sexta-feira, maio 25, 2007

"Eles" começam a ver que dá dinheiro...



Começam a surgir um pouco por todo o mundo livros de homens do sistema que "descobrem a careca" aos supremacistas morais da nossa praça.

Talvez no seguimento das descobertas dos crimes americanos de tortura mas prisões de Bagdad, "eles" descobriram que era um bom filão financeiro acabar com o ensurdecedor silêncio dos vencedores.

Está bem, admito que muitos e muitos publicaram ao longo dos anos livros fundamentais, tais como "Os crimes dos bons", etc. Mas com uma difusão muita restrita. Algo mudou com Bacque e o seu "Other Losses". Mas continuava tudo muito no pequeno circuito. As editoras são pequenas, da difusão é melhor nem falar. Esses livros nem tem lugar nas bibliotecas universitárias, onde a investigação histórica bebe muito das suas fontes.

Mas algo mudou. Na Europa tem surgido livros e livros (de escritores de esquerda e altamente prestigiados como antifas de serviço) em que a verdade começa a vir ao de cima. No ano transacto tivemos o "romance" de Giampaolo Pansa (Il sangue dei vinti), sobre o pós 25 de Abril em Itália. Nada que não tivesse sido dito e escrito por centenas de autores. Só que sem programas de TV e discussões mediáticas. Acresce que foi publicado por uma das grandes editoras italianas, daquelas que vendem centenas de milhar de exemplares. (aos interessados informo que o Nonas tem)


Agora surgiu em Espanha "Un mundo en ruinas, 1945/46", David Solar, La esfera de los libros, 2007, 584 pag, 30 euros.

Já lhe passei os olhos em cima e recomendo que não vale a pena gastar dinheiro com ele. Como exemplo vale a pena ler a odisseia de Horthy (Regente da Hungria e que traiu Hitler) nas mãos dos americanos. na prisão de Mondfort, perto do Luxemburgo. a cargo do célebre coronel Paulus. A prisão a que os americanos chamavam "Ashcan" (balde de lixo) albergava a nata dos generais e dirigentes políticos dos vencidos e em que a convenção sobre prisioneiros de guerra sempre foi letra morta.

No entanto e logo no primeiro capítulo o "historiador e jornalista" espanhol espalha-se ao comprido com a descrição da execução de Mussolini e de Clara Petacci. Ao fim e ao cabo retoma a velha e gasta "história oficial" que os comunistas italianos difundiram no final da guerra. Nem toda a investigação levada a cabo por Pisanó e tantos outros o comoveu. Nem sequer os novos elementos da autópsia que demonstram a impossibilidade da história da carochinha da execução do Duce.
Sobre a mais que provável violação de Clara Petacci, nem uma palavra. Quem quiser saber mais não leia este livro. Recomendo-vos outro livro (que o do costume também tem ...): "Gli ultimi cinque secondi di Mussolini" de Pisanó.

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