terça-feira, maio 08, 2007

Fui ao veterinario - ou as feministas ao rubro


No sábado passado fui ao veterinário. Nada de grave com a minha cadela. Apenas as vacinas e a consulta de rotina. A minha cadela é uma cadela possante, adorável com as pessoas, mas dominante e brava como poucas. A herança genética de defensora de rebanhos contra lobos e ursos está bem vincada. Não tem medo de nada. De nada, não. Tal como no Asterix tem medo que o veterinário "lhe caia em cima". Quando entra naquela casa, fica murcha, esconde-se debaixo da cadeira em que estou sentado (não faço ideia como é que ela consegue dado a seu tamanho), silenciosa e de orelhas murchas.

Tal situação coloca-me na posição de ter de ler algo enquanto espero pela consulta. As revistas que se encontram lá são todas do mesmo género. As caras, as vips, as holas, as elles, etc. Não tenho pachorra nenhuma para aquilo. Mas mais vale desfolhar as revistas do que estar entediado (ainda por cima com uma cadela tremelicante por baixo das minhas pernas).

E no meio desse desfolhar dei de caras com a revista Elle (sim essa mesmo - a ponta de lança do feminismo francês "a outrance") de 4 de Setembro de 2006. A revista estava em pânico!

Primeiro o título da reportagem: "Estados Unidos: Socorro! Volta a mãe perfeita".

De seguida a apresentação: "Mas que se passa nos EUA? Para criarem e educarem os seus filhos, elas abandonam tudo, primeiro a sua carreira, depois a sedução e mesmo a sexualidade. Um fenómeno retrógado que revolta a jornalista Judith Warner. Acaba de publicar "Mães à beira de uma crise de nervos" (Albin Michel). Entrevista"

De seguida a jornalista americana fala com a jornalista francesa (ambas bestialmente feministas) e lança o grito de alarme contra o reaccionarismo que se está a verificar nos States.

O regresso da mãe perfeita que trata totalmente da educação dos filhos é uma realidade que não para de crescer na terra do tio sam. Todos os anos milhares e milhares de mulheres optam por essa via. È o grito de desespero de todas as feministas. A americana pensava – a princípio – que esta vaga de “fascismo masculino” se resumia a grandes cidades e à classe burguesa. Qual não foi o seu espanto quando verificou que essa tendência (que começou por volta dos anos 90) era transversal a todas as classes, espalhava-se também pelas comunidades rurais e – crime dos crimes – a todas as origens étnicas. È o fim. Este seu livro é, pois, um manifesto de combate contra esta nova forma de opressão e a sua edição na Europa é um aviso à navegação do que se pode vir a passar no velho continente.

Enfim, como calculam, não pude copiar toda e entrevista. Também não ia “roubar” a revista. Mas recomendo-vos. Caso vão a algum consultório (onde estão essas coisas) não deixem de tentar encontrar a revista e ler a entrevista. Olhem que vale a pena.

Sem comentários: