quarta-feira, janeiro 07, 2009

Uma vida vivida. Reflexões ainda do período natalício

“Natal de 1941:

“Uma tempestade delirante rodeia-nos (em turbilhões loucos) a nós pobres corpos de soldados com as mãos geladas.

Volto de um posto atravessando a ruidosa noite: e apesar dos meus esforços para continuar eu próprio, sinto-me triste. Queria estar só, abandonar-me por instantes a essa dor invisivel, essa melancholia de estar perdido no fim do mundo, … dor que soa como um gongo, martelado sem fim .

Olho para o abrigo, observo um presépio que um dos nossos desenhou nas cinzas da Madeira. Estamos verdadeiramente no estábulo de Natal, nada lhe falta. Só os anjos e as estrelas desertaram do céu.

Tivemos uma missa do Galo verdadeiramente patética. Apoiados nas nossas armas porque esperamos um ataque. Esgueirámo-nos através da espessa neve para aqui estra, deixando uma companhia de guarda…

No fundo teria sido belo morrer nesta noite. Por vezes a vida parece-nos tão difícil de ser vivida, tão dolorosa para ser pensada. Mas nunca serei um cobarde….

… Esquecer que temos uma sensabilidade, uma alma ardente. Quem nos ajudará a esquecer? … E a alma deve ficar alta, orgulhosa, inquebrantável. E fica-o. Mas as nossas vozes gementes… Que vazio. Que abandono, o desta noite”

Léon Degrelle
Feldpost

Que lição. Que viagem ao fundo do desespero. Mesmo aquele que corajosamente tudo deu pelas suas ideias, que demonstrou na prática que sabia traçar as linhas de um futuro possível no meio do grande caos. Mesmo aquele a quem Barrés chamou apropiadamente um “professor de energias”. Mesmo um católico tão empenhado como ele. Pois também ele – o grande exemplo –conheceu o desepero. Nada de mais para nós – pobres e meros mortais.

Mas isto leva-nos a uma reflexão: qual a diferença profunda entre o desespero e a ausência de esperança. Esta última atitude, que parte contudo das mesmas premissas leva-nos a uma atitude passiva que tem atingido tantos dos nossos.

“Não acredito em nada nem ninguém, Já nada espero. Não vejo qualquer horizonte politico. Acredito que o pior está para vir no campo étnico e social. A morte lenta e suavemente tépida é desejável. No fundo já não acredito na minha salvação como indivíduo e membro do grupo. Já não vale a pena lutar. Deixem-me no canto à espera do fim (e pode ser pequenino, nada obriga a que seja grande…)

Mas por outro lado o desespero de Degrelle (momentâneo e datável) é salutar. Faz-nos descer aos infernos para em seguida voltar repleto de força para combater todos os demónios que nos rodeiam (mesmo os nossos – não houve já quem chamasse à guerra que por vezes travamos com nós prórios a verdadeira “Guerra Santa”?).

Não nos esqueçamos que o mundo que “eles” nos querem impor implica o desparecimento daqueles que por vezes tem desepero, mas voltam imperialmente à luta. O que “eles” querem é gente da outra.

Pois compete-nos a nós – mesmo com momentos de desespero – erguer nas mãos o facho que alumie o caminho. De que este texto de Degrelle é um exemplo notável – dar-lhes a resposta. Formar alas no Partido da Estrela Polar no sentido das palavras de Evola. Mesmo com desespero fiquemos sempre fiéis aos nossos Ideiais. Mesmo contra tudo e contra todos. Mesmo com tudo a parecer que se desmorona. Mesmo que tudo pareça perdido.

E pensem uma coisa. No momento do balanço final a diferença entre o débito e o crédito terá de ter – para nós – um resultado sempre positivo.

É isso afinal a única coisa que contará!

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