domingo, maio 27, 2007

Memórias de um "salto"

Faz hoje 32 anos que eu (pela primeira vez) passei a fronteira continental a salto.

13 meses e dois dias depois do 25 do 4 tocou-me a mim. Uma coisa que eu nunca desejei - o exílio!

Do outro lado da fronteira à minha espera (e de outro camarada bem mais valioso que eu) estava o Rodrigo Emílio. Incansável, como sempre.

Sabendo do sucesso da minha passagem continuou na zona mais dois dias, (entrando e saindo diversas vezes em Portugal) para ajudar um valiosíssimo camarada a chegar a bom porto. Esse camarada não teve a minha sorte (as suas condições físicas e de saúde estavam depauperadas pelos meses e meses de prisões com que já contava).

O que quero aqui realçar de verdadeiramente importante é que o Rodrigo estava lá. O Rodrigo estava sempre presente quando era necessário.

4 comentários:

Vítor Ramalho disse...

Aqui por Coimbra muitos tiveram de fazer o mesmo.

josé carlos disse...

Meu Caro Camisa Azul:

Sei muito bem todo o magnífico trabalho de tantos e tantos camaradas em Coimbra (e arredores) nos idos de 74 e 75/76. Acompanhei muitos em trabalhos legais, semi - legais e "ilegais". Conheci muitos no exílio. Ajudei mesmo a ir buscar um perto de Coimbra que tinha dificuldades (físicas) em abandonar o Continente. Quando falei desse período foi para realçar unica e exclusivamente o papel de Rodrigo Emílio nesse período. RE é conhecido como grande Poeta e Doutrinador. O seu papel como "revolucionário" nunca foi objecto de estudo ou publicação. RE sempre o omitiu por achar que só tinha feito o que as circunstâncias o obrigaram. No entanto - também aqui - o seu trabalho foi magnífico. É só disso que eu quero falar.

|Å| disse...

Rodrigo Emílio, sempre PRESENTE!
\o

Anónimo disse...

«O que quero aqui realçar de verdadeiramente importante é que o Rodrigo estava lá. O Rodrigo estava sempre presente quando era necessário.»

É essa a diferença entre os homens de tomates e os outros. E dos outros há muitos.