Ontem fiquei inquieto. Está certo que o dia propiciava um estado de fragilidade extrema. Recordei aquelas noitadas em que frente a uma cerveja cantávamos as nossas canções (canções que só nós é que conhecemos).
E dei-me conta, de súbito, que o nosso mundo está a envelhecer. Ainda por cima que os mais velhos passam sem necessariamente serem substituídos, e que mesmo sendo-o, alguns não são do mesmo estofo que os que os precederam.
Está certo que sabemos que a nossa tradição indica-nos que temos mais hipóteses de futuro, mais fé do que a vulgata que para aí vegeta.
Mas temo, verdadeiramente temo, que as nossas canções, que (repito) mais ninguém conhece, deixem de alegrar as noites nacionais. E como eu, desafinado que sou, gosto de as cantar!
Apostilha: Estava a escrever este postal e dei comigo a trautear o "Vinde Camaradas".
Partilho com vocês o refrão. Música de "Oh, camarades". Letra de Zarco Moniz Ferreira. Anos 60. Portugal:
"Vinde camaradas
a juventude avança
e se a estrada é longa
forte é a esperança.
Pode vir o ódio
de inimigo feroz,
nada silenciará
a nossa franca voz"
1 comentário:
Camarada tive a o prazer de o (te) conhecer naquele almoço ha umas semanas e foi muito bom ver alguem que se diz de uma certa idade ter uma força e um sorriso e ironia melhor e mais lapidado que tantos jovens que conheço. Em relação ás novas gerações não estarem á altura ou desconhecerem as canções e histórias da vossa época e juventude, concordo, eu pessoalmente desconheço bastante esse periodo mas penso que podemos fazer uma divisão da culpa. mas uma coisa garanto...o interesse em conhecer existe como podes-te ver a forma interessada como te ouvimos naquele pouquinho.
Faltam ocasiões para essa partilha de histórias e quiça para aprendermos essas canções?parece obvia a resposta.
um grande abraço
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