Meu caro Anónimo:
Li, com interesse, o seu comentário ao meu último postal.
Diz que me lê às vezes com interesse outras com indignação. De certeza que se me lê regularmente verifica que a minha guerra é contra aqueles que consideram que têem a superioridade moral das democracias (Mário Soares dixit).
Ora é precisamente aí que eu quero chegar.
A minha geração fez a Guerra do Ultramar. Também me tocou a mim. Uma das coisas que se verificam quando se participa numa guerra (com qualquer dimensão) é que não há "bons" e "maus". São todos "maus". O resto é propaganda, e da mais rasca.
Vi coisas que me fizeram descrer profundamente na raça humana. Recusei-me a entrar nesse jogo. Por questões de Honra, de espírito cavalheiresco, de educação familiar?. Desconheço as razões, mas que não entrei é uma verdade.
Conheço bem o período que o meu estimado leitor descreve (a 2ª GM). Pelas mais variadas razões, que para já omito.
Também aqui não há inocentes. A barbárie, como acertadamente lhe chama, foi dos dois lados. No entanto a história, como bem sabe, é feita pelos vencedores. "Vae victis" já diziam os romanos.
E se as "barbáries" do lado dos vencidos são objecto de centenas e centenas de milhar de livros, referências, filmes, etc., e são bem conhecidas (ao fim e ao cabo é a história oficial!) as barbáries do lado dos vencedores são sempre, sempre omitidas. Mais, são inexistentes.
É, pois essa parte que eu relevo neste blogue. Para que nunca mais se diga que houve os "bons" (os nossos) e os "maus" (os fascistas).
Olhe se quer que lhe diga a minha opinião. Se uns mereceram a forca os outros deveriam ter tido o mesmo destino.
Por muito que isso o indigne essa é a verdade!
E olhe aproveito a sua última frase e que se me dá licença faço minha:
"É espantosa ( e triste ) a cegueira dos que teimam em não ver."
2 comentários:
Passei hoje por este seu Blog, que mal conhecia, aproveitando para ler alguns textos do arquivo. Gostei bastante do que li. Parabéns.
Maria
Em resposta ao Anónimo do postal anterior:
Nos "nossos" manuais de história do séc.XX constam as invasões soviéticas e americanas feitas em nome da liberdade; o bombardemanto atómico de Hiroshima e Nagasaki, as depurações, as desnazificações e as desfascitizações em nome da democracia!
«a barbárie perpetrada em nome de uma inexistente superioridade de raça.»
Vê-se que é crente no holoconto e em Hollywood.
Realmente: «É espantosa (e triste) a cegueira dos que teimam em não ver»!!!
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