se deslocou a Portugal para elaborar uma tese de doutoramento sobre a "extrema direita" em Portugal de 1945 a 1974 que se debruça bastante sobre esse período. Trata-se de uma obra de grande fôlego e que está praticamente feita. Quando for publicada será de leitura obrigatória. Muitas das memórias desse tempo serão reveladas. Garanto-vos que está muito bem feito, bem comprovada com documentos e entrevistas (e acareações) a muita gente e com grande profundidade. Ou não fosse uma tese académica.

Mas voltando à "nossa OAS".

Como curiosidade (e enquanto tenho memória...) gostaria de vos revelar uns versos de um fado "O fado da OAS" que então se cantava nos nossos meios. É seu autor José Imaginário (mais conhecido por Zé Kilómetro, dada a sua elevada estatura).

Então aí vai

"É lá na Argélia Francesa
a terra da OAS
....

Lá tremem De Gaulle e os seus fans
prendam Jouhaud ou Salans
na terra dos democratas
A nossa querida OAS põem-os todos a andar de gatas...."

Dever de Memoria - III





Há 45 anos caiam fuzilados em França Dovecar e Piegts.

Lutaram pela sua Pátria contra o abandono da Argélia Francesa.

Recordêmo-los.

Oficialmente foram 4 os assassinados. Também Roger Degueldre (fuzilado em circunstâncias atrozes - agonizou vários minutos antes que o oficial das CRS que comandava o pelotão de fuzilamento fosse trocar de pistola para lhe dar o tiro de misericórdia) e Jean Marie Bastien Thiery sofreram a mesma pena.

Nunca serão esquecidos!

quarta-feira, junho 06, 2007

Moral ... da(s) história(s)




Em resposta ao seu comentário, que passo a citar: "Já as formalidades dos louvores, medalhas, e condecorações são como pechinchinas; baratas e distribui-se com fartura. É simplex e tem estado na moda e tudo".

Todas as personagens constantes das histórias anteriores (excepto eu, que fui pouco mais do que uma testemunha) receberam as "pechunchinas das medalhas". Hitler usou até à morte a sua Cruz de Ferro. X e G, bem como a família do A., têm o maior orgulho das condecorações ganhas em combate (onde se lutava, matava e morria). Todos eles são da comunidade combatente que de tudo prescindiu (incluindo a sua vida) para lutar pela sua Pátria.

E a terceira...

9 de Novembro de 1938. Alemanha Nacional Socialista.

A chamada noite de Cristal. Um ataque indiscriminado contra os interesses judeus em toda a Alemanha.

Dois dias antes Ernst von Rath, (adido alemão de Embaixada) é assassinado pelo judeu de 17 anos Herzl Gryspan. Goebbels (como demonstrou David Irving nas suas investigações históricas) encorajou a acção das SA. (aliás está hoje provado que esse assassinato nada teve de político, sendo sim uma questão de maricagem - parece que o judeu foi abandonado pelo seu amante alemão).

Não nos esqueçamos que na altura os extremistas judeus tinham atacado o barco alemão Bremen no porto de Nova Iorque e organizaram o atentado que levou à destruição do dirigível Hindenburg.

Depois dos acontecimentos Goring falará dessa noite como uma "violência infame". Hitler foi pessoalmente à Baviera e fez proteger os principais interesses judeus de Munique, entre os quais o da galeria de arte de Bernheimer.

Dia 12 de Novembro e em pleno Conselho de Ministros Goring atacou Goebbels pelos prejuízos causados.

O balanço foi pesado: 35 judeus mortos, 190 sinagogas danificadas, 7.500 lojas pilhadas e destruídas.

Quer Goering, quer Hitler julgaram esse progrom como altamente lesivo da economia alemã. Só a pilhagem do joalheiro Margraf custou ao Estado Alemão 1,7 milhões de marcos. A importação do vidro para as montras partidas (importado da Bélgica) fez cair o balanço das contas de comércio externo alemão em 6 milhões de marcos.

Para salvar a face foi criada uma lei em que a comunidade judia teve de pagar 1.000 milhões de marcos. Além do mais 20.000 judeus foram detidos.

Nem um dos que pagou ou foi detido tinha sido combatente na Grande Guerra. Todos eles foram isentados por Hitler!

