segunda-feira, abril 02, 2007

E nós a vê-los passar


Pois é. Parece que é este mês. Os americanos vão atacar (de surpresa e durante umas horas) o Irão.


Todos os acontecimentos dos últimos meses o indiciam.

Depois do enorme erro estratégico do Iraque os americanos (que abriram a caixa de Pandora) pensam tudo compor com este ataque.

Mas expliquemos melhor este raciocínio.

Os árabes (mais propriamente os sunitas) tiveram sempre como inimigos fidagais os persas e os turcos, actuais grandes beneficiados da guerra do Iraque.

Os donos do Império conseguiram agora tirar o coelho da cartola e unificar os estados sunitas com a promessa de consenso com Israel para tudo voltar às fronteiras de 1967. Para isso vão reunir-se na Arábia Saudita. Como contrapartida os sunitas e wahabitas darão luz verde aos do Tio Sam(uel) e sus muchachos para destruírem a capacidade nuclear dos persas (muito incipiente senão eles não iam lá...). Petróleo a 100 € a muito curto prazo, como veremos, são danos colaterais e durante uns poucos de meses (ou poucos anos no pior caso) que têm a vantagem de ajudar a pacificar o Iraque e sobretudo garantir que a única potencia atómica na área seja a dos Judeus. (O Império romano no seu melhor...)

Vem a propósito citar dois textos de dois dos meus autores preferidos. Céline e Saint Loup.

“Esquadrilhas e esquadrilhas, dilúvios e dilúvios, bombas, vulcões extintos, reanimados, bombas de fósforo, tapetes de bombas, destruição. Ulm já completamente destruída, eles não vão já recomeçar ... O mundo estará somente tranquilo quando todas as cidades estiverem completamente destruídas, e já...!" (Céline D'un château l'autre)

“Quando se trata de explicar as causas de uma guerra todos os beligerantes têm razão. Cada qual é detentor do direito, explicação divertida porque precisamente o direito em si não existe. È a força que o estabelece, logo o direito só pertence ao vencedor”.
(Saint-Loup, Le Boer attaque, 1981)

Sem comentários: