segunda-feira, setembro 10, 2007

E o Jardim vinha ou não vinha?



É claro que nunca iria!

Sempre foi a nossa opinião, conhecidas que eram as suas esperanças de colaboração com a Frelimo e com Machel. Ele achava que ainda teria um papel relevante em Moçambique.

E tantos e tantos morreram com essa esperança ... Inocentes e crédulos.

Mas se nós tinhamos fundadas certezas, faltavam-nos as provas. Mas esse "grande português"? (Jaime N Pinto dixit) não estava pelos ajustes. Outros "valores" mais altos se apresentavam...

E como nos surgem as provas.

Já falei de um velho e valoroso Camarada Carlos Veríssimo Veiga que se "arrepiou" com as atitudes de Jardim. No entanto continuou com ele (a ver o que dava, disse-me na véspera da minha partida de Lourenço Marques para Lisboa). Pois o nosso Carlos viu o que se passou. E horrorizou-se! E escolheu - e quanto a mim bem - o único caminho que lhe restava, vir para Madrid, para junto dos seus camaradas (não se esquecendo, contudo de trazer vasta documentação "secreta" daqueles dias).
Eu nunca mais o vi desde Setembro de 73, mas tive a sorte de ler esses documentos... Ou seja as cartas de Jardim para os seus contactos para Moçambique no período anterior, decorrente e posterior ao 7 de Setembro.

Poucos anos depois CVV terá eventualmente pago com a vida este seu acto. (é só uma mera opinião minha, não tenho qualquer prova que corrobore esta afirmação). CVV tinha vasta experiência na luta política. Era um operacional. Tinha sido dos melhores alunos de um curso que os camaradas da OAS ministraram em Portugal a jovens nacionalistas nos anos 60. Sabia avaliar riscos, enfrentar situações complicadas, tinha as técnicas de segurança bem estudadas e sabia aplicá-las. Contudo caiu (aparentemente) como um patinho numa emboscada numa estrada da Namíbia feita (oficialmente) por um grupo de banditagem e abatido a tiro. Será que ele pararia e sairia do carro se não fosse gente conhecida?

Não quero tirar qualquer conclusão. Acho muito estranho, apenas!

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