Ou seja e mais uma vez: todos aqueles que arriscaram a vida e lutaram pela sua Pátria (mesmo que judeus) foram incluídos imediatamente como alemães.

Aliás, mais uma acção de Hitler. Nos Jogos Olímpicos de Berlim Jesse Owens (negro norte americano) ganhou quatro medalhas de ouro em corridas de velocidade. Todo o estádio aplaudiu. Como o protocolo não previa a entrega das medalhas e louros aos atletas por parte das entidades oficiais alemãs, Hitler saiu do Estádio não sem antes ter mandado os seus cumprimentos ao atleta norte americano. (veja-se o filme Olimpia de Leni). Owens quando chegou aos Estados Unidos e como era preto não teve direito a qualquer homenagem. Teve-a, contudo, por parte de Hitler. (não é esta a história que os vencedores hoje nos contam, mas enfim ... é a vida)

Segunda ...

Angola. Início dos anos 70.

Um pequeno grupo de "flechas" (todos eles negros) acompanhados de um transmontano de elevada estatura entra em combate com o MPLA.

Um dos "flechas" (o seu chefe) é mortalmente atingido e cai na água. Este Homem foi um dos grandes heróis de toda a guerra do Ultramar. Lutou com um denodo extraordinário. Teve um percurso (pelo menos) semelhante ao de Marcelino da Mata. Foi um dos últimos Heróis do Império!

Em qualquer caso normal o seu corpo seria abandonado no local face à impossibilidade (que parecia absoluta) de o resgatar.
Mas isso não aconteceu. O nosso transmontano (outro grande Herói) convenceu um piloto de helicóptero a vir resgatar o corpo. E assim foi. Foram largas dezenas de minutos em que o heli esteve "parado" no ar enquanto X. sózinho na água tentava içar um "corpo morto" de largas dezenas de quilos da água. X consegui-o. O piloto arrasou completamente o seu pulso com a manobra que fez.

Mas o nosso Herói pode ser entregue à Família e enterrado com todas as honrarias que sobremaneira mereceu.

A comunidade de combate e de Portugalidade valeu mais do que o sacrifício e os perigos passados pelos que resgataram o corpo do Herói!

A primeira...

Meados da década de 80.

Tive curiosidade em conhecer o movimento skinhead que então alastrava pela Europa. Queria percebê-lo e estudá-lo.

Por acaso tive muita sorte. Estive em França, Bélgica, Holanda, Croácia, Espanha e Roménia. Conheci gente de todos os géneros. Óptimos, bons, maus e etc...). Calculem que pude assitir a um concerto de Ian Stuart e falar um pouco com os ingleses.

Tive oportunidade de conversar demoradamente com personalidades nacionalistas a quem os skins ouviam. Pude ver a sua organização a sua cultura, etc.

Destes contactos informais e de estudo ficaram algumas amizades.

E vamos à primeira história.

Um belo dia fui a Madrid em trabalho. Fatinho, gravata, pastinha, tudo. No avião tive a agradável surpresa de encontrar um grande camarada e Amigo que também naquele dia se deslocava (em trabalho) a Madrid. Logo combinámos uma saída conjunta à noite.

E assim foi. Saímos os dois e fomos beber umas cervejas juntos, acompanhados de um camarada madrileno. Estávamos ainda a começar a beber quando entrou no bar um grupo de skins (7 elementos, dos quais 2 raparigas). Cumprimentaram o camarada espanhol e foram-nos apresentados. (ia-me esquecendo de dizer que o meu Amigo era, e é - como se costuma dizer nalguns meios - um "black"). Apesar disso e como o G. lhes foi apresentado como camarada nada de censurável da parte dos skins madrilenos se notou.

Uma das skins ficou na nossa mesa a falar. Nessa altura entraram de roldão no bar algumas dezenas de esquerdistas que começaram logo a agredir os skins (numa proporção de mais de 4 para 1). Não nos ligaram visto um de nós ser preto e termos um aspecto de quarentões. Azar deles...

O contra ataque por nós imediatamente iniciado apanhou-os de surpresa e entalados entre duas frentes de combate. Como o G. foi fuzo e habitual praticante de artes marciais e eu (apesar dos meus quarenta) à época também não ser destituído de todo conseguimos em poucos segundos arrumar (provisoriamente) 8 atacantes.

Entretanto chegaram (não sei de onde) reforços skins e o assunto foi resolvido em poucos minutos. Dois feridos do lado skin, mais de doze do lado deles (isto para falar nos hospitalizados). Escoriações várias. G ficou com uma facada ligeira no rabo.

Saímos dali e fomos confratenizar. Logo o camarada G foi o alvo de todas as homenagens de todos os skins. Lutou (como um deles) e foi admitido de imediato na irmandade. A unidade na luta é uma irmandade!

Meu caro VML

Li o seu comentário ao meu postal de ontem. Podia-lhe responder de forma diferente. Prefiro, contudo, contar-lhe 3 histórias.

Vou colocá-las em postais sucessivos, por ordem cronológica.

Dessas histórias uma foi por mim vivida (a mais recente), outra tomei conhecimento dela por mais do que uma via e a terceira é História.

Lendo-as talvez perceba muito bem o que eu quiz dizer. Se continuar sem perceber, penitencio-me da minha falta de habilidade para convencer terceiros. E cada um fica com a sua.

terça-feira, junho 05, 2007

A propósito de "racismo" ...

Aquando do julgamento do MAN escrevi um pequeno texto sobre os racismos, racialismos e outros ismos. Publiquei-o mas pouca gente lhe ligou. Resolvi, portanto, não voltar ao assunto.

Mas o que se passou com Marcelino da Mata, tal como anos antes se tinha passado com o Dr. Pinheiro da Silva, (português também ele de elevada categoria) a quem tentaram achincalhar numa conferência promovida pelo Miguel Castelo Branco e a Nova Monarquia, levou-me a escrever o que de seguido vão ter oportunidade de ler.

Não vou ser tão bruto (nem nada do que se pareça) como o fui nessa altura. Aliás reli o que tinha escrito e verifiquei (com um certo espanto) que o texto ainda estava mais actual do que na época.

Vou hoje por um caminho diferente. Li este fim de semana um delicioso livro de um "preto" francês.

Vale a pena comentá-lo. É só isso que eu vou fazer. Para acabar para sempre com os racismos brancos e pretos contra indivíduos que têm outra cor. É certo que só o racismo anti preto é condenado. O outro (para os nossos procuradores e polícias) não o é - "eles" lá saberão porquê!

(nota demasiado a propósito:

vale a pena ler um artigo do actual presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, publicado em 1974 - Para uma leitura ideológica da jurisprudência do STJ - "qualquer julgador deixará sempre ... o ferrete da sua ideologia cravada diafanamente no conteúdo de algumas das suas decisões"
... "a marca pessoal do julgador e a chancela da sua ideologia poderão ficar siglados para sempre na sentença que assinou; mas isso é o preço pago pelo facto de ninguém ser neutro" (sic)

Mas voltemos ao livro. Intitula-se "Eu sou negro e não gosto de mandioca". O seu autor Gaston Kelman vive há 20 anos em França e analisa de uma forma muito lúcida a questão de integração de cidadãos de outras proveniências num determinado país, bebendo a sua cultura, o seu espírito, a sua tradição, ou seja integrando-se plenamente. Deixaram a cultura do país de origem e não cairam na tentação de importar os "tiques" dos "pretos suburbanos" (a quem todos devem e eles não devem nada a ninguém) apresentado pelo cinema e telediscos americanos. Assumiram a cultura do país hospedeiro. Ou seja: têm cultura e não apenas "tiques" (e não dependem dos sos racismos e quejandos).

Veja-se o capítulo 7 - Sou negro e não tenho orgulho nisso

"Esta necessidade que o preto tem de provar que é um ser humano, encontramo-la já em certos percursores dos pais da negritude, essa corrente literária negra e francófona (minha nota Senghor e Franz Fanon) que se insurgia contra o colonialismo e o imperialismo do branco sobre o negro e que levaria à tomada de consciência do lugar do preto no seio da raça humana."

"Então eu digo que as proclamações do "orgulho" em ser preto - o mesmo para o "orgulho" dos homosexuais - fazem-me mal aos ouvidos, aborrecem-me e fico triste"

"Na boca de um negro o grito "tenho orgulho" equivale a dizer "Não tenho vergonha". é como se ouvirmos alguém dizer:
"tenho orgulho de ser pobre, doente e deficiente".

