Voz amiga chamou-me a atenção que devo parar de dar porrada nos dois jovens que cometeram uma acção descabelada, e que se calhar já estão arrependidos. (ou seja, bem à portuguesa: não há rapazes maus, dizia o Padre Américo...)
Pois eu continuo a achar que essa voz amiga não tem razão. E porquê?
Porque um erro (quando despropositado e irresponsável) pode deitar a perder todo o trabalho de muita gente!
A título de exemplo, vou contar uma história – verdadeira – que a todos nós nos encheu de júbilo, nos idos de 1975.
A acção passa-se no Aeroporto de Lisboa. Meados de Julho de 1975. O Arcebispo de Braga – Primaz das Espanhas, não nos esqueçamos – vai de visita ao Brasil.
Os mfa e os copcães resolvem revistá-lo porque tinham tido a informação (caíram que nem uns patinhos na armadilha, segundo consta) que ele levava dinheiro (muito) para o estrangeiro.
Ou seja despiram totalmente o desgraçado ao Arcebispo. Chegaram a fazer o toque rectal para se certificarem que o tipo não tinha metido o dinheiro no “ânus”. Ou seja, humilharam-no até mais não! Fartaram-se de rir. Recordo que quando tive conhecimento do caso (já em Madrid) foi-me relatada detalhadamente uma conversa tida numa messe de oficiais de uma unidade de cavalaria em que os mfa(iosos) se divertiram à grande e à “moscovita” a contar os detalhes do caso. O embaraço do bom do Arcebispo, etc.
Todos nós tivemos imediatamente a certeza que tinha sido o princípio do fim deles. Era um erro demasiado grande para não ter consequências!
A história conta o resto. Regressado a Portugal logo deu luz verde a um empenhamento profundo da organização católica contra os mfas. O que nunca – até à data – sequer lhe tinha passado pela cabeça.
Repito. Um erro de uns malucos do mfa deitou tudo a perder para eles - a partir daquele momento foi tudo muito mais fácil. (ainda bem, dizemos nós...)
Mas a analogia é gritante!
Ou seja reitero o que já disse:
haja cabeça, ideias, organização e disciplina! E pensem (ou obriguem-nos a pensar) antes de agir!
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