Chegamos pois à reunião dos Olivais contava pelo Dr. António da Cruz Rodrigues.
Fui a essa reunião acompanhado por uma jovem militante nacionalista Maria J. Só os dois e não com outra pessoa conforme relata ACR. Esse terceiro elemento e que tantos dores de cabeça deu a tanta e tanta gente apareceu depois (por sua iniciativa?). Conhecia-nos bem aos dois "jovens" e conhecia alguns dos membros presentes do Vector por já ter estado nos diversos cursos de Fátima.
Avisei lealmente ACR que colocava a mão no fogo por Maria J.(sic). Se ele não percebeu o resto não tenho culpa.
E quem era a nossa menina? Era uma militante da por mim chamada "terceira grande vaga" de recrutamentos dos movimentos nacionalistas desde os anos 60. Foi recrutada pelo Luís Fernandes para o seu Movimento Vanguardista. Participou nos cursos organizados em Sintra, Troia, etc.
Aluna de Belas Artes a sua forma de vestir e comportar era muito própria dos das Belas Artes e pouco normal na Lisboa (na época) muito conservadora. Filha e sobrinha de grandes vultos culturais da nossa gente, militava com empenho e alma.
Namorava com um militante da "primeira vaga" o E.(com quem veio a casar-se) que se encontrava em Moçambique. Maria J. tinha-me em grande estima e na ausência de Luís Fernandes (a acabar a comissão em Moçambique) acabou por se encostar politicamente a mim. E se eu ia para o MPP ela também ia. Ponto final. Aliás Maria J. também tinha colaborado comigo e outros camaradas no projecto "Unidade" que desenvolvemos em Moçambique em 1972/73 (e que tão essencial foi no 7 de Setembro, conforme revelarei na altura apropriada.
Neste postal só falarei de Maria J. (aliás ACR nunca a critica na história que conta no seu blogue). Dedicou-se a 100% ao MPP, e até ao famoso cartaz deu tudo o que tinha pela causa. Aliás o dinheiro necessário à execução do referido cartaz surgiu resultante de um donativo do Banco Espírito Santo. Para esse dinheiro sair legalmente do Banco foi feita uma livrança (num valor de largas centenas de contos). Essa livrança foi emitida em nome da Maria J.
Disso não fala ACR. E porquê? Porque depois da nacionalização os novos banqueiros vieram exigir as massitas à desgraçada da Maria J, visto a livrança ser em seu nome. De nada valeu ela ter contado a história. Foi tudo para Tribunal. E ACR não mexeu uma palha (ao que sei).
É, pois esta injustiça face à Maria J. que eu quero corrigir na história "oficial" do MPP.
É verdade também que eu pouco (muito pouco) militei no MPP - tinha coisas mais importantes a fazer. É verdade também que Maria J. vendo a minha "apatia" se "agarrou" politicamente ao outro personagem de que ACR nos fala.
Quando surgiu o cartaz aí a Maria J. afinou e afinou mesmo. Que horror. Que disparate, etc. Todo o seu empenho caiu como um castelo de cartas. O "outro" bem a entusiasmou, mas nada. Por isso não é de espantar que quando da reunião de Agosto em que ACR força a demissão dele, Maria J. tenha aproveitado para sair (não por solidariedade como CR julga, mas por descrença no movimento).
Quanto à nossa menina estamos falados. Em postal posterior falarei do "outro", o "mau da fita" - quem deu cabo da cabeça a muita, muita gente.
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