Bem leiam o livro que é delicioso.

Mas o que é que isto tem a ver com o racismo perguntarão os leitores.

Tudo, absolutamente tudo. É óbvio e eu concordo plenamente que uma comunidade tem a sua própria identidade, cultura, tradição e - também - a sua herança genética bem marcada.

Mas a pertença a essa comunidade é bi unívoca. Tem de se receber e tem de se dar!

Mesmo com a identidade, cultura, genética, etc., o que nós vemos é que os membros da comunidade portuguesa são hoje altamente minoritários no espaço territorial português. Menos de 10%, seguramente! E com uma percentagem de "brancos" na casa dos 80%. Ou seja para se ser português não basta cá ter nascido e ser filho de pais e avós portugueses (ou ser branco...). É necessário muito mais. è necessário um espírito dadivoso de pertença, de sacrifício e de doação.

E é aí que entra o nosso Marcelino da Mata. Todo ele respira portugalidade. Lutou, como voluntário, por um espírito e uma missão de portugueses, assumiu, desde muito jovem a sua pertença. Sem se preocupar se era branco ou preto. Se tinha ou não tinha vergonha (ou orgulho) de ser preto. Ele demonstrou de forma absoluta (pela acção e pelo verbo) de quem era filho. Era filho de Portugal e como tal defendeu-o até ao limite das suas forças.

Um dos comentários que li sobre Marcelino da Mata afirmava que "é pela lei da nacionalidade que se vê a ideologia de cada um".

Pois eu dou uma sugestão a quem tiver de fazer propostas sobre a Lei da Nacionalidade:

"que todos aqueles que se bateram nas tropas voluntárias (comandos, paraquedistas, GEP, Flechas, Fuzos - bem como todos os militares de incorporação normal e local e que tenham recebido, pelo menos a Cruz de Guerra de 3ª classe) sejam automaticamente eleitos para adquirirem a nacionalidade portuguesa.

É o mínimo que se pode fazer por aqueles que lutaram por um Portugal do Minho a Timor!

sexta-feira, junho 01, 2007

Confesso, sou urnófobo



Pois é, dá-me cá uma urticária quando veja a urna que vocês nem calculam.

No entanto não sou virgem. Já experimentei duas vezes. A primeira na eleição dos anos 70/80 em que Manuel Maria Múrias concorreu à AR. Por pouco não foi para lá. Foi pena tudo teria sido muito diferente!

A segunda foi no referendo à regionalização. Para votar não, claro. Tratava-se de um assunto de uma gravidade tal que a vitória da regionalização seria um disparate maior do que todos os outros a seguir ao 25 do 4.

Depois da última ofensiva dos anti bandidos sinto-me tentado a votar nestas eleições para a Câmara de Lisboa. Vocês calculam em quem. Mas que me vai custar vai!

Aliás vou revelar um segredo: após a intervenção dos colossos culturais cheguei a pensar aderir ao PNR. Não é que eu concorde com muito do que lá se diz e escreve, e principalmente com alguns indivíduos que por lá andam. Mas que pensei, pensei!

O que me fez recuar foi o facto de eu nunca ter militado (por questões de conveniência e imposição do Rodrigo Emílio) no Movimento de Acção Portuguesa (MAP) - único movimento que quer pelas suas ideias quer pelos seus militantes e dirigentes mereciam a minha concordância não a 100% mas para aí a 200%.

Ora se eu nunca estive no MAP como é que eu poderia estar no PNR?

Mas este ano contam com o meu voto (pronto já me estou a coçar...)

Um Grande Português



É de Marcelino da Mata que vos falo. (aqui numa imagem do 10 de Junho de 2003, no Monumento aos Mortos do Ultramar). Está prestes a fazer 70 anos o Oficial português mais condecorado em toda a guerra do Ultramar.

Hno trouxe-o, justamente, à ribalta num dos seus últimos postais. Congratulei-o de imediato num comentário que logo publiquei.

De seguida tenho assistido a algo que me fez revoltar.

Vou responder a esses indivíduos possivelmente amanhã. Hoje apenas quero referir que tenho orgulho de ser compatriota de um Grande Português que foi, é e será Marcelino da Mata. O mesmo orgulho não tenho quanto a outras pessoas.