terça-feira, fevereiro 26, 2008

As boas noticias de Helena Matos



Helena Matos é uma jornalista (das poucas, muito poucas) que consigo ler sem me revoltar. Não que ela tenha algo a ver comigo quer ideologica quer social quer ética quer ainda esteticamente. No entanto, reconheço-lhe uma postura bem diferente destes "transmissores de notícias" que por aí andam. E além do mais detesta - tanto como eu - o malfado "politicamente correcto" que tomou conta das cabecinhas dos escribas da nossa praça.

No Público de hoje dá-nos uma notícia sobre Angola. Mais propriamente sobre um mpla que tão louvado tem sido neste país. Refiro-me ao escritor Manuel Rui.

A particularidade desse mpla prende-se com o facto de ter participado activamente na repressão que se abateu em Angola no pós 27 de Maio 77(o golpe Nito - ou melhor dizendo a "guerra entre pirrenses e catetenses", como muito bem definiu um especialista no mpla).

Sangue a rodos é que não faltou nessa época.

Li na passada semana um livro de Dalila Cabrita Mateus e Alvaro Mateus "A Purga em Angola".

Hoje Helena Matos traz-nos notícias de mais livros que também vou tentar ler: Cardoso Botelho, as "Memórias entre o Cárcere e o Cemitério" e Fidel de Castro: el final del camino, de Santiago Aroca e Subversão e Terrorismo em Àfrica, de Juan Benemelis.

O bom que esses livros tem é a confirmação do apoio de alguns militares portugueses à invasão de Angola (ainda legalmente território português) pelas tropas cubanas. Alguns dos do 25 do 4 ficam muito mal vistos. Rosa Cotinho, sim, mas não só.

E é disto que hoje trata a crónica de Helena Matos.

Apostilha: Descansem que há muitos documentos e depoimentos para em breve se poder dizer muito mais. Mas mesmo muito mais! A questão é estar bem escudado para impedir processos judiciais.

Mais ainda: Uma das coisas que se depreende do artigo de hoje é o facto de a crítica literária ter acabado em Portugal. Critica Musical e de Bailado existe. E de muito boa qualidade. Agora a literária?

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