quarta-feira, abril 08, 2009

Pacheco Pereira e Salazar



"No meio deste surto de Salazar nas livrarias, nos vídeos e, a prazo chegará ao cinema, apareceu nas livrarias um livro preto de citações do presidente Salazar. Não se chama assim, porque seria muito maoista e lembraria o Livro Vermelho de Citações do Presidente Mao Zedong, mas não estão tão distantes um do outro como possa parecer.

Mas, dito isto, é de leitura obrigatória, e sabem que quem recomenda esta leitura não tem qualquer visão idílica do ditador, nem sequer as que correm hoje, revistas pelo tempo e traidoras à memória. Eu sei muito bem quem foi Salazar e o que significou a longa ditadura de 48 anos, fonte de muitos dos nossos atrasos e, pior do que isso, dos nossos piores atavismos, que ou fomentou ou gerou. Mas nenhuma história é a preto e branco, nem sequer linear, e Salazar não é a encarnação do Mal, e se o é, muito do mal também era nosso, dos portugueses, do país, da nossa complacência nacional. Isso não o desculpa, mas ajuda a explicá-lo.

Uma das coisas interessantes das citações, que são sempre ilusórias, porque seleccionam o melhor e deixam pelo caminho, muita rama inútil, onde se esconde muita asneira, é revelarem o Salazar agudamente conhecedor do seu país, dos portugueses, inteligente até dizer não, e cínico até dizer sim e não e talvez. Cínico como poucos, e é no seu cinismo que mais brilha a inteligência e o conhecimento. Veja-se o que escreve sobre os jornais, a censura, a propaganda e como Salazar parece um teórico actual do marketing político. Com palavras dele, escreveu António Ferro:

“a opinião pública é indispensável ao governo dos povos, constitui por vezes um grande estimulante, mas nunca se deve perder, a bem da sua própria saúde, o controle da sua formação”

E suspeito que o nosso Primeiro-ministro pensa exactamente o mesmo"

José Pacheco Pereira - Sábado on-line

Apostilha: Soube ontem que um distinto Camarada de Lisboa, Benfiquista de Alma e Coração, "caiu que nem um patinho" no caso da mentira do 1º de Abril do muito nosso Nonas, referente à edição do livro de Salazar Benfiquista. Cuidado, vejam bem que o Nonas a brincar com o Benfica é fogo. E o autor - António da Luz e a editora Beltrão, em vez de Bertrand eram os sinais da marosca. .. que teve muita piada, convenhamos

1 comentário:

Anónimo disse...

1 - Maria José Nogueira Pinto, lisboeta nascida em berço aristocrático. O facto de ser casada com um fulano que - embora tenha nascido no Porto - evidencia alguns traços negróides (Jaime Nogueira Pinto), não altera em nada a ancestralidade desta senhora. Apesar de ser baixota, a minha aposta vai para origens nórdicas / germânicas.

ESTA É FABULOSA...
O Jaiminho é preto...
Bravo!!!

No Gladius, em
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=5935274&postID=8709489418678332085