quarta-feira, junho 10, 2009

10 de Junho - Dia de Portugal e Dia dos Combatentes




Estive hoje em Belém. Como todos os anos. Para homenagear todos os Portugueses que se bateram na Guerra do Ultramar.

Vi muita e muito boa gente. Vi bastantes (demasiados para o meu gosto) f.d.p. Dos tais, dos do 25, e não só... . Ouvi um "general de generalidades" (como lhes chamava o muito nosso Rodrigo Emílio)dizer barbaridades. Vi e ouvi coisas que me deixaram com os cabelos em pé. O que "eles" disseram para justificar o injustificável. Ouvi Braga da Cruz (o filho - infelizmente - não o falecido Pai). Voltei as costas enojado e aproveitei para falar com tantos e tantos camaradas.

Mas faltou-me o Rodrigo Emílio. Como nos 10 de Junho em que estivemos juntos, ali, junto do Altar dos Combatentes.

O que me valeu foi o Walter ter-me autorizado a transcrever o postal que ele enviou para o muito nosso J M Cymbron. E quando tenho a hipótese de transcrever o WV o que é que eu estou para aqui a escrever.

Pois aqui vai:

Em nome (já não do MAP), mas dos combatentes

Amanhã, voltarei ao Restelo onde se realiza já não sei bem que cerimónia ligada aos Combatentes do Ultramar. Uns dizem que de homenagem aos que uma vez se "vestiram de soldados", como diria Rodrigo Emílio. Eu não iria lá por isso. Entendo nada me ser devido por ter tido a honra de cumprir um dever que então se impunha. Iria lá, talvez, homenagear os - os meus e todos os outros - que tombaram ao serviço da Pátria; os soldados "ao solo dados" (outra vez o Rodrigo!). Mas tais têm sido as tropelias que se têm vindo a acumular frente ao monumento dos Combatentes, ali mesmo à ilhaga daquela Torre que evoca tempos de glória mas também de honra que já nem isso me resta.
Assim, muito simplesmente, vou lá na certeza de encontrar um punhado de camaradas de campanha que me praz rever, ao menos de ano a ano.
Da cerimónia em si mesma, não sei nem quero saber. Não sou só eu, diga-se em abono da verdade e já vi gente revoltada virar as costas à tribuna onde o orador contratado vociferafa palavras que nos revoltavam. Foi o que aconteceu no ano passado com o discurso do prof. César das Neves.
Já houve pior: até desertores por lá passaram... em anos que preferi ficar em casa.
Este ano, dizem-me, o convidado de honra é o prof. Manuel António Garcia Braga da Cruz. Deve ser cruz minha mas o nome mexeu-me com as meninges e sacudiu-me o fígado. E, valha a verdade, é um nome ilustre... por parte do pai do orador e demais antepassados. Tanto que, nos idos de 70, raiava a florida "revolução" pelas ruas deste rectângulo que nos resta, o escolhemos para encabeçar um movimento que queríamos a negação da arruaça que por aí andava de cambulhada com uma traição como jamais varreara terra lusitana. O Prof. Braga da Cruz aceitou. O que depois se passou, melhor do que eu faria, aqui fica contado pelo Rodrigo Emílio (que muitos, hoje, gostam de citar mas poucos parecem ter o ânimo para lhe seguir as pasadas), num exerto de um texto seu, intitulado "Em nome do MAP", demasiado longo para caber neste blogue. Mas o que se segue é suficientemente esclarecedor.
Resta-me agradecer ao meu velho amigo e camarada Joaquim Maria Cymbron a lanheza com que me disponibilizou esta sua casa - a mim pobre "desblogado" - para este desabafo que, bem sei, pouco incomodará gente acomodada.
Mas leiam e que vos preste.
Aos meus velhos amigos de velhas campanhas, como diria o outro: "Até amanhã, camaradas"!

Walter Ventura

Apostilha: No blogue acima indicado também se transcreve o texto que o Rodrigo Emílio editou em defesa dos camaradas que então penavam nas cadeias do abrilino país. Vale a pena ler. Vão lá que merece uma leitura atenta. E conta bem quem é e quem era o tal Braga da Cruz (filho, é claro)...

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