Meados da década de 80.
Tive curiosidade em conhecer o movimento skinhead que então alastrava pela Europa. Queria percebê-lo e estudá-lo.
Por acaso tive muita sorte. Estive em França, Bélgica, Holanda, Croácia, Espanha e Roménia. Conheci gente de todos os géneros. Óptimos, bons, maus e etc...). Calculem que pude assitir a um concerto de Ian Stuart e falar um pouco com os ingleses.
Tive oportunidade de conversar demoradamente com personalidades nacionalistas a quem os skins ouviam. Pude ver a sua organização a sua cultura, etc.
Destes contactos informais e de estudo ficaram algumas amizades.
E vamos à primeira história.
Um belo dia fui a Madrid em trabalho. Fatinho, gravata, pastinha, tudo. No avião tive a agradável surpresa de encontrar um grande camarada e Amigo que também naquele dia se deslocava (em trabalho) a Madrid. Logo combinámos uma saída conjunta à noite.
E assim foi. Saímos os dois e fomos beber umas cervejas juntos, acompanhados de um camarada madrileno. Estávamos ainda a começar a beber quando entrou no bar um grupo de skins (7 elementos, dos quais 2 raparigas). Cumprimentaram o camarada espanhol e foram-nos apresentados. (ia-me esquecendo de dizer que o meu Amigo era, e é - como se costuma dizer nalguns meios - um "black"). Apesar disso e como o G. lhes foi apresentado como camarada nada de censurável da parte dos skins madrilenos se notou.
Uma das skins ficou na nossa mesa a falar. Nessa altura entraram de roldão no bar algumas dezenas de esquerdistas que começaram logo a agredir os skins (numa proporção de mais de 4 para 1). Não nos ligaram visto um de nós ser preto e termos um aspecto de quarentões. Azar deles...
O contra ataque por nós imediatamente iniciado apanhou-os de surpresa e entalados entre duas frentes de combate. Como o G. foi fuzo e habitual praticante de artes marciais e eu (apesar dos meus quarenta) à época também não ser destituído de todo conseguimos em poucos segundos arrumar (provisoriamente) 8 atacantes.
Entretanto chegaram (não sei de onde) reforços skins e o assunto foi resolvido em poucos minutos. Dois feridos do lado skin, mais de doze do lado deles (isto para falar nos hospitalizados). Escoriações várias. G ficou com uma facada ligeira no rabo.
Saímos dali e fomos confratenizar. Logo o camarada G foi o alvo de todas as homenagens de todos os skins. Lutou (como um deles) e foi admitido de imediato na irmandade. A unidade na luta é uma irmandade!
2 comentários:
Quando elas começam a assobiar perto de nós, todo o resto deixa de fazer sentido e o que importa é o camarada que temos ao nosso lado!
Não se preocupe meu caro, eles vão entender, um dia talvez.
Lembrou-me o filme "Diamante de Sangue", quando a personagem de Leonardo di Caprio (um mercenário que pertencera ao exército da Rodésia e que combatera em Angola) afirmou:
"Nas trincheiras não há Apartheid!"
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