O gozo babado dos nossos plumitivos ao serviço dos jornais, televisões e correlativos.
Nino Vieira foi enterrado (após ser cortado às postas num assassinato ritual e de certeza doloroso) sem sequer um presidente de qualquer república de bananas ou não a acompanhá-lo.
Assim se vê a força do PC, não, desculpem, assim se vê como ele era odiado em tudo que era pais do mundo. É o que eles querem fazer passar. A verdade é que nenhuma autoridade de segurança deixaria ir qualquer Dignitário a Bissau, face à total impunidade das FFAA lá do sítio, que não se importarão nada de cortar mais um ou dois aos bocadinhos...
O Soares veio afirmar que ele tinha morrido vítima da violência porque também ele tinha vivido para a violência.
Um fartum, como podem aquilatar.
Nino não era flor que se cheirasse, afirmo-o convictamente. Foi o responsável directo pela morte de muitos e muitos portugueses quando comandou a Frente Centro Sul do PAIGC na Guiné. Não esqueço isso, nem perdoo. Mesmo em nome dos chamados “interesses nacionais” que nada mais são do que interesses de merceeiro. Negócio d’abord...
Mas há um factor quer explica o ódio de algumas figuras e figurões cá da nossa praça contra o Nino. Não se esqueçam que foi ele que pela primeira vez (em 1980) denunciou de forma pública os fuzilamentos dos Comandos Africanos e outros leais portugueses às bárbaras mãos do governo de Luís Cabral.
Denunciou, mostrou, desenterrou os mortos das valas comuns para que tivessem o repouso que mereciam junto das campas dos seus avós.
Ninguém lhe perdoou. Nunca me vou esquecer dum texto de dois elementos do Centro de Informação e Documentação Amílcar Cabral (recordo-me bem foi Carolina Quinta e o Luís Moita – ex padre até 1971, ex UDP ou lá o que era e depois dos quadros dirigentes da docência da Universidade Autónoma de Lisboa) em que desculpavam os fuzilamentos. Eu tenho o texto. Vale a pena ver a hipocrisia dos nossos progressistas: para eles havia fuzilamentos bons e os maus. Os bons foram os dos nossos comandos africanos (entre 500, admitidos por Nino Vieira e os 1.000 admitidos pelos nossos militares).
Ou seja enquanto as nossas “queridas autoridades” aceitavam de bons modos e tratos a permanência em Portugal de Luís Cabral, responsável máximo da Guiné na altura dos fuzilamentos, tratavam de modo diverso aquele que tinha ousado revelar o que se sabia à boca cheia. Que os nossos belos descolonizadores tinham deixado para trás. para serem assassinados, largas centenas de oficiais, sargentos e praças das FFAA portuguesas que se tinham batido debaixo da Bandeira portuguesa.
E isso os descolonizadores nunca perdoaram a Nino.
Vingaram-se agora de forma mesquinha. Enxovalharam o morto que já não se podia defender. Era um belo de um traste, reconheço e não o choro, podem crer. Mas custa-me ver tanta hipocrisia da parte dos escribas de serviço. Só isso!
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