No postal de ontem falei dos 4 fuzilados da OAS.
Para a minha geração a luta da OAS teve uma importância relevante. Dava eu ainda os primeiros passos nesta minha vida de militância quando a questão do abandono da Argélia por parte de De Gaulle se colocou.
Asssisti, empenhadamente, à luta que os nacionalistas travaram com toda a esquerda "festiva" e a direita "catita" que abandonava à sua sorte muitos milhões de pessoas em nome de uma "racionalização de custos".
O Jovem Portugal - movimento em que então eu militava - apoiou (como pôde) os camaradas franceses que cá buscavam ou o exílio ou a base de rectaguarda que lhes permitisse continuar a luta.
Aliás, há um investigador italiano que se deslocou a Portugal para elaborar uma tese de doutoramento sobre a "extrema direita" em Portugal de 1945 a 1974 que se debruça bastante sobre esse período. Trata-se de uma obra de grande fôlego e que está praticamente feita. Quando for publicada será de leitura obrigatória. Muitas das memórias desse tempo serão reveladas. Garanto-vos que está muito bem feito, bem comprovada com documentos e entrevistas (e acareações) a muita gente e com grande profundidade. Ou não fosse uma tese académica.
Mas voltando à "nossa OAS".
Como curiosidade (e enquanto tenho memória...) gostaria de vos revelar uns versos de um fado "O fado da OAS" que então se cantava nos nossos meios. É seu autor José Imaginário (mais conhecido por Zé Kilómetro, dada a sua elevada estatura).
Então aí vai
"É lá na Argélia Francesa
a terra da OAS
....
Lá tremem De Gaulle e os seus fans
prendam Jouhaud ou Salans
na terra dos democratas
A nossa querida OAS põem-os todos a andar de gatas...."
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