sexta-feira, maio 07, 2010

Reflexões de um “deles” perante “este pais” agonizante



E de repente – horror dos horrores – “nós” vemo-la morta.
E mais ainda, descobrimos que fomos nós que a matámos.
Com os nossos sonhos e quimeras. Em nome dos “princípios” que pensávamos imortais – os tais “das luzes”.
Sim, porque nós ganhámos a guerra. Temos desde essa data - sempre tivemos - direitos a todos os despojos.
“Isto” era nosso, muito nosso, todo nosso. E paulada em cima de todos que dissessem mal de “nós”.
E as mordomias? Irão elas acabar?
Que fazemos?
Não nos podiam ter feito isto.
Malditos os que nos roubaram o “nosso sonho”!
E agora que vamos fazer? Ainda por cima sabemos que foi tudo pelo cano!


PS: A nossa auto estima e os comprimidos que tomámos para a conseguir tiveram efeitos bem perniciosos. Porque é que não nos avisaram? Porque é que o "Infarmed" deixou que houvesse comprimidos destes à venda? Deu cabo de tudo. Ou teríamos sido "nós" que não lemos a papeleta de que haveria de certeza efeitos secundários?
Isto é o mal de sermos tão, mas mesmo tão, primários!

Apostilha: O cadáver social é mais difícil de enterrar que o cadáver humano. O humano apodrecerá no caixão, imagem regressiva da gestação. O cadáver social continua a apodrecer até que nos apercebamos de que já morreu.

Esta sociedade cria a mentira evidente.: uma sociedade pode esconder durante muito tempo as suas mazelas, as suas lesões mortais, mascarar a sua agonia, fazer-nos crer que ainda é pujante, quando afinal está morta e tem de ser enterrada. E bem enterrada!

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