Rui Cinatti deu-nos, depois do 25 do 4, dois dos seus melhores livros – os do título deste postal.
O Cravo Singular (livro precioso) foi um dos “desaparecidos” da minha biblioteca. Do Timor – Amor, deixo-vos este poema de 30 de Junho de 1974 (ainda com o “pindérico do pingalim” no poder, e apenas 3 dias após o discurso de 27 de Junho em que ele reconhecia a inevitabilidade da descolonização):
Hei-de chorar
as praias mansas de Tibar e Díli,
as manhãs, mesas de bruma, de Lautém,
os horizontes transmarinhos de Dáre,
as planícies agrícolas
de Same e Suai.
Ao Tat-Mai-Lau
O Avô dos Montes,
hei-de subir
- e descer à châ verdade que todos
negoceiam,
a verdade – minto! – que já tardam
os que por Timor não esqueceram,
pecando por atraso,
malícia, tibieza,
Timor e Timorenses isolados!
Sem comentários:
Enviar um comentário