segunda-feira, janeiro 19, 2009

O ano de todos os combates

2009 é o ano em que tudo se vai jogar. O futuro de muitas gerações vai ser jogado no tabuleiro deste ano. As consequências sociais, morais e políticas da « crise » irão ser devastadoras para as Nações pouco coesas, pouco solidárias, pouco (ou nada) transpersonalistas !

No campo nacionalista é a altura de meditar no que se deve e pode fazer.

Um grupo de pessoas decidiu jogar a partida inserido na luta democrática. Por mim nada tenho a objectar. Cada um deve seguir o caminho que ache mais eficaz. Mas todos sabemos que o combate é difícil, porque é acima de tudo desleal.

Os elementos do PNR – e é deles que eu falo – acreditam no povo português. Acreditam que em condições normais, equitativas e justas seria possível um esclarecimento do povo sobre o caos que se avizinha e quais os modos de nele não cair.

Mas contando com todos os boicotes, a falta de dinheiro e de empenhamento de muitos que os observam com interesse (ou distanciamento) sabemos que nada de bom se augura. E nada de bom se perspectiva. Poderá haver um crescimento eleitoral de 1 ou 2 pontos percentuais. Sem significado. E no futuro ainda será pior. O crescimento demográfico dos portugueses de origem e o dos povos (ditos do sul) é altamente deficitário para os de origem. Ou seja percentualmente os votantes do « sul » terão maior peso eleitoral, ainda por cima contando com o já evidente desinteresse dos portugueses.

Isto já se passou na Bélgica. Holanda, França e Alemanha. Vai-se cá passar, é claro.

Ou seja se calhar é altura de meditar sobre as alternativas que se colocam.

Se Duprat deu evidência à FN em França com o combate contra a imigração (bom e inteligente combate na altura, mas ingloriamente perdido face às necessidades do capital, como é sabido) hoje, com a sua fina inteligência já teria alterado a sua estratégia.

Se calhar o combate passa por uma refundação do movimento nacionalista em Portugal.

Sem abandonar a via eleitoral (mas sem grandes esperanças) devemo-nos concentrar em toda uma série de iniciativas destinadas a preservar a identidade nacional, cultural e popular do « velho português », que tem – como qualquer outro – também direito à sua identidade.

Os caminhos e formas desse combate passam também – e a meu ver - por diversas acções, das quais destaco :
- Federar as forças hoje dispersas a fim de se assistir a um renascimento de uma unidade poderosa que aglutine todas as comunidades constituídas ;
- Privilegiar o longo termo, em vez do curto prazo. As « eleições » serão apenas uma face do processo. Cada um no seu lugar. Cada um deverá servir onde e quando as suas capacidades e/ou localização o permitirem. Cada um terá a sua responsabilidade no concerto de acções e actuações em que está investido. Não esquecendo, contudo, que Portugal é também cada um de nós. E que temos uma quota parte de responsabilidades nas vitórias e nas derrotas. E já agora uma coordenaçãozinha seria bem vinda …;
- Esquecer a questão de lideranças – cancro mortal de todos os movimentos. É na acção que se reconhecem os chefes. Mas o combate necessita também – e sobretudo – de bons soldados, bons sargentos e bons capitães. Generais já há de mais !;
- Estudar, formar, formar-se. Habituarmo-nos à batalha cultural e à batalha das ideias. Só assim se conquista a rua.;
- Dar lugar aos jovens. Os velhos podem (devem) ajudar. Sem contudo serem « consciências negativas « (já assisti a isto…, assim não vamos a lado nenhum…, etc.) A experiência dos mais velhos (que no seu tempo souberam raciocinar nas – muitas - derrotas e nas – poucas - vitórias) pode ser positiva. Mas deixem-nos tentar. Deixem os mais jovens errar. Deixem-nos ousar. Não critiquem por criticar. Tenham a paciência e a sabedoria de bons avós. Amparem, ajudem, dêem conselhos. Estejam lá quando tudo parece ruir. Ajudem os mais jovens a levantarem-se de novo. Sem reprimendas. Mostrem (sugiram) o caminho. Mas não o percorram em vez deles ! ;
- Entrosemo-nos no tecido social português. Nas associações, nas comissões, nas múltiplas formas de cooperação dos portugueses. Mostrem-se interessados. Assumam as rédeas de todas os corpos intermédios em que se insiram. Mostrem-se competentes. Terão muito mais visibilidade assim do que com 500 discursos ou dez aparições na TV.;
- Não se confinem ao convívio com os camaradas. É bom, é saudável estabelecer laços profundos de amizade com camaradas. Mas não convivam apenas com eles. Caso contrário não haverá sangue novo. Estar-se-á fechado numa redoma. Criem-se centros/locais de actividade que serão sempre locais de recrutamento. Expandam-se, caso contrário seremos sempre os mesmos, com tendência para diminuirmos;
- Acima de tudo demostrem que amam Portugal. Que estão dispostos a sacrificar-se por ele. E que não estão à espera das benesses que o poder prodigaliza. Assim serão responsáveis. Assim os vossos vizinhos vos conhecerão;
- Defendam as identidades locais, regionais e nacionais. Com unhas e dentes. Contra toda as formas de destruição das mesmas. Ousar ir contra o « politicamente correcto ». Contra o estabelecido. Contra a verdade oficial. Nem calculam a quantidade de pessoas que estão contra esta normalização aberrante que nos querem impor, mas que não tem ninguém que os ajude na orientação da luta;
- Não copiem o estrangeiro, nem épocas passadas. Assumam a Tradição e a Modernidade. Cada época tem as suas facetas específicas. E muitas delas são irrepetíveis, pelo menos nas suas formas exteriores;
- Procuremos – todos - encontrar as ideias mais mobilizadoras dos portugueses. Para isso é necessário ouvir. Ouvir muito. Perceber. Meditar;
- Criemos técnicos nas diversas áreas que permitam o recurso a ideias nossas e pessoal nosso nas diversas áreas de governação. Não fiquemos pelas generalidades. Vamos ao fundo das questões. Generalistas já há demais;
- Não deixemos que diferentes opiniões sobre as tácticas e as estratégias – «a minha é melhor que a tua », ou ainda, « isto assim não vamos lá » – destruam a unidade. É na luta diária que se conhecem os chefes. É com os erros e com as vitórias que se escrutinam caminhos… Que a verdade vem ao de cima;
- Tenhamos a humildade de reconhecer as nossas faltas, as nossas incapacidades. Se necessário cedamos o passo aos mais capazes. Nunca nos agarremos a lugares. Servir é o Lema. E servir serve-se sempre seja qual for o lugar que nos esteja destinado. Nem que seja a varrer as escadas…

