quarta-feira, junho 03, 2009

As razões do meu voto no Humberto Nuno - VII

A Expansão – Doença infantil do capitalismo e da “Europa”

Vivemos num mundo em que certos pensadores post 45, acharam (porque “achar” é fácil) que o liberalismo selvagem incluído numa sociedade libero-democrática era o remédio para o mundo, para o fim das guerras, para o seu domínio, para o seu império. Com toda a gente rica, acaba-se a chatice de ter de lidar com valores morais, heroicos e tradicionais. E já agora com os revoltados. Pão e circo. O pleno. A sociedade espectáculo, a barriga cheia, a benesses do dolce fare niente.

Para atingirem esse objectivo os capitalistas liberais precisam de se expandir continuamente. Cada vez mais mercados. Cada vez mais consumidores. Os Homens deixam de ser Homens para se transformarem em meros e estatísticos objectos consumistas. Expansão é a palavra chave, que para o vendedor significa fortuna em continuo crescimento, massas a rodo para os gestores (novos consumidores dos produtos de luxo). A deflação e a recessão são pecados capitais para os liberais. Se não se expandirem como um cancro (que vai minando, minando, até à sua auto destruição, por morte do hospedeiro das células glutonas) morrem. Se se expandem morrem. Ou seja o destino está-lhes traçado.

Eis o desenho do mundo que nos andaram a impingir durante mais de 60 anos.

Mas subitamente deram-se conta de que o capitalismo global é afinal uma desventura.. Vêem-se sozinhos e com um grande sentido de medo. Verificaram que a criatura comeu os seus próprios criadores. Que já não existe maneira de a controlar. Porque o capitalismo está sujeito a uma enorme tirania – o lucro. E quando ele não existe, é a catástrofe.

Também nestes últimos 60 anos venderam-nos a ideia de que o individualismo de massas mundialista – o comunismo socializante – era a contrapartida ao liberalismo de massas atomizadas e também ele mundialista. Ou seja duas faces na mesma medalha. O resultado está à vista de todos. (veja-se o fenómeno da complementaridade usurária entre os banqueiros americanos e os chineses. Querem melhor sintese do bolchevismo e do liberalismo?)

Mas o capitalismo está na fase de implosão como se verificou já no fim do sonho dos amanhãs que cantam bolchevistas. É fácil, porque não pode existir liberalismo sem globalização e capitalismo sem lucro. Não há redenção do capitalismo. Porque não está ligado à produção, à fábrica, ao campo. Está ligado acima de tudo à especulação, ao dinheiro fictício que revê nos computadores. Dinheiro que não existe. Que não tem qualquer suporte. Os comunistas tinham razão quando afirmavam que o capitalismo hoje é acima de tudo finança. Que movimenta o mundo com dinheiro completamente artificial, que eles pretendiam eterno e nunca efémero. Vive-se para e pelo endividamento.

Ou seja. A expansão tem os dias contados, A implosão vai ser muito, mas mesmo muito, dolorosa. E muito fatal para os povos que não tem produção. Tudo vai mudar.

Apostilha: Já repararam que todo este raciocínio tem a ver com a construção “desta Europa federasta”. E que aqui também vai doer muito a implosão.
Sabemos que vamos acabar “esta” crise muito – mas muitíssimo - mais pobres do que a começámos. Se calhar é bom – desculpem a verdade – porque só assim podemos voltar ao mundo real e abandonar utopias e sonhos de riqueza que só se conseguem com uma forte vontade e coesão dos “velhos” sustentáculos da sociedade – a família, a comunidade e a Nação.
Por isso também voto no Humberto Nuno!

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