As eleições em França já deram o que tinham a dar.
Le Pen, apesar do apoio massivo de toda a direita nacionalista, com excepção de uma pequena franja, só (?) (tomara o Soares alguma vez na vida ter tido tantos votos) teve um pouco menos de 4 milhões de votos. Perdeu 1 milhão em relação às eleições de 2002. Logo toda a esquerda declarou-o derrotado para todo o sempre.
Mas isso é história passada.
O que se joga hoje em França - e que de qualquer modo vai ter enormes repercussões em Portugal - é o duelo entre o diabo e belzebu. Venha o demo e escolha.
Parece-nos óbvio que para a Europa e para Portugal o mal "menos péssimo" é o da vitória da socialista. Com efeito sarkozy é o homem do eixo Paris - Wahington - Telaviv. A sua vitória deslocaliza a Europa para o lado dos americanos, sem qualquer honra nem proveito. Irá, também, exarcebar os árabes contra os europeus em geral. E isto quando pensavamos que os Berlusconis desta Europa tinham desaparecido. Os lobbys não o deixaram e a caminhada do bicho foi bem preparada. Quando chamou "racaille" (canalhas) aos marginais emigrantes não o fez por acaso (não foi um lapsus linguae, conforme alguns jornalistas portugueses disseram na tv). Essa frase deu-lhe um milhão de votos.
Mas agora é que a porca torce o rabo.
Pierre Vial, bem como outras figuras de peso do campo nacionalista vieram já afirmar que votarão Segolene e que o voto dos patriotas deve ser nela ou na abstenção. Mais uma vez os nossos jornalistas, que gostam de fazer contas de cabeça, contabilizam os votos da FN ao lado de sarkozy e isto para provar que o gajo ganha. Se calhar vão ter uma surpresa.
Segolene pode ser um mero produto de marketing, não será capaz de implantar o seu programa eleitoral (não há dinheiro que chegue). Levará a economia para o charco, haverá atrasos no mirífico "arranque económico da europa dos tostões", Portugal e como o mais frágil parceiro desta Europa dos mercadores será uma vez mais prejudicado com mais do mesmo: "a crise do costume".
Mas cá para mim prefiro meter mais água na sopa e aguentar-me mesmo mal do que uma irreversível caminhada (uma OPA se preferirem) do que resta da Europa para as mãos do lobby Washington - Telaviv.
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