No que me diz respeito – e dada a minha idade - continuarei no lugar que me for fixado pelo acaso. Mantendo – na medida do possível - o espírito de combate que foi a justificação da minha vida.

Tenham a certeza que até ao meu último suspiro serei um dos vossos. Mas a cada idade o seu combate. Ajudarei a que uma nova geração surja de entre as brumas do desespero. Não uma geração de profetas/salvadores, mas uma geração real. Leal. Combatente. Persistente. Que pelo menos ame tanto Portugal como eu o sempre amei.

O amanhã pertence-nos. Pertence-vos ! Mostremos à juventude o sinal de que os filhos da Pátria há tanto tempo desejam ver. “Desocultemos” o espírito que determina essa vontade inconsciente do retorno às formas que constituíram o mito fundador e a razão de sermos portugueses, essa ideiação e imaginação do eu-português.

Ao trabalho. E já agora aproveitem e pelo caminho divirtam-se ! Senão não serão jovens, mas sim velhos rezingas, impossíveis de aturar !

Apostilha : Este postal tem a ver com a « polémica » que se estabeleceu na blogosfera sobre o apoio – o « apport », como dizem os franceses – que cada um de nós pode dar às nossas ideias.

Não é um texto definitivo, nem sequer doutoral. Nunca tive essa presunção, nem nunca desejei colocar-me em imerecidos bicos de pés. Nunca passei de um mero soldado, quanto muito um sargentão, inserido no meio Nacional. Tenho uns bons anos em cima. Já meditei muito nos sucessos e nos fracassos. Não quero ser o « avô cantigas » (nunca tive pachorra para isso). Quero (desejo) acção, com convicção, mas acção persistente e, se possível, inteligente.

E lembrem-se desta verdade absoluta : É uma maratona que estamos a disputar, não são os 100 metros !

5 comentários:

Humberto Nuno de Oliveira disse...

Um abraço e obrigado, em nome de muitos, pelas tuas sábias palavras.

Anónimo disse...

Muito coincidente com o que aqui foi escrito:

http://blogidentitario.wordpress.com/2009/01/11/a-intervencao-civica-como-exercicio-identitario/

Aécio disse...

Excelente análise! Todas as opções devem estar em aberto!

Anónimo disse...

O ANO DE TODOS OS COMBATES!
Durante séculos temos vindo a assistir a guerras pelas conquistas do poder.
Entre mortos, estropiados e país destruídos que passaram a ser terra de ninguém e de todos, lá chegamos a muito custo ao ano 2000. Entramos na era dos ânus rotos...
Sem quase darmos por isso... As guitas do poder entretanto iam ficando nas mãos dos sobreviventes do tão proclamado "holocausto". Que usando de todas as suas manhas, bem conhecidas, sem temor ao único Deus que não é o deles, sem preconceitos nem moralidade, adoptaram um outro tipo de guerras para melhor agafanharem os país, o poder do dinheiro pela desmoralização, imoralidade, pelo enfraquecimento das sociedades.
É caso para se dizer, actualmente como vão as coisas, os poucos homens que restam têm que pôr a seguro os rabos, porque o risco de serem violados está a evoluir de maneira incontrolável, a lei é, ou tu passas para o lado deles "dos homossexuais" ou está aviado. O mesmo é o poder negro no mundo!? Obama e o regurgimento da negritude em França. Um artigo no jornal Le Monde alguns dias atrás descrevia como Obama estava "despertando grandes esperanças" entre os negros franceses. Até mesmo ver a palavra "noir" (negro) em um jornal francês era causa de surpresa, até recentemente.
Quanto a nós que tal começarmos a procurar o substituto do Cavaco na Quinta da Fonte!?
Eu que não sou dado a consultas sobrenaturais, mas agora vou consultar as profecias de Nostradamus para ver onde entram, estas, caso não as encontre nesta consulta, tenho a certeza de as encontrar na Torá.

Anónimo disse...

boa análise apesar da complacência para com o pnr que é um grupo completamente impreparado para fazer política, sem talento e objectivos. Limita-se a um discurso passadista e caceteiro. Não fazem a mínima ideia sobre como se implementa uma política sectorial. Uns coitados folclóricos. 0 resto da análise é boa...