quarta-feira, maio 12, 2010

O adjectivante da Ética




Manuel Alegre, o vate, o “poeta alegre”, anda agora a ameaçar tudo e todos (especialmente os bloguistas) com cadeia (“quem colocar em causa, vai para a cadeia”) (sic).

Nem é preciso julgamento, nem instrução de processo, nem juízes e muito menos advogados de defesa, segundo parece. Nem há possibilidades de pena suspensa. Cadeia. (noticia hoje o Público, pela pena de Luciano Alvarez - pág. 21). Parece o “remake” do filme de terror ”prec e pós-prec”. Deve estar-lhes no sangue!

Razão. O indivíduo diz não ser desertor da Guerra. E apresenta papéis.

Aliás já na sessão da Gulbenkian de 3 de Maio o vate da nossa esquerda catita e caviariana já se tinha abespinhado com o tema. Naquele dia teve azar. Como interlocutor estava um distinto Oficial das Forças Armadas que não lhe deu tréguas.

Agora resolveu explodir e passar ao ataque. Finalmente vai à luta. Até que enfim que se arrisca um pouco (através dos Juízes, é certo), para alem das palavras. Cadeia com eles, já! Se calhar o indivíduo adora meter (ou ver metidos) na cadeia aqueles que não pensam como ele. Pode ser que seja genético da esquerda, sei lá...

Mas analisemos parte da vida e obra do campeão da liberdadezinha. Do “a mim ninguém me cala”.

Vejamos. O sr. Alegre foi até Angola como Alf. Mil. Inf. Depois foi detido por razões que não explica na totalidade. Volta para a Metrópole em 1964. E resolve exilar-se de Portugal passando a fronteira por Chaves. (já agora refira-se a propósito, porque a nota não o revela, que ele sai de uma quinta propriedade da “discreta” família Montalvão Machado muito ligada à oposição laica e republicana e que fica junto da raia). Grau de dificuldade do salto zero.

Vai então para a Argélia. País – como todos sabemos – das mais amplas liberdades. Pátria da ética republicana. Partidos políticos eram mais do que muitos. Pluralismo na imprensa era mato. Liberdade de opinião e de expressão aos montes (diria mesmo aos montículos). Presos políticos nanja (isso só os fascistas é que tem ...). Fuzilamentos e assassinatos, foram detalhes da luta pelos direitos humanos, nada mais do que isso. Detalhezinhos, para que é que estão a falar disso. Coisinhas que acontecem ...

Ou seja saiu de um “regime de opressão” e foi para um paraíso totalmente livre. Ali sim é que um homem se sente bem. Ca ganda país. Depois aceita um trabalhinho como locutor de uma estação pública de radiodifusão (quem pagava? Eram os democratas portugueses? Ou era um pais estrangeiro? Não esclarece.) Aí foi debitando para o éter aquilo que debitou e que fica para a sua história. Aguente-se ... Os antigos Combatentes não esquecerão! E quer ser o Comandante Chefe ...

Depois do 25 do 4 volta para o que se transformou “neste pais”. Pacto mfa / partidos (só as esquerdas podem existir neste pais da liberdade) . Tudo bem. As cadeias cheias de presos políticos, ainda melhor, sevícias e torturas sobre os presos políticos, que se lixe.

Todos nós esperávamos que o vate fosse para outro pais de amplas liberdades clamar contra essas infâmias. Mas não, não foi. Nem cá, nem lá. Calou-se. (e logo a si que ninguém o cala). E olhe sr vate, houve indivíduos do seu lado (por exemplo Jaime Gama) que não se calaram (poucos, muito poucos, é certo).

Ou seja como é que foi possível dar lições de democracia e de liberdade contra o “regime de opressão e de falta de liberdade” (que para si era o Estado Novo) pactuando com um regime de opressão e de falta de liberdade? Por hipocrisia? Ou porque dava jeito? Ou ... ou ... ou.... Os meus caros leitores têm liberdade de escolha.

E já agora sr vate: se me quiser meter na cadeia declaro que estou pronto. Aliás eu estou mesmo a precisar de descansar um pouco, dormir mais. Se calhar fazia-me bem. E a si presumo que ainda faria melhor. Ou seja, deve ser bem bom para si ver mais um opositor seu dar com os costados na pildra. Feitios...

Apostilha: Como agora está na moda o simplex o melhor é mandar-me uma guia de marcha (via mail) para eu me apresentar em Caxias. Assim poupa-se umas massas ao ”estado a que isto chegou” e a mim, que já nem preciso de contratar advogado. Sou culpado de não descortinar o seu génio e de não colocar num pedestal a sua arreigada ética (republicana – não nos esqueçamos do adjectivo). Logo só mereço cadeia!

4 comentários:

Marcos Pinho de Escobar disse...

Isto está de MARAVILHA, meu Caro Manlius! É de leitura obrigatória! Mas como estamos no fim dos tempos é bem provável que o vate d´Argel venha a ser mesmo o primeiro magistrado do nosso restinho de país. Ainda lembro quando o Front Islamique du Salut ganhou as eleicoes... e os terroristas companheiros do poeta declararam o escrutínio nulo e mandaram os "integristas" malhar com os ossos à cadeia.
Muitos militares portugueses, de várias etnias, perderam a vida gracas as informacoes que este herói d´Abril passava ao inimigo. Mas... que mais podemos esperar do regime que cravou Portugal???
Um abraco amigo e novamente parabéns pelo que escreveu - hilariante!

Anónimo disse...

Já somos dois, a precisar de cadeia.
Este vate-cinio com cara de pascácio, nunca foi desertor...Ah não! ele não tinha era geitinho para coisa alguma, e não queria era fazer nenhum na vida (como faz agora,nada, para ser bem pago), nem defender a Pátria, que nunca teve.
Tudo que queria era ser rádio-afónico, perdida considerável da força ( potência) da clareza da voz, e das funções mentais, e nada melhor que um país de terroristas, sub-desenvolvido, lá os rastejadores podiam lançar por enxurrada de disparates em jorro “informação?” vomitada de tudo que a sua limitada mente de vate-cinio conseguia alcançar.

Oliveira disse...

Os passarões estão a descambar como tordos ou será a demência?
Ou será porque a mama que deu milhões para sustentar esta pandilha de insurrectos secou, mirrou e não vêm outra mama substituta nem alternativa? E chega-lhes o medo e quem tem rabo tem medo, e rabo é o que não lhes falta.
Todo o criminoso mais tempo ou menos tempo acaba por denunciar o crime.
Agora temos o desertor, o velho mastodonte descambou que Cabo Verde nunca se devia desligar de Portugal, pois não, principalmente aquela parte onde está o Tarrafal.
Se o animal viver mais uns anitos ainda o vamos ouvir que dizer que o tratado de Lisboa, nunca se devia ter feito, e neste purgar ainda ouviremos o Saraiva de Carvalho dizer que não existiram mandatos de captura em branco, nem presos, e o COPCOM era igual à Mocidade Portuguesa, ou fiel padrão da Legião.
Quanto a mim tudo que venha destes bandalhos nada me surpreende, e eu que não estou senil, e nada tenho a purgar estou preparado para tudo.

Anónimo disse...

Isto deu-me cá uma volta aos intestinos...que não sei se é pelo terror que causa até aos cabelos, se é pelo uso do poder... outra vez? Ou se pela trapalhice...

Aqui vai...

http://www.manuelalegre.com/101000/1/,000025/index.htm?


Manuel Alegre publicou ontem no seu sítio da Internet
(www.manuelalegre.com) uma cronologia detalhada sobre a forma como
cumpriu o serviço militar, com o objectivo de esclarecer dúvidas que
têm sido levantadas sobre a matéria.


O candidato presidencial diz que não têm nada a esconder, “ao
contrário dos cobardes que espalham calúnias a coberto do anonimato”,
e vai “agir judicialmente” contra os que colocarem em causa a sua
carreira militar.

Manuel Alegre revelou ao PÚBLICO que, para já, vai avançar com um
processo contra incertos, uma vez que a sua carreira militar tem sido
colocada em causa de forma anónima em blogues na Internet. “A nota diz
tudo e tudo pode ser consultado e por isso não quero adiantar muito
mais. Quem colocar em causa vai para a cadeia”, afirma.

"Para conhecimento de quem estiver interessado, divulga-se o registo
do serviço militar de Manuel Alegre de Melo Duarte, que pode ser
confirmado pelas entidades competentes, nomeadamente o Estado Maior do
Exército", refere a nota do candidato, intitulada “Alegre e o serviço
militar”.

Na nota é revelado que o candidato presidencial foi incorporado como
cadete, no Curso de Milicianos, na Escola Prática de Infantaria, em
Mafra, em Agosto de 1961. Em Dezembro desse ano, após concluir o curso
de aspirante a oficial miliciano, foi colocado no Batalhão de
Infantaria 18, em Arrifes, Ponta Delgada, na ilha açoriana de São
Miguel.

Ainda segundo a nota, Manuel Alegre foi mobilizado para Angola em
Julho de 1962 era então Alferes Miliciano. Em Luanda é colocado numa
Companhia da Guarnição Normal. Depois, detalha toda actividade de
Manuel Alegre em Angola, revelando as missões que tinha, os quartéis
por onde passou e quem eram os seus oficiais superiores, até ao dia 17
de Abril de 1963, quando recebeu a primeira ordem de prisão.

“No dia seguinte, o Comandante da Casa de Reclusão entrega-lhe um
documento de passagem à disponibilidade, assinado pelo Chefe do Estado
Maior do Exército, tenente-coronel Bettencourt Rodrigues. Informa-o de
que tem de se vestir à civil e que a PIDE o espera à porta da Casa de
Reclusão”, escreve Alegre na nota.

Revela ainda que foi então preso pela PIDE em Angola, onde cumpriu
pena de prisão por seis meses, “sob a acusação de tentativa de golpe
militar contra o regime do Estado Novo”. Após a libertação fica com
termo de identidade e residência em Luanda. Não é reintegrado no
Exército e em 1963 o Chefe do Estado Maior “ordena o seu regresso a
Lisboa, na situação de disponibilidade”. Chega a Portugal em Dezembro
e a PIDE fixa-lhe termo de identidade e residência em Coimbra. Segundo
Alegre, em Maio de 1964 é avisado que “corre o risco de ser preso pela
polícia política”, refugia-se em casa de amigos em Lisboa. Pouco
depois atravessa a fronteira clandestinamente, perto de Chaves, e
parte para o exílio. “Encontrava-se na situação de disponibilidade e
com o serviço militar cumprido”, é escrito na nota. Manuel Alegre
regressou a Portugal no dia 2 de Maio de 1974.
Fim de citação.


Esta estória inté faz chorar as pedras da rua
Ao cumpadre PS, Alegre, digo só digo isto:
As justificações são como os cagalhões,
na ânsia de limpar-mos os intestinos só sai merda.
Vá lá não processe o gestor deste blogue, que não tem culpa dos seus cagalhões, que é um troço de matéria fecal sólida, enganei-me, das suas justificações.
Vá lá processe só a mim que sou um pobre português que foi arrancado da da cama quando dormia e roncava profundamente durante a longa noite fascista, e todo contente ganhou na taluda a liberdade do 25 de Abril-PS.