quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Tema, Variações e Reflexões …

Sobre um artigo francês que acabei de ler:

Posso enganar-me, é claro. Mas continuo a pensar que o nosso futuro pouco ou nada tem a ver com o renascimento de um grande movimento patriótico que parta à conquista das urnas. Tão pouco tem a ver com as actividades de agit-prop que os militantes mais empenhados tem levado a cabo, com grande dinamismo.

Cada vez mais penso que a nossa sorte não está ligada à do nosso ex – Portugal. Este enorme conglomerado que dá pelo nome “deste país”. Dá náuseas comparar o incomparável: o nosso muito querido Portugal com “isto”. Não, a questão não é só estética ou mesmo ética. Longe disso. Trata-se apenas de reconhecer a realidade. Após tantas e tantas destruições levadas a cabo por “eles”, que provocaram o triunfo do pior dos piores. O país real e o país legal de Maurras já não existe (com que pena e dor digo isto...). Morreu. Foi morto durante um período que mediou entre os anos 20 do século XIX e os anos 70 do século XX.

Porque (reparem) não só os ex-portugueses continuam a obedecer caninamente a esta gente, como acham que a sua vida é uma liberalidade oferecida pelo Estado que governa este pais. E mais, que o Estado é um nova divindade toda poderosa a quem ninguém pode ousar pôr em dúvida. Que fazer com esta gente que continua a mamar na úbere teta de uma velha prostituta um leite insalubre que eles acham que os indivíduos devem beber? E isto de geração em geração!

Ou seja, nada podemos esperar dos portugueses ou mesmo de Portugal.

Os portugueses fiéis à sua identidade podem criar (com imaginação) outros caminhos. Mas na condição de terem feito o luto de tudo o que já está morto. O Portugal da Glória, da Expansão, da Tradição, da Identidade, (e até da Língua), dos Poetas, está morto. Sejamos caritativos Não prolonguemos mais esta agonia. Para que estes oito séculos sejam recordados com alegria do que foi bom e não pela mascarada que foram estes últimos decénios. Deixemos repousar em paz o que está morto. Enterremos o seu corpo. E olhemos para o futuro.

Ou seja, e para terminar, eu faço uma provocação: de quantas sociedades são os meus estimados leitores associados? E a vida da vossa Freguesia. Tem-na acompanhado atenta e empenhadamente? A quantas direcções de agrupamentos pertencem? Ou ainda, quantas sociedades existem na vossa localidade? São dadores de sangue, bombeiros? Têm-se aperfeiçoado no ponto de vista Cultural e Social? Continuam a estudar? A ler? A procurarem ser os melhores? Muitas pistas aqui ficaram. Compete-nos a todos ser criativos e interventivos. Olhemos para o futuro! E já agora comecem a pensar nas próximas eleições autárquicas...

6 comentários:

Waco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Waco disse...

Caro José Carlos, sociedades há muitas, desde as locais, regionais, ou nacionais. Eu pertenço a uma, nacional, chamada PNR. As pessoas chamam-me nomes nos jornais por a ela pertencer, mas eu não me importo. Sinto que cumpro o dever, preencho-me, e encaro essa associação não como um fim mas como um meio. Um meio para tentar alcançar aquilo que preconiza. Não para mudar o mundo já amanhã, nada disso, mas como forma de identificação com o próximo, do associativismo que pode ajudar a mudar precisamente o que está mais próximo. Era uma boa associação para preenchermos esse buraco que vizinhos, colegas, amigos, nesta sociedade individualista, deixaram. Venha dela fazer parte, se não tiver outras que lhe ocupem o tempo e o pensamento.
Cumprimentos caro José Carlos

Anónimo disse...

É bom falar para o boneco, não é? Aprende e cala-te seu porco.

josé carlos disse...

Meu caro VML:
Agradeço-lhe o seu comentário. Agradeço-lhe a sua militância. Agradeço-lhe a sua disponibilidade. É raro encontrar pessoas assim. No entanto o que eu desejei verdadeiramente dizer neste postal é que para se ter uma actividade de militância política é necessário estar inserido no tecido social e local. É das bases que temos de partir para as cúpulas. Daí o meu desafio. Militem (também) no tecido social. Façam-se conhecidos. Demonstrem trabalho localmente. Terão acesso a muitas mais pessoas que podem facilmente cativar pelo vosso trabalho e seriedade. É o primeiro passo. Depois tudo é mais fácil. Como dizia José António ninguém nasce, vive e trabalha num partido político.
Repare que não é uma crítica, antes pelo contrário. É o "conselho" de um velhote que já passou por muito.

Quanto ao anónimo que me chama porco, nada tenho a dizer, minto, vou seguir o seu conselho, vou continuar a aprender. Nunca, mas mesmo nunca, se deve parar na aprendizagem. Até ao último suspiro, a aprendizagem continua.

Anónimo disse...

Não, o porco é esse VML.

Anónimo disse...

Não concordo totalmente. O Portugal da Expansão estará morto, sim, mas não o da Tradição - que engloba as Glórias passadas transmitidas de geração em geração e perenais, portanto - da Identidade e da Língua. Estes três atributos, a par do apego desmedido ao solo Pátrio de que é feito um Povo, nunca.
Parabéns pelos seus textos.

Maria