quarta-feira, agosto 29, 2007

Há coisas fantásticas, não há?

Isto não é só dizer mal.

Às vezes o governo faz coisas boas e cabe-nos a nós louvar tudo o que tenha a ver com a preservação da Identidade Nacional.

Soube hoje pelos jornais que em Sacavém, no forte Monte Cintra, foi criado um arquivo arquitectónico relativo a 200 anos de obras de preservação do património dos edifícios e monumentos nacionais.

Trata-se do espólio da extinta Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, do INH, do IGAPE, bem como do arquivo de grandes arquitectos portugueses, nomeadamente de Pardal Monteiro.

São 8 quilómetros de prateleiras, com mais de 1 milhão de desenhos e 340.000 fotografias.

Para quando a sua digitalização e acesso em linha?

Conheci (nos idos de 74 e 75) parte do arquivo da DGEMN. A razão foi simples. Um dos seus técnicos, Engenheiro de grande qualidade e probidade (sem qualquer formação ou orientação política) e familiar de outro grande Engenheiro (como ele) e que foi vítima de uma saneamento selvagem para que um seu subordinado (todo de esquerda) conseguisse a almejada promoção. Bom resumindo: o nosso Engenheiro ficou furibundo.

E cedeu-nos uma quantidade não desprezível de plantas e fotos de uma série de edifícios públicos com interesse prático para uma luta que se adivinhava longa. Os locais eram por ele escolhidos (e com critérios bem válidos, reconheço) e permitiram-nos informações muito precisas e valiosas. Chegou ao ponto de indicar nalgumas plantas de estruturas os locais mais frágeis (do ponto de vista de resistência de estrutura) para a eventual colocação de bombas.

Eu que nunca fui bombista (fragilidade minha, mas reconheço uma visceral incompetência nessa área) fiquei na mesma, mas poderia ser útil para alguém.

Quero apenas dizer que a minha total falta de apetência por essa actividade teve a ver com o facto de um familiar meu directo (logo após a implantação da República) se ter feito explodir quando construía um artefacto bombista. E essas coisas ficam na memória familiar.

1 comentário:

Nuno Adão disse...

Um operacional que tenha visto como se faz, e se viu com olhos de ver, não esquece: é o que retenho na memória...

Cumprimentos